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Liqui Moly: “Os aditivos funcionam como um seguro”

10 Agosto, 2016
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Hoje, o uso de aditivos tem um papel preventivo muito forte para evitar reparações dispendiosas. David Kaiser, responsável técnico pelo desenvolvimento de produto da Liqui Moly, não tem dúvidas de que hoje a manutenção de um carro não se faz sem aditivos específicos.

David Kaiser veio a Portugal para uma ação técnica destinada à equipa comercial portuguesa, para que os bons resultados que a Liqui Moly continua a apresentar no nosso mercado sejam reforçados. A formação foi técnica e visou dar mais e melhores argumentos aos comerciais para venderem os produtos da marca alemã, entre eles os aditivos e os lubrificantes. A PÓS‐VENDA entrevistou em exclusivo o responsável máximo pelo desenvolvimento de produto da Liqui Moly (à esquerda na foto de abertura, ao lado de Matthias Bleicher, responsável pela Liqui Moly Iberia).

Qual o papel destas formações técnicas destinadas aos comerciais?
Para nós é muito importante porque o que vendemos são produtos técnicos e é preciso conhecê‐los e saber explicá‐los bem, nomeadamente nos aditivos, que resolvem muitos problemas mas é preciso explicar como e porquê. Os aditivos são prevenção e são um investimento que compensa.

O que distingue um bom aditivo?
Há uma série de aditivos no mercado. Para o consumidor é difícil escolher e saber quais é que, de facto, são seguros e eficazes para resolver um determinado problema. Mas os aditivos passam muito também por uma questão de confiança na marca que os produz. Há empresas sem historial no mercado que apostam em realizar dinheiro muito rápido e oferecem aditivos com pouca ou nenhuma performance mas não pensam nas consequências. Nós estamos no mercado desde 1957 e esta longevidade consegue‐se porque só queremos vender aditivos que realmente funcionam. Não fazemos promessas irrealistas e é nisso que as oficinas devem confiar.

Hoje há aditivos que poupam muito dinheiro em componentes muito caros como filtros de partículas, válvulas EGR ou injetores. São estes os aditivos com mais resultados?
Temos muito bons produtos para esses componentes e, por exemplo, quando a prevenção é feita é semelhante a fazer um seguro, porque os componentes vão durar e continuar a fazer o seu papel de forma eficaz. O consumidor tem que pagar um pouco mais por esse seguro, mas tem a garantia de que não vai ter despesas maiores no futuro.

Chegaremos a um ponto em que as marcas vão dar as suas aprovações aos aditivos como já fazem aos lubrificantes?
Creio que não. Estamos em contacto com os construtores também na área dos aditivos mas se estes venderem aditivos querem‐nos com a sua marca. Se olharmos para o manual de um carro, vemos que os aditivos não são permitidos mas alguns construtores oferecem os seus próprios aditivos, o que torna esta questão um pouco non‐sense. A questão passa também pelo facto de, a partir do momento em que permitam aditivos, as marcas vão ter que testar todos os aditivos que há no mercado para darem a sua aprovação.

Os aditivos são, regra geral, mais eficazes em carros novos ou mais antigos?
Em ambos os casos. Os carros mais antigos têm, normalmente, motores mais robustos mas têm maior quilometragem e acumulam já muitos depósitos e alguma quebra de performance. Nestes carros há um maior consumo de combustível e mais emissões. Para ter uma melhor performance e reduzir o consumo têm que usar aditivos. Os carros modernos são mais sensíveis aos maus combustíveis ou a comportamentos errados ao volante que fogem da norma estabelecida pelo construtor, e, por isso, é altamente recomendado o uso de aditivos para evitar problemas, por exemplo com os filtros de partículas diesel, com o bloqueio de injetores ou com válvulas EGR.

Hoje a boa manutenção de um automóvel tem que incluir aditivos?
Sem dúvida. É muito importante o uso de aditivos nos carros novos.

Como é que surge a decisão da Liqui Moly trabalhar num novo aditivo?
Normalmente não começa no nosso departamento técnico, mas no departamento comercial ou diretamente das oficinas. São eles que nos pedem produtos para resolver um determinado problema. Olhamos para o problema, analisamos motores e carros com esse problema, fazemos os nossos testes e desenvolvemos um novo produto pra resolver esse problema específico. Por vezes, usamos um produto que já temos no nosso portfólio e recomendamos esse produto para resolver o problema. Estamos sempre disponíveis para responder às questões do mercado.

Hoje um dos grandes objetivos na indústria automóvel é a eficiência. Qual é o papel de uma marca como a Liqui Moly neste desígnio?
Os motores modernos têm uma tendência comum, que é a eficiência. Este objetivo foi também exigido pela União Europeia e os construtores têm que pagar multas muito pesadas se não cumprirem os limites de emissões de CO2. Por isso, todos tiveram que apostar em motores e cientes. E há três coisas fundamentais para o conseguir: A pressão de combustão, a temperatura de combustão e a combustão limpa. Se tiver alta pressão e alta temperatura, os pistons e os materiais têm mais stress térmico e o óleo tem que cumprir regulamentos muito exigentes, não formar depósitos e não evaporar muito. A temperatura do motor fica mais alta, a pressão aumenta e a viscosidade do óleo fica mais baixa, o que faz com que a fluidez do óleo baixe e essa é a nossa oportunidade no mercado dando os melhores óleos para estas exigências e aditivos que ajudam a prevenir os problemas. Por exemplo, para melhorar as propriedades que evitam o desgaste do motor.

A viscosidade dos lubrificantes está a alterar‐se nos novos motores?
Nos novos motores os óleos tornaram‐se cada vez mais nos e a tendência de mercado é migrar cada vez mais para óleo de menor viscosidade. 0 ou 5 W é a tendência de futuro, e especialmente a viscosidade a alta temperatura cai de 40 e 30 para 20 e até 16. A partir deste ano a SAE implementou duas novas classes, 12 e 8, que é uma tendência para o futuro, que deverá entrar no mercado mais em força dentro de cinco a sete anos.

Quais as outras tendências nos lubrificantes?
No passado, a viscosidade garantia a lubrificação. Os óleos modernos, por exemplo, se pensarmos num óleo 16W12 ou até 8, a uma temperatura operacional de motor parece água, tem a mesma viscosidade do diesel e temos que pensar como o diesel é fino, não tem viscosidade. Nos óleos modernos, os aditivos garantem a lubrificação, e não os óleos‐base como no passado. Com as temperaturas a serem mais elevadas, precisamos de maior quantidade de óleos‐base sintéticos na formulação do óleo. Os óleos base terão cada vez mais uma maior qualidade. Os aditivos têm uma função cada vez mais importante na limpeza e na prevenção do desgaste. A proporção entre aditivos e óleos‐base não será alterada mas a qualidade dos aditivos vai aumentar.

O facto de não serem uma marca presente diretamente no primeiro equipamento di culta o vosso trabalho?
Não fazemos o primeiro enchimento, mas temos uma relação muito próxima com os construtores e eles analisam amostras da nossa produção para atestar a sua qualidade.

O facto dos lubrificantes serem cada vez mais específicos vai torná‐los mais caros?
Sim, porque é necessário um processo complicado de pesquisa e desenvolvimento. Os motores modernos são muito exigentes.

Que riscos correm as oficinas ao não usarem os óleos com as especificações corretas para cada motor?
Se forem usados os lubrificantes errados, especialmente estes lubrificantes novos de baixa viscosidade, há o risco de uma falha rápida e grave do motor. Se usamos um óleo de baixa viscosidade num motor com 15 anos, este não está preparado para um lubrificante tão fino, o óleo sai fora dos rolamentos, e o motor tem uma avaria grave em pouco tempo. Se acontecer o contrário: um motor moderno com um óleo de elevada viscosidade, como um 15W40, o óleo é muito espesso, e o motor está a funcionar sempre numa temperatura muito fria, o que pode trazer problemas graves. É fundamental que as oficinas usem os óleos corretos e específicos para cada motor. É por isso que na nossa página de internet temos um guia de óleos para cada motor para que não existam erros. Com cinco óleos standard conseguimos cobrir 90% do parque circulante na Europa. Para os restantes 10% temos uma cadeia de distribuição muito competente que rapidamente fornece o cliente.

Mais informações em www.liqui-moly.pt

Este artigo foi publicado originalmente na edição de fevereiro da Revista PÓS-VENDA. Leia mais aqui.

  • Descarregue aqui o PDF original da entrevista –> [download id=”8574″ template=”Entrevista David Kaiser (Liqui Moly)”]

 

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