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“A formação regular ajuda muito, uma vez que os técnicos vão estando a par das novas tecnologias”, Pedro Guedes, I-TRAining

23 Junho, 2025

Pedro Guedes, sócio-gerente da I-TRAining, destaca os principais desafios da formação no pós-venda automóvel em Portugal, sublinhando a importância de motivar os técnicos a investir tempo na aprendizagem contínua como resposta à crescente complexidade tecnológica dos veículos.

Quais consideram ser os principais desafios da formação no pós-venda automóvel em Portugal atualmente?

Os maiores desafios que encontramos nos dias de hoje, é convencer os nossos técnicos de que devem despender de algum tempo/horas/dias para formação. Notamos que em geral, já se dão conta que a formação é necessária, mas parar ou sair da oficina para tal, é muito complicado!

O que é necessário fazer para que as oficinas e os técnicos invistam mais em formação?

Acredito que com a chegada do parque automóvel mais recente, isso acontecerá naturalmente por uma questão de necessidade, devido à alta tecnologia a bordo de um automóvel recente.

De que forma a formação regular influencia o desempenho dos técnicos e o serviço prestado pela oficina?

A formação regular ajuda muito, uma vez que os técnicos vão estando a par das novas tecnologias, e relembrando conceitos e práticas que facilmente caem no esquecimento quando não feito com alguma periodicidade.

Que indicadores, exemplos ou testemunhos podem dar, que mostrem o impacto positivo da formação na rentabilidade das oficinas?

Atualmente, temos um conceito de Escola Técnica, onde a formação ministrada, é formação contínua, desde A a Z do automóvel, e temos tido excelente feedback e, os técnicos reconhecem que estão mais confiantes e eficientes no diagnóstico.

Que competências técnicas e comportamentais, resultantes da formação, consideram mais importantes para as oficinas num futuro próximo?

A nível de competência técnicas, creio que vai passar muito por conhecer muito bem os sistemas a combustão e elétricos, utilização dos equipamentos de diagnóstico (cada vez mais capazes) para poderem fazer um diagnóstico preciso. A nível de competências comportamentais, creio que o pensamento analítico, atenção ao detalhe e capacidade de resolução de problemas.

Como se pode combater a escassez de técnicos qualificados nas oficinas? Que medidas poderiam e deveriam ser tomadas para combater esse escassez?

Creio que a profissão de mecânico/técnico de mecatrónica, deve ser devidamente valorizada, mostrar aos nossos jovens que é uma profissão interessante, bem remunerada e que contribui em muito para o bem da sociedade.

A formação pode ser uma ferramenta importante na retenção de talento dentro das oficinas? De que forma?

Claro que sim! Se por um lado estamos a formar um técnico para que ele fique mais produtivo, o próprio terá mais motivação para trabalhar, uma vez que não se sentirá tão “perdido” quando se deparar com um problema diferente ou mais complexo.

Qual a formação que tem mais procura atualmente, quer na área técnica, quer não técnica (relacionada com o setor do pós-venda automóvel)?

A formação que tem mais procura atualmente é a utilização do Osciloscópio. Sente-se muita dificuldade no manuseio deste equipamento, bem como na interpretação do que ele nos mostra e é um equipamento que para alguns sistemas, só conseguimos diagnosticar com ele, daí a grande procura atualmente.

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