As oficinas de reparação automóvel que fazem parte de redes são significativamente mais eficientes e rentáveis. Esta foi a principal conclusão do VI Encontro de Redes de Oficinas, organizado pela iniciativa Posventa Plural em colaboração com a Motortec.
Durante o encontro, foram apresentados, pela primeira vez no setor, dados comparativos com indicadores económicos sobre o desempenho empresarial das oficinas integradas em redes, em comparação com as oficinas independentes. Foi também apresentado um estudo sobre a perceção que oficinas e automobilistas têm do valor acrescentado pelas redes, destacando-se entre as conclusões que os reparadores em rede se percecionam como mais rentáveis e que as redes mais conhecidas pelo público são Midas, Norauto e Carglass (em Espanha).
A Associação Espanhola de Renting de Veículos (AER Renting) estimou, por sua vez, em 1.317 milhões de euros o volume de negócio que os seus associados geraram para as oficinas espanholas. A Marketalia apresentou também um estudo realizado junto de 42 redes de oficinas, onde se conclui que 60% das marcas têm uma presença deficiente na Internet, destacando-se as que obtêm melhor posicionamento online: Rodi, Euromaster, Norauto, EuroTaller e Carglass (em Espanha).
O evento terminou com duas interessantes mesas-redondas, nas quais uma dezena de porta-vozes de diferentes redes reafirmaram a atualidade e importância do fenómeno das redes como fator dinamizador e modernizador do setor.
Enquanto a eficiência média de uma oficina de eletromecânica se situa nos 65%, as empresas pertencentes a redes alcançam os 70% (63% no caso das oficinas independentes). Por outro lado, a eficiência das oficinas de carroçaria em rede atinge os 95%, contra os 80% dos reparadores independentes e a média de mercado de 85%, segundo os dados apresentados no VI Encontro de Redes de Oficinas da Posventa Plural, realizado a 25 de abril durante a Motortec.
São mais rentáveis as oficinas pertencentes a uma rede de reparação do que as que operam de forma independente? Defendem melhor o valor do seu trabalho? Foi a questão que Víctor Gámez, cofundador da GTI Academy e sócio-diretor da Boxes Consulting, procurou responder com a apresentação do relatório “Rentabilidade das oficinas em rede versus independentes”. Analisando os principais indicadores de desempenho, concluiu que as oficinas integradas em redes se destacam pela maior eficiência dos seus processos e defesa do valor acrescentado, muito graças ao investimento em formação, ferramentas tecnológicas e equipamento exigidos pelas marcas, mas também obtêm uma rentabilidade superior na gestão de materiais, devido à centralização de compras, prémios e outros benefícios associados à sua pertença à rede.
Nesse sentido, indicou que as oficinas de rede conseguem defender um preço de mão de obra superior às independentes, com um preço/hora de 45€ (+28,57%) nas oficinas de mecânica em rede, face aos 35€ das independentes e uma média do setor de 42€. No caso das oficinas de chapa e pintura, o preço/hora dos abanderados é de 37€ (+15,6% face às independentes), acima da média de 34€ do setor e dos 32€ dos carroceiros independentes. Em termos de rentabilidade sobre os materiais utilizados, Gámez fixou-a em 40% nas oficinas de carroçaria em rede, face a 20% das independentes e a 25% da média do setor. Nas oficinas de eletromecânica, com uma média setorial de 35%, a rentabilidade sobre materiais das oficinas em rede foi de 39%, enquanto nas independentes não ultrapassou os 30%.
Segundo o analista da Boxes Consulting, estes melhores resultados devem-se a uma gestão mais profissionalizada e a um acesso mais generalizado a ferramentas digitais, formação e apoio comercial.
Depois da análise da rentabilidade, e com o objetivo de medir a perceção de valor das redes tanto por oficinas como por automobilistas, Enrique Gómez, sócio-diretor da consultora Inizia MGC, apresentou o estudo demoscópico “O valor das redes no setor da pós-venda, 2025”.
Relativamente aos aspetos mais valorizados pelas oficinas, tanto independentes como integradas, destacam-se, por ordem de importância: a imagem corporativa, o acesso a peças e recambios, a formação e informação técnica, e as soluções para a digitalização do negócio. No lado oposto, ficou a capacidade percecionada pelas redes de gerar negócio, tanto corporativo como particular. “As oficinas abanderadas valorizam muito a pertença a uma rede em termos operacionais, formativos e de marca”, salientou Gómez.
Na perspetiva do cliente final, os aspetos mais valorizados numa oficina são a competência técnica e fiabilidade, destacando-se a qualidade da reparação (7,89/10), a confiança nas pessoas (7,87) e a solvência técnica (7,82).
No que toca ao reconhecimento espontâneo e sugerido das marcas, as mais conhecidas pelos automobilistas espanhóis foram Midas, Norauto e Carglass (em Espanha).
O renting: 1.317 milhões de euros para as oficinas
José Martín Castro Acebes, presidente da Associação Espanhola de Renting de Veículos (AER), partilhou uma atualização sobre o impacto do renting no parque automóvel espanhol e na pós-venda. Indicou que as frotas de renting já representam 8,8% do negócio da pós-venda, com uma faturação superior a 1.317 milhões de euros em 2024. Destaca-se o peso nas oficinas de carroçaria (455 milhões de euros, ou 9,2% do mercado) e nas oficinas de mecânica (862 milhões, ou **8,6% de um mercado que supera os 10 mil milhões de euros).
O representante da AER sublinhou a excelente relação entre o renting e as redes de oficinas, como fator essencial para garantir uma mobilidade eficiente, sustentável e com um serviço pós-venda de qualidade — aspeto muito valorizado pelos clientes, sobretudo pelos particulares, que o classificam com 8,42/10, acima de outros serviços.
60% das redes de oficinas com presença digital insuficiente
85% dos consumidores utilizam a Internet antes de tomar decisões de compra — e os serviços de reparação automóvel não são exceção. Para analisar a presença digital das redes de oficinas em Espanha, a agência digital Marketalia apresentou o estudo “Ranking das Principais Redes de Oficinas de Espanha em função da sua presença online”. Um estudo exaustivo dirigido por Enrique Romero, Head of Strategy da Marketalia, que analisou visibilidade online, atendimento digital, redes sociais e usabilidade dos websites de 42 redes.
Romero destacou as boas práticas das redes melhor posicionadas e deu conselhos para melhorar a presença online. No ranking geral, lideram Rodi Motor, seguido por Euromaster, Norauto, EuroTaller e Carglass. Constatou-se ainda que 60% das redes têm presença online insuficiente.
A voz das redes: compromisso com o futuro das oficinas
O encontro contou ainda com duas mesas-redondas moderadas por Raúl González, consultor de comunicação da MP3 Automoción. A primeira debateu a proposta de valor das redes de oficinas na atualidade e a sua contribuição para a eficiência e rentabilidade do setor, com a participação de representantes da Bosch Car Service, EuroTaller, Talleres AD, Vulco, Leaseway e Midas. Entre as ideias, destacaram-se o papel essencial das redes na digitalização dos processos e na formação contínua, além do contributo estratégico para projetar as oficinas para o futuro.
A segunda mesa-redonda abordou a relação das redes com clientes particulares e corporativos, com a participação de porta-vozes da GT Motive, Eurorepar Car Service, Checkstar, Confortauto, CertifiedFirst e dsi.mobility. Ficou patente a importância das ferramentas digitais e recursos disponibilizados para ajudar as oficinas a melhorar a relação com clientes que, além de rapidez e qualidade, procuram proximidade e conectividade com o seu reparador de confiança.
Um encontro essencial para a pós-venda
O VI Encontro de Redes de Oficinas da Posventa Plural, integrado na Motortec, contou com o apoio de várias marcas do setor: PRO Service, Auto ElectroChips, CertifiedFirst, Cloud Active Reception – CAR, Magneti Marelli – Checkstar, Equipataller, Eurorepar Car Service, GT Motive, Leaseway, Lechler, Mecafilter, Philips, Midas, Sservitum, TAB, Vulco e XB Components.