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“O aftermarket vive um momento desafiante, mas cheio de oportunidades”, Tiago Domingos, Auto Delta

7 Novembro, 2025

As plataformas da Pós-Venda comemoram 10 anos. Para marcar a ocasião, reunimos testemunhos de profissionais de diferentes setores do aftermarket, incluindo Tiago Domingos, da Auto Delta.

O que está a suceder no negócio das peças, era o que previa há 10 anos que

estivesse a acontecer agora?

Há 10 anos, o aftermarket já era um setor dinâmico e competitivo, mas poucos imaginavam a velocidade e a intensidade com que a eletrificação, a digitalização e a sustentabilidade iriam marcar o negócio das peças. Previmos evoluções graduais, mas o ritmo da mudança surpreendeu pela rapidez e pela profundidade.

Quais foram as grandes mudanças no aftermarket nestes últimos 10 anos?

As grandes mudanças da última década estão ligadas a três eixos fundamentais: a transformação tecnológica dos veículos, a profissionalização e concentração das redes de distribuição e oficinas, e a digitalização dos processos de compra, logística e relacionamento com o cliente. Também a pandemia e a disrupção nas cadeias de abastecimento tiveram impacto, tornando a gestão de stock e a proximidade ao cliente ainda mais críticas.

Como caracteriza o momento atual do negócio aftermarket?

Hoje, o aftermarket vive um momento desafiante, mas cheio de oportunidades. Os veículos térmicos continuam a representar a maioria do parque, mas a eletrificação cresce e obriga a novas competências. O cliente final é mais exigente, procura rapidez, transparência e qualidade. A concorrência internacional é forte, mas a diferenciação pela proximidade, pelo serviço e pelo conhecimento técnico tornou-se a chave para criar valor.

Como perspetiva que será o negócio aftermarket daqui a 10 anos? Que peças mais se irão vender?

Daqui a 10 anos, imaginamos um aftermarket ainda mais tecnológico e sustentável. As peças de desgaste tradicional, travagem, suspensão, filtragem, continuarão a ter um peso muito relevante, mas ganharão espaço componentes ligados à eletrificação (baterias, sistemas de arrefecimento específicos, eletrónica) e aos sistemas avançados de assistência à condução. A manutenção preditiva, suportada por dados e conectividade, também trará novas oportunidades.

O que, no seu entender, mais irá impactar o aftermarket durante os próximos 10 anos?

O maior impacto nos próximos 10 anos virá da convergência entre transição energética, digitalização e novos modelos de mobilidade. A rapidez com que o setor se adaptar à eletrificação, à reparação de sistemas complexos e à sustentabilidade vai ditar os vencedores do futuro. O aftermarket português tem mostrado resiliência e capacidade de inovação; acreditamos que continuará a ser um pilar fundamental da mobilidade, desde que mantenha a sua aposta em formação, tecnologia e parcerias estratégicas.

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