A Leirilis, promotora e dinamizadora da rede de oficinais independentes Red Service, promoveu uma Convenção para todas as oficinas aderentes. Muitos temas foram abordados e algumas novidades foram reveladas neste evento.
Depois da apresentação de boas vindas, feira por Saulo Saco, CEO da Leirilis, o primeiro orador foi Luís Bento, investigador e professor do Instituto Politécnico de Leiria, que abordou a história e o desenvolvimento da condução autónoma.
Este investigador, que trabalha o tema da condução autónoma desde o início do século, depois de falar dos cinco níveis de autonomia, referiu que a condução autónoma terá muito impacto no setor automóvel, quer na produção de carros, quer no pós-venda, como no setor dos seguros, mas também em muitos outros setores (infraestruturas, logística, político, etc). Entre os diversos conteúdos sobre condução autónoma, Luís Bento revelou que todos os projetos das marcas de automóveis, para lançar veículos autónomos, estão muito atrasadas e que a realidade é que não existem dados consistentes sobre quando tal acontecerá no futuro.
O segundo painel foi apresentado por Joaquim Candeias, Managing Diretor, bilsteingroup, que abordou o tema do pós-venda automóvel, nomeadamente, as prioridades que neste momento estão em cima da mesa em termos europeus e que vão ter impacto no trabalho das oficinas a curto e médio prazo. Acesso remoto a dados e recursos do veículo (para que todos os operadores tenham acesso aos dados dos fabricantes), o passaporte digital das peças, o MV-Ber (a evolução do regulamento que permite o veículo seja assistido fora da marca), a cibersegurança, a certificação SERMI e a sustentabilidade, nomeadamente a responsabilidade do produtor que coloca o produto no mercado.
Joaquim Candeias abordou ainda alguns indicadores da economia (estabilização nos próximos anos), falou da evolução do parque circulante, que ainda será durante muitos anos maioritariamente a combustão interna e revelou o que o setor do pós-venda continua em crescimento continuado, dizendo que “se vivem momentos muito favoráveis no setor e as perspetivas para o futuro do setor são de crescimento”.
O responsável do bilsteingroup terminou a sua apresentou, incentivando todos a associarem-se e a trabalharem todos na mesma direção, pois o sucesso é muito mais fácil atingir em conjunto do que cada uma por si.
A terceira apresentação foi feita por Rui Silva, Mobility Aftermarket da Bosch, que começou por parafrasear Stefan Hartung, CEO da Bosch, relevando que o futuro será o da mobilidade e que essa mobilidade será multi tecnologias. Dentro das diversas áreas do pós-venda, apenas o da colisão poderá decrescer um pouco nos próximos anos, mas o das peças irá manter-se e os serviços vão crescer.
O crescimento da eletrificação e a manutenção dos motores a combustão vai criar novas oportunidades pois existirão mais peças e mais mercado (sobretudo por causa dos híbridos e do crescimento da tecnologia dentro dos automóveis).
Rui Silva falou de que a Bosch está cada vez mais centrada no apoio ao oficina, abordando o tema do diagnóstico remoto e a sua importância atual na qualidade de serviço que as oficinas podem prestar aos clientes.
Revelou ainda os novos equipamentos que a Bosch apresentou, como forma de permitir às oficinas efetuar novos serviços para os clientes independentemente da tecnologia dos seus veículos.
O quarto painel foi apresentado do Susana Doliwa, Diretora de Marketing da Dipart, que abordou a integração nos grupos internacionais, neste caso da GlobalOne, que permite que a Dipart e os seus associados (como a Leirilis) seja um fornecedor global de serviços. A responsável de Marketing disse que estes grupos internacionais estão a trazer muitas mudanças ao negócio do pós-venda, a diferentes níveis, que terão muitas implicações nas oficinas (poderão ter acesso a peças a melhores preços, a mais serviços e a mais informação).
Abordou ainda a evolução do parque automóvel, e a necessidade que as oficinas vão ter de atender a carros muito recentes e com muita tecnologia, como a carros com mais de 15 anos. Porém, no entender da mesma responsável, o futuro não será unicamente elétrico, mas sim multi tecnologias e isso leva a que as oficinas, sobretudo as independentes, terão que estar preparadas para todas as alterações, mas não haverá alterações drásticas e as tecnologias de combustão continuarão a ser predominantes.
Face aos novos atores do pós-venda, rent-a-car, rentings e empresas, vai obrigar as oficinas a adaptarem-se a estes novos clientes, e daí a importância de estarem numa rede oficinal que pode ajudar as oficinas a chegar também a esses clientes.
Miguel Cabeleira, da Assistência Técnica e Formação da Leirilis, falou sobre a importância dos sistemas ADAS para as oficinas, dizendo que os fabricantes recomendam uma calibração ADAS sempre que for feito um alinhamento da direção, a substituição do para-brisas ou se, por exemplo, for retirado o “charriot” do automóvel para fazer uma intervenção no motor. Estas e muitas outras situações leva a que as oficinas independentes comecem a fazer este tipo de serviços de calibração.
João Pereira, da área técnica da Leirilis, apresentou os novos equipamentos SmartSafe, empresa multinacional chinesa, que está presente em mais de 100 países em todo o mundo e tem como visão tornar-se líder nos equipamentos de diagnóstico para veículos elétricos e híbridos. Equipamentos de diagnóstico, testador de isolamento, pinça amperimétrica, detetor de fugas de bateria, equalizador de bateria de lítio, osciloscópio e multímetro de dois canais, são alguns dos novos equipamentos que a Leirilis comercializa com a marca SmartSafe, que permitem que as oficinas possam diversificar os seus serviços, dando resposta (neste caso) às tecnologias eletrificadas.
Rita Soares, responsável pela formação na Leirilis, falou do projeto que a empresa desenvolveu, para que as oficinas da rede Red Service, possam evoluir também nos serviços para veículos elétricos, tendo para isso montado um programa especifico.
Mais detalhes na próxima edição (111) da sua PÓS-VENDA.