Álvaro Magalhães, da Centrocor, analisa a atividade da empresa em 2024 e anuncia a estratégia para 2025, ao mesmo tempo que dá algumas dicas para uma melhor gestão oficinal.
Quais foram os principais desafios que enfrentaram na vossa operação durante o ano de 2024? De que forma os ultrapassaram?
A Centrocor ao longo dos seus mais de 40 anos de atividade foi sempre caracterizada como uma empresa que encara os desafios do mercado como oportunidades de crescer e continuar a evoluir. O nosso principal desafio de 2024 foi a introdução no mercado português do sistema de reparação de mossas com cola da CAMAUTO. Foi necessário mitigar alguns aspetos associados a este tipo de reparações, relacionados com más experiências que os profissionais tiveram no passado com sistemas idênticos de outras marcas, em que não era apresentado um processo de reparação, o que fazia com que as reparações ficassem aquém do esperado pelos profissionais. A nossa melhor forma de ultrapassar estas situações foi a realização de formações nesta área no nosso Centro de Treino, em conjunto com o CEO e fundador da CAMAUTO Charles Aoun, com mais de 40 anos de experiência no mundo de bate-chapa, tivemos a oportunidade de apresentar todas as potencialidades deste sistema de reparação com cola, através de um processo de trabalho eficiente que permite uma reparação fácil, rápida e eficaz.
Como evoluiu o vosso negócio no mercado português em 2024?
No ano de 2024 continuamos com a tendência dos últimos anos de um crescimento sólido e sustentado. Graças às nossas novas instalações, que possui uma sala de formação e um centro de treino totalmente equipado, foi possível uma maior proximidade juntos dos profissionais no que toca à apresentação de novos produtos ou processos de trabalho, bem como, consolidação dos processos de trabalho através de uma partilha de conhecimento entre profissionais que certamente leva ao crescimento e evolução das oficinas.
Quais as tendências no aftermarket que irão determinar a atividade da vossa empresa em 2025 (digitalização, eletrificação, sustentabilidade, falta de mão-de-obra,…)?
Acreditamos que algumas das tendências do Aftermarket para 2025, serão questões relacionadas com a eletrificação, sustentabilidade e a renovação da mão-de-obra. Uma maior eletrificação do setor vai exigir ao setor uma maior capacidade de adaptação. O aparecimento crescente de veículos elétricos e híbridos fará com que as oficinas necessitem de se atualizar ao nível do conhecimento através de formações. Será essencial que as oficinas adaptem os seus processos e técnicas de trabalho, pois são muito distintas dos processos tradicionais. A dificuldade do setor em atrair mão-de-obra jovem é um problema para o futuro das oficinas. Verificamos que num futuro próximo irá ocorrer um problema de falta de renovação da mão-de-obra das oficinas. É fulcral que as oficinas comecem a criar condições atrativas que permitam atrair jovens para o setor do modo a garantir a sustentabilidade da mão-de-obra das oficinas no futuro. A sustentabilidade é também um dos caminhos que as oficinas não têm procurado seguir. É muitas vezes associadas ao consumo de produtos mais verdes e ecológicos, mas é muito mais do que isso. O consumo de energia das oficinas é a principal fatura para as oficinas e é um dos pontos onde as oficinas devem procurar a sustentabilidade. A procura por equipamentos mais eficientes energicamente, a resolução de problemas que comprometam o consumo de energia ou até mesmo a introdução de por exemplo de painéis solares, são medidas que para além de serem mais sustentáveis, também irá proporcionar uma poupança na fatura da energia. Uma das situações que também não contribui para a sustentabilidade das oficinas é terem o seu negócio assente em pressupostos que não dominam. As oficinas devem procurar diferenciar-se no mercado pela mão-de-obra, pois é isso que as farão destacar-se da concorrência e tornarem-se mais sustentáveis, bem como, permitirá reduzir o impacto ambiental que a substituição de determinada peça acarreta.
Que estratégias planeiam implementar este ano, para se adaptarem aos desafios e oportunidades atuais do mercado?
A nossa estratégia passa por acompanhar as evoluções do setor automóvel e do pós-venda, procurando, estudando e implementando novas técnicas e produtos que acreditemos que sejam benéficas para o funcionamento das oficinas portuguesas, sempre procurando que estas soluções melhorem a produtividade e o dia-a-dia dos profissionais. Algo que também faz parte estratégia é a realização de formações frequentemente no nosso Centro de Treino. Acreditamos que este aspeto é algo que permite ao setor evoluir e fazer com que nos destaquemos ainda mais nesta área, continuando a ser reconhecidos como uma das principais empresas prestadoras de formação para os profissionais das oficinas de colisão.