As plataformas da Pós-Venda assinalam uma década de atividade. Para marcar este marco no setor, reunimos testemunhos de vários profissionais do aftermarket, entre eles Vítor Rocha, da Altaroda, que partilha a sua perspetiva sobre a evolução e os desafios atuais do setor.
O que está a suceder no negócio dos equipamentos, era o que previa há 10 anos?
Sim, sem dúvida. Já há uma década antecipava que a evolução tecnológica dos veículos iria exigir uma crescente sofisticação dos equipamentos oficinais. O que me surpreendeu foi a velocidade com que essa transformação se concretizou. A eletrificação, a digitalização e a conectividade dos automóveis impuseram uma adaptação acelerada às oficinas e, consequentemente, aos fornecedores de equipamentos. Na Altaroda, temos procurado acompanhar esta evolução contínua, investindo em marcas de referência e em soluções profissionais que não só respondem às exigências atuais, como também antecipam as necessidades futuras do mercado e dos nossos clientes.
O que mudou no negócio dos equipamentos oficinais nestes últimos 10 anos?
Mudou quase tudo e de forma profunda. A última década foi marcada por uma verdadeira revolução no setor da reparação automóvel, impulsionada por transformações tecnológicas, sociais e ambientais que alteraram radicalmente as exigências colocadas às oficinas e, por consequência, aos fornecedores de equipamentos. Tecnologia: Nos dias de hoje, os equipamentos oficinais são altamente digitais, precisos e integrados com sistemas de diagnóstico avançado. A introdução de software inteligente, conectividade em rede e interfaces intuitivas tornou possível uma abordagem mais eficiente e fiável à manutenção e reparação dos veículos modernos. Equipamentos como as máquinas de alinhar direções, máquinas de diagnóstico e calibradores de ADAS, etc., passaram a incorporar sensores, câmaras e algoritmos que exigem conhecimento técnico especializado. Perfil do cliente: As oficinas tornaram-se mais exigentes e profissionalizadas. Procuram soluções completas que incluam formação técnica, suporte pós-venda, atualização contínua e integração com os sistemas de gestão da oficina. O nosso cliente valoriza cada vez mais a eficiência operacional e a rentabilidade. Sustentabilidade: A crescente consciência ambiental também tem influenciado fortemente o setor, com uma procura por equipamentos mais eficientes energeticamente, com menor pegada ecológica e maior durabilidade. Especialização: A diversidade tecnológica dos veículos – elétricos, híbridos, sistemas ADAS, conectividade – exige equipamentos cada vez mais versáteis e especializados. Já não basta ter um elevador ou uma máquina de diagnóstico genérica; é necessário ter soluções adaptadas a cada tipo de veículo e tecnologia, com capacidade de atualização constante. A nossa missão tem sido não apenas acompanhar a evolução, mas antecipá-la, posicionando-nos como um parceiro de confiança para oficinas que querem estar na vanguarda da tecnologia e da qualidade.
Como se pode ser competitivo no setor dos equipamentos oficinais atualmente?
Ser competitivo no setor dos equipamentos oficinais, atualmente, exige muito mais do que simplesmente comercializar produtos. Trata-se de oferecer valor acrescentado de forma consistente, num mercado cada vez mais exigente, técnico e em constante transformação: Representar marcas de confiança e qualidade reconhecida internacionalmente; oferecer suporte técnico e formação contínua aos clientes; ter capacidade de resposta rápida e soluções adaptadas às necessidades específicas de cada oficina; investir em inovação e acompanhar as tendências do setor automóvel. Na Altaroda, temos orgulho em cumprir todos estes requisitos. A nossa missão passa por contribuir para o sucesso dos nossos clientes, oferecendo-lhes não apenas produtos, mas soluções completas, conhecimento técnico e um compromisso contínuo com a excelência.
O que, no seu entender, poderá ter mais impacto no setor dos equipamentos oficinais durante os próximos 10 anos?
Para além das tendências tecnológicas e regulatórias já amplamente discutidas, acredito que os fatores com maior impacto no setor dos equipamentos oficinais nos próximos 10 anos serão de natureza estrutural e estratégica, e não apenas técnica. Por um lado, a consolidação do setor e o crescimento das redes oficinais integradas irão promover modelos de gestão mais centralizados. Esta mudança poderá transformar profundamente a forma como os equipamentos são adquiridos, instalados e mantidos, privilegiando contratos de fornecimento em larga escala, soluções integradas e plataformas de serviço partilhado. A lógica passará da compra individual para a negociação coletiva, com impacto direto na dinâmica entre fornecedores e oficinas. Por outro lado, acredito que veremos uma transformação profunda no modelo de negócio: a tradicional venda de equipamentos poderá dar lugar a modelos baseados em subscrição, leasing ou pay-per-use, onde o cliente paga pelo uso e pelo desempenho, e não pela posse. Este paradigma exige uma nova abordagem comercial, baseada em confiança, disponibilidade e valor contínuo, e poderá redefinir o papel do fornecedor, que passará a ser também gestor de serviço e parceiro operacional. Na Altaroda, estamos atentos a estas mudanças menos óbvias, mas potencialmente mais transformadoras. A nossa visão estratégica passa por antecipar não apenas as tendências tecnológicas, mas também os novos modelos de negócio, os comportamentos dos clientes e as dinâmicas emergentes do setor. Ser competitivo no futuro será, acima de tudo, saber adaptar-se com inteligência, agilidade e visão de longo prazo.
Como perspetiva que será o negócio dos equipamentos daqui a 10 anos? Que equipamentos mais serão comercializados para as oficinas?
Daqui a 10 anos, o setor dos equipamentos oficinais irá refletir a evolução acelerada da indústria automóvel, que caminha para uma mobilidade cada vez mais elétrica, autónoma e conectada. Esta transformação exigirá das oficinas uma capacidade técnica altamente especializada e uma infraestrutura equipada com tecnologia de ponta, nomeadamente: Equipamentos para calibração de sistemas ADAS e condução autónoma. Com o crescimento dos veículos equipados com sistemas ADAS e, futuramente, com funcionalidades de condução autónoma, será essencial dispor de equipamentos capazes de calibrar sensores, câmaras e radares. Estes sistemas serão críticos para a segurança rodoviária, e a sua manutenção exigirá ferramentas altamente especializadas e certificadas. Soluções para manutenção de baterias e sistemas elétricos: A eletrificação total da frota automóvel trará novos desafios às oficinas, nomeadamente na gestão, diagnóstico e reparação de baterias de alta voltagem, sistemas de carregamento, inversores e motores elétricos. Equipamentos para análise térmica, regeneração de células e monitorização de desempenho energético serão cada vez mais comuns. Ferramentas conectadas à cloud, com diagnósticos remotos e atualizações automáticas: A digitalização continuará a evoluir, e os equipamentos oficinais estarão cada vez mais integrados em plataformas digitais, permitindo diagnósticos remotos, atualizações de software em tempo real e comunicação direta com os fabricantes. A conectividade será um fator-chave para garantir eficiência, rapidez e precisão nos processos de reparação. Na Altaroda, estamos já a preparar-nos para este futuro com uma estratégia clara e ambiciosa. Um dos marcos mais significativos dessa preparação é o lançamento da Altaroda Academy e a inauguração do nosso novo centro de formação técnica. Este projeto representa um compromisso firme com o desenvolvimento de competências no setor. A Altaroda Academy será um verdadeiro hub de conhecimento e inovação, onde técnicos e parceiros poderão adquirir formação especializada, experimentar novas tecnologias e preparar-se para os desafios da mobilidade moderna. Acreditamos que o futuro será desafiante, mas também cheio de oportunidades para quem estiver preparado. E na Altaroda, estamos comprometidos em ser parte ativa dessa transformação, como parceiros estratégicos das oficinas que querem crescer com confiança, visão e competência.
