O mais recente CLEPA Pulse Check, inquérito semestral realizado em parceria com a McKinsey, indica que a indústria europeia de fornecedores auto enfrenta uma pressão crescente sobre a sua base produtiva.
O estudo revela que lucros reduzidos, capacidade de produção em declínio e concorrência estrangeira, sobretudo da China, ameaçam a competitividade e a capacidade de investimento do setor. O CLEPA indica que 70% dos fornecedores esperam margens de lucro inferiores a 5%, valor mínimo necessário para sustentar investimentos em tecnologia, competências e capacidade produtiva. Um terço antecipa lucros quase nulos, colocando em risco empregos, investigação e desenvolvimento e o crescimento futuro.
“Lucros persistentemente baixos estão a conduzir o setor por um caminho perigoso. Sem medidas decisivas, a produção de peças na Europa corre o risco de desaparecer, com empresas a relocarem ou a encerrar operações, comprometendo empregos e know-how”, alerta Benjamin Krieger, Secretário-Geral da CLEPA. “A UE tem vantagens como local de investimento e produção, mas é urgente reforçar a competitividade, reduzindo custos de eletricidade, simplificando burocracias e melhorando as condições de financiamento. Políticas de conteúdo local devem garantir que o conhecimento crítico permaneça na Europa. Um quadro flexível e neutro em termos tecnológicos estimulará a inovação e acelerará a descarbonização do transporte rodoviário, assegurando um crescimento sustentável para o setor.”
Capacidade produtiva
A crescente pressão de custos e o ritmo lento de crescimento da procura estão a afetar a produção na Europa Ocidental. Metade dos fornecedores planeia reduzir a capacidade produtiva na região nos próximos cinco anos, enquanto apenas 10% prevê expansão. Por contraste, 49% antecipam crescimento na América do Norte, 42% na Ásia e 35% na China, evidenciando uma deslocação de investimento para regiões mais competitivas e mercados mais previsíveis.
A competitividade é agora o principal desafio para 86% dos fornecedores, mais 14 pontos percentuais face à última sondagem da primavera. A procura em declínio e a rápida adopção tecnológica fora da Europa intensificam a pressão sobre a base industrial europeia.
Concorrência chinesa
A concorrência de fornecedores chineses aumentou rapidamente, apoiada por vantagens de custo, subsídios significativos e uma sólida base doméstica. Atualmente, 69% dos fornecedores europeus já enfrentam concorrência de importações chinesas – um aumento de 12 pontos desde a primavera. Três em cada quatro esperam que esta pressão continue a crescer, aumentando a preocupação sobre a capacidade futura da Europa em manter uma cadeia de valor automóvel robusta.









