O que leva dois jovens, sem quaisquer ligações ao setor oficinal, a desenvolver um projeto que facilita o acesso dos clientes à oficina? Descubra o que é a Bookauto e como pode integrar este projeto.
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Booking, Über e Bookauto, entre muitos outros, são nomes de empresas que se serviram da tecnologia para desenvolver os seus negócios. Sendo um startup, a Bookauto, não criou propriamente um conceito inovador que, apesar de o ser em Portugal, já existe noutros mercados mais desenvolvidos.
No fundo, o que a Bookauto pretende dinamizar é o conceito de recolha, reparação e entrega do veículo ao cliente, controlando todo esse processo de princípio a fim.
“O que nos propomos fazer é a recolha e entrega da viatura, com a reparação incluída, sem que o cliente pague mais por isso, porque já está incluído no preço da reparação”, começa por explicar Vitor Soares, Co-fundador da Bookauto. Não tendo a Bookauto oficinas próprias, o funcionamento deste negócio é muito simples, embora exija um tremendo trabalho de terreno e de desenvolvimento tecnológico.
Através da plataforma (www.bookauto.pt) ou via telefone (através de um call center dedicado), o automobilista insere a matrícula do automóvel indicando também onde pretende que o veículo seja recolhido. De seguida seleciona o serviço pretendido e a data em que pretende realizá-lo, ficando de pronto a saber o preço que irá pagar (antes do carro ir à oficina e já com a recolha e entrega concluída). Se assim o entender pode, de pronto, adjudicar o serviço a efetuar. “Para o cliente a transparência é total, pois ele sabe quanto é que vai pagar para o serviço solicitado”, refere Rui Mamede, também ele responsável pela Bookauto, dizendo que se for detetado pela oficina mais algum problema no carro, o cliente será informado e terá a oportunidade de aceitar ou recusar o serviço adicional.
POR TRÁS DA BOOKAUTO
Se na prática para o automobilista o processo é muito simples, já o “back office” possui um processo que é relativamente complexo, exigindo tecnologia, investimento e uma constante presença no terreno angariando parceiros, sobretudo oficinas independentes. Recorrendo a plataformas tecnológicas de dados, os preços que podem ser obtidos para o serviço são com peças de qualidade equivalente incluindo a mão-de-obra. “Obviamente que com o evoluir dos pedidos, temos que a nar as questões das margens, mas são preços que consideramos justos e aceitáveis para os clientes e para as oficinas, com a vantagem do automobilista ter o serviço de recolha e entrega incluído”, refere Vítor Soares.
Estando o projeto ainda numa fase inicial, os primeiros acordos com oficinas independentes foram realizados na zona da grande Lisboa e Setúbal. “Nesta fase estamos a visitar muitas oficinas para aderirem à Bookauto, mas esperamos, no futuro, quando expandirmos o projeto para todo o país, que sejam as oficinas a quererem aderir”, explica Rui Mamede. Para aderirem ao projeto da Bookauto, existem uma série de requisitos que as oficinas devem cumprir. Em primeiro lugar terem capacidade e software disponível para poderem cumprir o plano de manutenção do fabricante (embora a Bookauto também disponibilize essa informação à oficina). Depois, têm que possuir um seguro, além de serem avaliados aspetos mais subjetivos como o número de mecânicos, o tipo de equipamentos que dispõe, a dimensão da oficina e o espaço disponível para estacionamento.
Para as oficinas aderentes à Bookauto as vantagens são também evidentes. No entender de Vítor Soares “a principal vantagem é a angariação de negócio para a oficina, isto é, quando a oficina é contactada por nós para fazer o serviço poderá aceitar ou recusar, mas não perdeu tempo a fazer orçamentos nem fez qualquer esforço para chamar o cliente”. O encaminhamento de serviço para as oficinas é feito, acima de tudo, por critérios geográficos, mas não só, pois a avaliação que é feita ao serviço de cada oficina pelo cliente pode condicionar um futuro encaminhamento. “Escolheremos numa mesma zona a oficina que tenha melhor ranking, pois é aquela que nos garante um melhor nível de serviço”, explica Rui Mamede. O call center da Bookauto terá todo o trabalho de back office desta plataforma como irá também permitir um melhor acompanhamento quer ao automobilista quer à oficina. “O costumer care é totalmente nosso, pois se houver algum problema é a Bookauto que assume”, explica Vítor Soares.
PEÇAS
Cabendo à oficina a responsabilidade da recolha e entrega do carro ao cliente (até como forma da oficina poder experimentar o carro), outra particularidade deste negócio tem a ver com as peças. “As peças são compradas pela Bookauto e não pela oficina”, assegura Vítor Soares, explicando que “o objetivo é criar um standard nas peças, garantindo a qualidade das mesmas, dentro da filosofia Bookauto. As oficinas são compensadas por via de um melhor valor de mão-de-obra”.
Por este facto, a Bookauto tem vindo também a desenvolver parcerias com grossistas de peças, que irão ser alargadas em função do crescimento geográfico da Bookauto. Revelando que as oficinas estão a aderir muito bem a este projeto, estes dois jovens empreendedores reconhecem que este é um serviço com muita margem para crescer, especialmente em ambiente urbano e que tem nas frotas uma boa oportunidade. “Queremos democratizar este serviço. Temos preços muito competitivos e achamos que é uma solução que será muito boa para os nossos parceiros oficinais”, conclui Rui Mamede.
É intenção dos responsáveis por este projeto exportar o conceito, mas entretanto o objetivo é ter, num ano, entre 300 a 400 oficinas parceiras, que permita à Bookauto fazer a cobertura de todo o território nacional e atingir os 6.000 serviços. Porém, em cinco anos a Bookauto quer ter uma quota de mercado de 15% do total de reparações de veículos automóveis ligeiros feitas no nosso país.
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