A Alemanha aprovou o projeto de lei que entrará em vigor em 2030 e agora vai começar a fazer lobi para que estas medidas sejam adotadas também pelos restantes países da União Europeia. A transformação do setor recebe assim mais um forte empurrão.
De acordo com o jornal Der Spiegel, foi aprovado na câmara alta (Bundesrat) no parlamento alemão, um projeto de lei que propõe um impedimento para comercialização de carros novos movidos a motores a combustão no mercado local a partir de 2030. Os parlamentares germânicos deverão agora incentivar políticos de outros países membros da União Europeia em Bruxelas, a fim de obter um consenso sobre incentivos fiscais somente para carros elétricos matriculados a partir de 2030.
Segundo o parlamentar do partido Greens, Oliver Krischer, “se o acordo de Paris, para reduzir as emissões de poluentes e o aquecimento global, for levado a sério, não há como serem permitidos carros novos com motor a combustão nas estradas depois de 2030”.
O problema – especialmente para a Alemanha – é que se uma proposta para venda apenas de carros elétricos for aprovada, mesmo que a partir de 2030, o impacto na indústria será enorme, já que milhares de postos de trabalho serão cortados no país. O impacto será maior nos fornecedores do que nos construtores automóveis, além de toda a transformação que isto implica para o setor da manutenção e reparação automóvel.
Alguns países da Europa e fora dela já manifestaram intenções de encerrar as vendas de carros movidos puramente a gasolina, diesel ou GNV, entre eles Noruega e Holanda, já a partir de 2025. Até mesmo a Índia, um mercado bem maior, quer ser o primeiro grande player mundial a ter somente carros elétricos nas lojas a partir de 2035.
A Volkswagen, por exemplo, quer vender 10 milhões de carros verdes em 2025, sendo sete milhões de híbridos plug-in e três milhões de carros puramente elétricos, sendo um milhão só com o logotipo VW. Mas, a Daimler não quer ver a rival como líder entre os elétricos e já prepara uma ação para ter a primeira posição entre os carros plug-in. No entanto, a expectativa era que isso pudesse ocorrer em 2020, mas agora a previsão foi avançada para 2025.
BMW e Opel estão mais comedidas quanto a um avanço maior sobre o mercado de elétricos como as duas gigantes da indústria alemã. Já a Ford prepara o Model E para os EUA e deve ampliar a gama de elétricos na Europa, mas também sem grandes ambições.