Para Isabel Basto, COO Aftermarket Portugal do Grupo Nors (AS Parts), se em 2022 houver crescimento económico no país, poderá vir a ser um bom ano para o aftermarket.

Os preços médios das peças para automóveis aftermarket vão continuar a subir em 2022?
A informação que recebemos dos fabricantes com quem trabalhamos é que sim vão continuar a subir e será em linha com o que tivemos em 2021.

Que efeitos poderá ter no mercado de peças para automóveis aftermarket os preços mais altos, a escassez da oferta e a maior pressão comercial?
Os preços serão repercutidos ao longo da cadeia, sendo que será o consumidor final a suportar este custo. A forte probabilidade de rutura de stock é de fato a parte mais impactante no nosso negócio.

Os cenários de escassez na oferta poderá dar lugar à entrada mais evidente, no negócio de peças, de peças com menor qualidade?
Na minha opinião as peças com menor qualidade são as que normalmente chegam via Ásia, e o preço das mesmas está incomportável devido ao transporte, logo não me parece que aumentem a sua expressão no contexto atual.

Vendas de carros novos a desceram, aumento da quilometragem média dos atuais, parque mais envelhecido, entre outros indicadores, serão só por si um bom cenário para o negócio das peças aftermarket em Portugal? Que outros fatores poderão condicionar (positiva ou negativamente) o mercado das peças aftermarket em 2022)?
Como sabemos a curto prazo a diminuição de compra de carros novos é favorável ao aftermarket. De uma foram geral penso que se houver crescimento económico no país , vamos ter um bom ano no aftermarket. Vamos aguardar e esperar que as linhas de produção dos fabricantes estabilizem.

Será em 2022 que se dará o “Boom” da digitalização do pós-venda em Portugal ou continuará o seu processo lento e gradual?
A digitalização do pós-venda está em curso, havendo muitas empresas a investir e a melhorar a sua presença digital, utilizando diferentes canais de comunicação ou melhorando o site da empresa, como é o nosso caso. A dificuldade na identificação das peças e o número elevado de devoluções característico deste negócio penso que continuará a dificultar a entrada de players no mercado com génese mais digital.