As plataformas da Pós-Venda assinalam uma década de atividade. Para celebrar este marco, reunimos os testemunhos de vários profissionais do aftermarket, entre eles Rafael Dias, da Indasa.
O que está a suceder no setor da repintura automóvel atualmente, era o que previa há 10 anos?
Tal como se previa o setor da repintura automóvel vive um período de transformação, marcado pela escassez de mão de obra qualificada. A inovação tecnológica e os produtos mais sustentáveis já são parte do dia a dia, apoiando processos mais rápidos e precisos. Ao mesmo tempo, a pressão de seguradoras, frotas e clientes impõe padrões elevados de qualidade com margens cada vez mais reduzidas, exigindo produtividade e especialização constantes.
O que mais teve impacto na repintura automóvel nos últimos 10 anos?
A repintura automóvel tem sido transformada pela digitalização, que aumenta a precisão e reduz erros ao longo de todo o processo. Novos produtos e tecnologias tornam o trabalho mais rápido e eficiente, enquanto programas estruturados ajudam a controlar consumos e processos de forma a aumentar a rentabilidade. A sustentabilidade ambiental ganha cada vez mais importância, com sistemas de aspiração eficazes, menor emissão de COV e produtos à base de água. Ao mesmo tempo, investimentos em equipamentos energeticamente eficientes tornam as oficinas mais modernas e competitivas.
Como caracteriza o momento atual da repintura automóvel em Portugal?
O setor da repintura automóvel em Portugal mantém-se em boa saúde, com procura estável e oficinas a operar de forma consistente. Os grandes grupos ganham cada vez mais peso, enquanto pequenas oficinas familiares têm mais dificuldades em acompanhar a modernização. A pressão por preços e eficiência obriga a processos mais rápidos e económicos, sem comprometer a qualidade.
Em 2035 qual será, no seu entender, o ponto da situação na repintura automóvel?
Em 2035, a repintura automóvel será mais sustentável, com produtos de baixo impacto ambiental e processos energeticamente mais eficientes. A tecnologia avançada permitirá automatizar alguns processos. Interação de todo o processo de reparação com seguradoras e clientes. A condução autónoma será cada vez mais uma realidade, com menos sinistros, haverá mais espaço para recondicionamento, personalização e criatividade estética. Os profissionais dedicar-se-ão a tarefas de maior valor acrescentado, enquanto a robótica e a digitalização cuidam dos processos standard.
O que mais poderá ter impacto, durante os próximos 10 anos, na área da repintura automóvel?
Nos próximos 10 anos, a repintura automóvel terá de lidar com a escassez de mão de obra qualificada, impulsionando investimentos em formação e automação. Produtos mais rápidos, eficientes e sustentáveis reduzirão custos e tempos de ciclo, enquanto processos estruturados garantirão competitividade num mercado de margens apertadas. A pressão regulatória e social acelerará a adoção de soluções ambientalmente mais responsáveis.
