A componente prática do curso de mecatrónica automóvel do agrupamento de Escolas Emídio Navarro prepara os alunos para os desafios futuros da vida profissional.
A primeira Escola Industrial e Comercial de Almada foi criada em 1955, tendo-se transformado, em 1958, na Escola Industrial e Comercial Emídio Navarro. Para o setor automóvel, atualmente funcionam no Agrupamento de Escolas Emídio Navarro (AEEN) cursos Profissionais de construção e reparação de veículos a motor e mecatrónica automóvel. “São cursos de três anos, correspondentes ao 10.º, 11.º e 12.º ano. Cerca de 70% das horas dos cursos são de componente prática, dada por professores com qualificação académica própria e técnicos especializados”, explica Manuel Gonçalves Além, Diretor do Agrupamento de Escolas Emídio Navarro, que adianta: “dadas as excelentes condições oficinais das instalações da escola, a formação é preferencialmente lecionada nas mesmas, sendo que, em alguns momentos, os alunos deslocam-se a empresas do ramo, como centro de inspeções, empresas de comercialização de componentes, exposições e eventos do ramo automóvel e de ciclomotores e obtenção de informação mais criteriosa em áreas específicas, através da presença de técnicos especializados de empresas do ramo automóvel, Renault e Citroën, que se disponibilizam a ir à escola, para fazer sessões de demonstração e esclarecimento e algumas técnicas que não fazem parte dos conteúdos programáticos.
As condições da escola em termos oficinais consideram-se bastante boas, dado que tanto em termos de oficina de mecânica geral, como de mecânica auto, estão munidas de equipamentos que permitem que os alunos tenham os meios técnicos, para a obtenção da sua formação técnica. “Os alunos no final de ciclo de estudos, de três anos, e após defesa da prova de aptidão profissional, que consiste num relatório, apresentação perante um júri, e execução de um protótipo, adquirem um diploma equivalente ao ensino secundário em que a conclusão do 12.º ano apenas atribui uma qualificação de nível 3, e um certificado de qualificação profissional de nível 4. Estes, permitem o ingresso nos cursos técnicos superiores profissionais e o acesso ao ensino superior para a obtenção de uma licenciatura”, refere.
ESTÁGIOS
Os estágios destes cursos profissionais são realizados “em empresas certificadas, tais como: Renault, Audi, Nissan, Citroen, Volkswagen; Peugeot, Hpturbo, Norauto, Sadiauto, Trevo Radical, Auto Aragão, Euro Repar, Auto Monumental do Laranjeiro, entre outros. Os alunos no 12º ano, por mérito escolar e/ou pessoal, realizam estágio numa empresa de igual mérito no estrangeiro, integrado no Projeto ERASMUS +, como já decorreram em anos anteriores: Barcelona, Sevilha, Palma de Maiorca, Sicília, Praga, Oulu, ou Metz”, indica Manuel Gonçalves. Além, que explica que a escolha do local da realização de estágio, tem como prioridade a área de residência do aluno e a sua preferência. “O estágio é de 600 horas, repartido por dois anos, 11.º ano 200 horas e 12.º ano 400 horas e tem uma taxa de empregabilidade de cerca de 80%”.
Manuel Gonçalves Além
Diretor do Agrupamento de Escolas
Emídio Navarro
Que aspetos diferenciam a oferta formativa da AEEN?
Estudar e trabalhar em laboratórios e oficinas modernas e bem equipadas; mais de metade do curso ser composto por disciplinas com uma forte componente de prática real e simulada; dispor do apoio de professores que ajudam a concretizar projetos tecnológicos úteis, atrativos e atuais no âmbito das diversas áreas abrangidas pelo curso; o curso em que todas as disciplinas são organizadas por unidades de curta duração/módulos, permitindo uma maior flexibilidade e respeito pelos teus ritmos de aprendizagem. A avaliação atribui um grande peso às competências técnicas e práticas adquiridas e à atitude demonstrada. A possibilidade de estágio em empresas no estrangeiro. No futuro, tendo em vista o desenvolvimento tecnológico associado à sustentabilidade, tudo leva a crer que haverá novidades.
A AEEN está disponível para dar formação à medida de um cliente específico?
Sim, de acordo com o Referencial de Formação estabelecido, segundo a Área de Educação e Formação e mediante da disponibilidade de horário e de instalações.
Como avalia a formação neste setor em Portugal e como prevê o futuro desta área?
A oferta em geral é boa, no entanto, seria necessário haver mais oferta especializada no que refere a tratamento e pintura de chapa e funcionamento do sistema elétrico e eletrónico dos veículos, motivada pela evolução constante das tecnologias associadas à sustentabilidade. Está em processo crescente, dado o desenvolvimento de novas tecnologias, a que as marcas submetem os seus veículos, como sejam, a introdução de novos materiais resistentes e mais leves, tornando-os mais económicos em termos de consumo, mais seguros e aumentando o conforto e bem-estar do interior do veículo.
Consulte aqui o artigo completo.Artigo publicado na REVISTA PÓS-VENDA 90, de março de 2023. Consulte aqui a edição.