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Andel: Replicar o modelo de distribuição em Portugal

2 Novembro, 2023

De modo a celebrar a sua recente entrada no mercado português, a Andel, grossista espanhol de peças de automóveis, realizou na cidade do Porto a 9ª edição do seu habitual congresso anual, com o tema “União, Compromisso e Futuro”.

A Andel já está em Portugal. Em junho de 2022 anunciou a sua presença em Portugal, em novembro passado inaugurou o seu primeiro armazém e, já em 2023, fez o seu Congresso (o último tinha sido antes da pandemia em 2019) na cidade do Porto, uma forma de reforçar a sua entrada em solo luso, dando assim seguimento à sua estratégia de crescimento no mercado ibérico.

Agora com 16 anos de mercado, o mais recente passo da Andel foi precisamente a abertura de uma estrutura de vendas em Portugal, a primeira no nosso país, reforçando assim a presença na Península Ibérica da empresa de Sevilha, que está também presente em Málaga, Barcelona e Madrid.

Na abertura deste concorrido congresso, Enrique Junquera, Diretor Geral da Andel, fez um balanço da operação desta empresa e reforçou quais são os seus pontos fortes no mercado.
Um dos primeiros temas abordados por Enrique Junquera teve tudo a ver com o tema deste congresso “União, Compromisso e Futuro” começando por dizer que a “união é compartir informações, esforços, projetos, problemas e Ailusões com os seus parceiros”, e reforçou que “a união é fundamental e isso leva a que tenha que haver compromisso, empatia e paciência, mas também oferecer-se quanto mais se necessita. No fundo tem que haver respeito!!!”.

Num discurso com muitos “recados” para os parceiros e fornecedores, Junquera reforçou que a empresa se dedica apenas à venda de peças ao retalho e que essa é a sua estratégia também para o mercado português. O Diretor Geral assume que o objetivo é replicar o mesmo modelo de distribuição em Portugal que tem dado frutos em Espanha, afirmando que “estamos muito satisfeitos com a nossa presença em Portugal, vamos cautelosamente, mas sem pausas. Temos a mesma política que em Espanha, isto é, fazemos vendas exclusivas a lojas de peças de forma ordenada, respeitando zonas de influência. Estamos preparados para trabalhar com as lojas de peças em Portugal com um projeto de negócio vencedor, eficaz e transparente”.

Enrique Junquera recordou que não é por acaso que este modelo de distribuição que a empresa implementou há 16 anos está cada vez mais forte e que não vê razões para o mesmo não singrar em Portugal.

DADOS
A Andel faturou em 2022 49,8 milhões de euros, tendo alcançado um crescimento de 9,17%. A marca própria Andel, que vai ser continuamente reforçada, faturou mais de 13 milhões de euros. O Diretor Geral da Andel falou também da forte aposta em stock. Em 2022 o stock evoluiu 25,7%, tendo um valor de 14 milhões de euros (era de 8,7 milhões em 2019). Contudo, Junquera deixou um recado aos parceiros, que penalizem os grossistas que pedem os urgentes (em vez de aumentar a tabela para todos) quando “a aposta é servir o mais rapidamente os clientes. Nesse sentido, não vamos poupar esforços”. Para Junquera a questão “é ter a peça”. A empresa tem 91.212 referências em stock, tendo uma aposta clara em ter pelos menos 2 a 4 marcas por cada linha de produto e que “essa estratégia foi muito importante para compensar os problemas que tivemos no abastecimento nos últimos tempos”, afirmar Junquera, reforçando que “trabalhamos a disponibilidade. A nossa taxa de abastecimento é de cerca de 94%”.

A Andel trabalha neste momento com 120 associados, que representam cerca de 177 pontos de vendas e que a aposta está em fazer crescer este número, agora que tem presença em Portugal. Neste congresso não foram fornecidas quaisquer informações ou objetivos para o mercado português, mas o ambiente foi de muita confiança na dinâmica deste projeto. Por último foi feita uma referência à rede de oficinas promovida pela Andel, que neste momento conta com 276 oficinas aderentes, que têm acesso a todo o tipo de informação técnica que lhes permite reparar qualquer carro. É também provável que a mesma possa vir a ser dinamizada em Portugal, mas nesta altura a proposta em fazer crescer a Andel junto dos retalhistas de peças em Portugal.

O Congresso da Andel teve ainda outros momentos bem interessantes, como uma “mesa redonda” com Benito Tesier (Sernauto), Carlos Martín (Ancera) e Joaquim Candeias (ACAP/DPAI) que falaram sobre o desenvolvimento do aftermarket, com todos a concordarem que o modelo de negócio associado a este mercado vai ser ainda muito forte nos próximos (largos) anos. Foi também apresentada uma análise do mercado pós-venda em Espanha e Portugal, por parte da GIPA, a cargo do seu diretor em Espanha, Fernando López, que mostrou, entre muitos outros dados, que existe um crescimento no número de oficinas de serviços rápidos / auto centros em detrimento do número de oficinas independentes (mecânica, colisão e pneus), sendo esta uma tendência que se tem vindo a verificar nos últimos anos.

Artigo publicado na REVISTA PÓS-VENDA 91, de abril de 2023. Consulte aqui a edição.

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