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Apetro divulga conclusões do estudo Visão 2050 sobre combustíveis

27 Setembro, 2018

Em 2050, os combustíveis líquidos de baixo teor de carbono poderiam reduzir em 87% as emissões líquidas de GEE (Gases com Efeito de Estufa) de veículos ligeiros, comparativamente a 2015. Esta foi uma das conclusões da Conferência Apetro 2018, recentemente realizada.

Foi apresentado no dia 25 na Conferência Apetro 2018, um estudo aprofundado acabado de publicar pela FuelsEurope, que desenvolvendo a sua Visão 2050, delineando uma estratégia para os combustíveis líquidos de baixo teor de carbono, de forma a reduzir as emissões líquidas de CO2 do transporte até 87% em comparação com 2015, valor semelhante ao que se poderá alcançar num ambicioso cenário de VE’s.

Esta estratégia oferece uma solução global para o transporte, incluindo os segmentos da aviação, marinha e transporte rodoviário pesado, que representam um enorme desafio. A abordagem tecnologicamente neutra apresentada, permitiria que muitas tecnologias competissem e contribuíssem para o objetivo geral de reduzir as emissões de GEE do transporte. O estudo também mostra que este cenário poderia ser mais suportável para as finanças públicas dos Estados Membros, através da redução de 50% do investimento necessário para a infra-estrutura da rede de carregamento de VE’s, e da menor redução nas receitas fiscais.

Em complemento aos princípios gerais da sua estratégia de longo prazo para os combustíveis líquidos de baixo teor de carbono apresentados em abril, a Visão 2050 da FuelsEurope contém um estudo abrangente descrevendo a estratégia em detalhe, delineando propostas de políticas, e elencando uma série de tecnologias de baixo carbono que estão atualmente a ser desenvolvidas ou implementadas.

A Visão 2050 também inclui as principais conclusões de um valioso e extenso estudo da Ricardo, que compara um cenário que atinge reduções de GEE nos veículos rodoviários ligeiros principalmente a partir de eletrificação completa até 2050, com um cenário alternativo que utiliza uma combinação de tecnologias, com alguma eletrificação e com combustíveis de baixo carbono. Este cenário alternativo permite, em primeiro lugar atingir o mesmo nível de emissões de CO2 que um cenário elevado de VE’s, em segundo lugar mostra que as tecnologias são complementares à eletrificação, e em terceiro lugar representa um custo muito menor para as finanças públicas no que diz respeito à infraestrutura da rede de carregamento de VE’s – 390 mil milhões de € vs os 830 mil milhões de € para o cenário elevado de VE’s. Todos os cenários são muito ambiciosos, mas é evidente que a utilização de uma gama mais ampla de tecnologias, em vez de exclusivamente a eletrificação, pode reduzir os riscos de limitação de recursos para alcançar as metas de redução de GEE.

A Visão da Indústria de Refinação consiste em combustíveis líquidos e produtos com intensidade de carbono progressivamente mais baixa, utilizando cada vez mais novas matérias-primas, tais como: energia renovável, hidrogénio e biomassa, resíduos e CO2 capturado, como parte de um “cluster” de fabricação muito eficiente, capaz de abastecer cidadãos e empresas da Europa. Baseia-se em muitas tecnologias diferentes que já estão desenvolvidas, mas que se encontram em estágios iniciais de comercialização. Tal como sublinhou Alessandro Bartelloni, Diretor da FuelsEurope que apresentou a Visão 2050 na Conferência da Apetro, existe outra grande vantagem na implementação dessas tecnologias, pois o combustível será fornecido para todos os veículos rodoviários que atualmente já utilizam motores de combustão interna, permitindo assim uma redução maior de GEE, do que a redução baseada numa abordagem que depende da mudança total do parque automóvel para VE’s.

A Visão 2050 da indústria é uma proposta abrangente para reduzir as emissões de GEE nos transportes e com o desenvolvimento de combustíveis líquidos de baixo teor carbónico, podemos alcançar os objetivos climáticos de longo prazo da UE, fornecendo uma solução para todos os setores de transporte, tanto mais que não existe, hoje, nenhuma alternativa aos combustíveis líquidos para uma parcela significativa de transportes, como é o caso dos transportes  aéreos, marítimos e pesados de mercadoria, não esquecendo igualmente a necessidade de matérias-primas sustentáveis para a indústria petroquímica.

 

Esta estratégia é também uma oportunidade industrial para a Europa ganhar a liderança nas tecnologias de baixo carbono, todas elas fundamentais para a estratégia de uma base industrial mais vasta. Com o desenvolvimento adequado da estrutura política de longo prazo de forma a atrair investimentos na Europa, a refinaria do futuro pode ser uma unidade de produção de baixo carbono, pioneira e integrado num polo industrial de indústrias, capaz de expandir essa colaboração industrial a futuras tecnologias de baixo carbono.

Alessandro Bartelloni referiu também que os estágios iniciais desta estratégia já são uma realidade, mostrando alguns dos muitos projetos, concluídos, iniciados e planeados pela Indústria da refinação europeia, sublinhando a necessidade de uma evolução da visão política e das próprias políticas, de forma a concretizar todo o potencial desta ambiciosa Visão para os combustíveis, os transportes e as indústrias de energia intensiva, integrando-as nas estratégias industriais e tecnológicas do futuro da Europa.

Leia a Visão 2050 e as Propostas de Políticas Específicas AQUI

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