Foi hoje oficialmente apresentado em Lisboa o estudo “Combustíveis de Baixo Carbono em Portugal – Perspectivas para 2030”, que mostra que o nosso país dispõe de condições técnicas e recursos endógenos para cumprir as metas europeias de 2030, desde que exista vontade política.
Numa sala cheia, com mais de 100 inscritos presentes, foi apresentado, pela Plataforma de Combustíveis de Baixo Carbono (PCBC), o Estudo sobre “Combustíveis de Baixo Carbono em Portugal – Perspevtivas para 2030”. Este estudo realizado pelos parceiros da PCBC, a NOVA School of Science and Technology, o Instituto Politécnico de Setúbal e o Instituto Politécnico de Leiria, o estudo contou com o apoio total dos membros da Plataforma para a sua conclusão.
Após nota de abertura feita por Ana Souta, Diretora-Geral da ANTRAM, o evento contou logo de início com a participação de Vítor Santos, Professor do ISEG, que, de forma esclarecida, deu o pontapé de saída ao tema, no que toca à evolução das políticas públicas europeias e nacionais e à evolução do uso de combustíveis e biocombustíveis em Portugal. Recorrendo igualmente à perspectiva da descarbonização setorial, Vítor Santos reforçou a ideia da necessidade de um cabaz energético composto não apenas por eletricidade, mas contando também com a importante contribuição dos novos combustíveis renováveis e de baixas emissões.
A apresentação do estudo, feita pelos Professores Nuno Lapa (NOVA), Luís Serrano (IPL) e Marco Marques (IPS), focou os principais objetivos concretizados, nomeadamente a questão da disponibilidade futura de matérias-primas para a produção de biocombustíveis, e qual o seu real impacto na cadeia de valor, apresentando os resultados de uma análise prospetiva, tendo em consideração o Plano Nacional de Energia e Clima (PNEC 2030), considerando três cenários de incorporação de energias renováveis nos transportes:
– Cauteloso: 21,2% (situa-se abaixo da meta de 29% em 2030).
– Moderado: 26,9% (situa-se ligeiramente aquém da meta).
– Ambicioso: 39,5% (ultrapassa amplamente a meta).
Como conclusão geral, o estudo mostra que Portugal dispõe de condições técnicas e recursos endógenos para cumprir as metas europeias de 2030. Contudo, o sucesso da transição dependerá de decisões políticas firmes, capazes de mobilizar investimento, garantir previsibilidade regulatória e promover uma estratégia equilibrada entre eletrificação, biocombustíveis avançados e RFNBOs, complementada pelo biometano, face à atual estrutura das frotas. Só assim será possível atingir as ambiciosas metas definidas pela UE para 2030 e a neutralidade carbónica no setor dos transportes até 2050, com justiça económica, social e ambiental.
Neste evento foi igualmente realizada uma mesa-redonda, com presença da EPCOL, ABA, ANTRAM e LNEG, representado por Francisco Gírio, na qual foram debatidas questões sobre o estudo, mas principalmente a forma como a informação sobre CBC está a ser transmitida e usada para fora do setor. Por outro lado, também se deu ênfase à problemática da necessidade de importação versus produção interna de matéria-prima, em Portugal.
Por último, Nelson Lage, Presidente da ADENE, em nota de encerramento, mencionou os vários projetos já em concretização no território nacional, bem como a disponibilidade da Instituição a que preside em apoiar e colaborar na divulgação dos combustíveis de baixo carbono, referindo ainda a importância da participação ativa de todos os intervenientes na cadeia de valor do setor, na consulta pública sobre a transposição da REDIII.
DOWNLOAD DO ESTUDO SOBRE “COMBUSTÍVEIS DE BAIXO CARBONO EM PORTUGAL – PERSPETIVAS PARA 2030”









