Há pouco mais de um ano, a Divpax aderiu à Redeinnov. Um passo importante na atividade do retalhista de Beja que procura desta forma acompanhar as tendências do setor.
TEXTO PAULO HOMEM
Não se pode dizer que a Divpax não tenha experiência e conhecimento do setor do retalho de peças. A empresa foi fundada em 2005 e os seus sócios e gerentes são pessoas que estão no ramo há muitos mais anos.
Apesar de tudo, os responsáveis da Divpax avaliaram o que se estava a passar no mercado, local e globalmente, e um dos primeiros passos (nesta fase mais recente da empresa) foi a mudança de instalações, que permitiu melhorar a logística (receção de encomendas e funcionalidade do armazém), como também aumentar o espaço disponível para stock e para a receção aos clientes, com um moderno e amplo balcão de atendimento e uma loja onde o cliente também tem acesso a conhecer uma parte da gama de produtos que a Divpax comercializa.
Porém, o mercado continua a evoluir e a transformar-se, com Alexandre Calado, sócio-gerente da empresa a considerar que “muitos clientes já se socorrem da internet para ver as peças e os preços, nomeadamente os particulares, e por outro lado, as oficinas estão a ser bombardeadas todos os dias com as propostas diretamente dos importadores de peças e lubrificantes”. Esta situações geram naturalmente uma concorrência acrescida e uma enorme pressão no preço dos produtos, mas também a chegada de novos concorrentes ao mercado local, nos últimos anos, trouxe novos desafios e outras formas de trabalhar.
Atendendo à dinâmica do mercado, a Divpax decidiu também que estava na altura de abraçar novos projetos dentro do retalho de peças, tendo em março de 2017 aderido à Redeinnov.
“A pertencer a uma rede, podemos forneceu aos nossos clientes diversas ferramentas que ninguém estando no mercado sozinho consegue oferecer”, refere Alexandre Calado, apontado ainda que outra vantagem “é podermos ter outros meios que nos permitam combater alguns dos grossistas que trabalham diretamente com as oficinas, o que se traduz numa grande pressão nos preços, pois compram por vezes mais barato do que aquilo que os retalhistas lhes estão a vender”.
Se em termos da dimensão do stock e da resposta às necessidades dos clientes, a Divpax já conseguia corresponder às necessidades dos seus clientes, a verdade é que a integração da Redeinnov trouxe a este retalhista algumas novas marcas, como gama de amortecedores Monroe, bem como alguma oferta na Valeo e na Breda Lloret, que assim se vem juntar a algumas marcas históricas da empresa, como a TRW.
Por isso, os efeitos de integrar esta rede já começam a sentir-se no dia-a-dia da empresa, não só ao nível da organização das compras, mas também, segundo Alexandre Calado, “na relação com outros parceiros da rede que é também muito importante, pois aprendemos muitos com as experiências que partilhamos entre todos”.
Um dos projetos que já está a decorrer é a plataforma oficinal (pedidos online, consulta de preços, consulta de stock, etc), que a Divpax já começou a disponibilizar a alguns clientes como projeto-piloto desde abril passado. “Tem sido um projeto interessante que poupa trabalho a ambas as partes e que gradualmente iremos introduzindo em mais oficinas” refere o mesmo responsável.
MERCADO
A interioridade é algo com que a Divpax e os seus concorrentes se têm que debater, devido à dispersão das oficinas pela região. “Para fazermos 50 clientes na distribuição, como acontece noutras zonas de Portugal, aqui tínhamos que percorrer mais de 500 quilómetros num dia e isso não é possível. Tal situação leva o nosso cliente a ter mais tempo para pensar e para tomar a decisão sobre onde deve comprar a peça, acabando por optar pela que vende mais barato. Por isso o preço é também muito importante na nossa atividade”, explica Alexandre Calado, que considera que não tem havido um aumento do consumo de peças, num mercado como o de Beja, que na sua opinião se tem mantido estabilizado.
Revela ainda o gerente da Divpax que o consumidor final já está muito informado sobre o preço das peças (vê nas plataformas B2C) e pressiona muito as oficinas. “Estamos atentos a tudo isso e não abdicamos de ter preços diferenciados para o consumidor e para as oficinas, mas notamos que existe uma grande pressão no preço”, comenta. “Por outro lado, somos muito sobrecarregados quando o cliente quer aquela peça que não encontra nessas plataformas”.
As vendas em balcão continuam a ser ainda muito representativas no negócio da Divpax, tendo parte da distribuição entregue a estafetas externos para clientes mais distantes, incluindo uma carrinha própria com rotas definidas diariamente para determinadas zonas.
Ao todo, na Divpax trabalham sete profissionais, quatro deles ao balcão, apoiados por um armazém de 800 m2 (em dois pisos), num edifício construído de raiz para o negócio de peças.
Alexandre Calado espera que muito do futuro da Divpax passe pelo seu crescimento dentro da Redeinnov, considerando que foi “uma boa aposta”, que irá permitir “introduzir gradualmente novas marcas no mercado”, mas também “dinamizar todas as novas plataformas tecnológicas que estão a ser trabalhadas para a oficina e que consideramos muito necessárias”.
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