À PÓS-VENDA Luís Magalhães, da Nipocar, revela à PÓS-VENDA de que forma a empresa se está a preparar para o período pós-pandemia.
Quais são os fatores / indicadores a ter em atenção na recuperação futura do negócio do aftermarket, na perspetiva do grossista de peças?
A recuperação do negócio de aftermarket passa pela estabilização da situação a nível do Covid-19. Assim que as pessoas regressem à sua atividade, a procura a nível de peças aumentará na sequência de haver também um maior aumento da atividade das oficinas. Por isso um dos fatores a ter em conta será a confiança de todos os consumidores em visitar novamente as garagens. Só assim o mercado voltará a ter a procura que tinha anteriormente. Em relação a este ponto também é de salientar que mal esta confiança seja abalada por uma ameaça de uma segunda vaga toda a procura que se recuperou voltará a diminuir. Um outro fator a ter em conta são os
quilómetros percorridos por cada viatura. Quanto mais nos aproximarmos dos valores que tínhamos, mais rápido o mercado voltará a ser o que era.
Que medidas foram e estão a ser tomadas para se potenciarem as vendas neste momento?
Potenciar as vendas passa por ter stocks que respondam às diferentes solicitações dos nossos clientes. Para a Nipocar é e sempre foi importante servir o cliente com material de boa qualidade a preços competitivos e disponibilizarmos uma vasta gama dentro da área em que estamos especializados, isto é, nos veículos japoneses e coreanos. Assim reforçamos a gama para veículos de trabalho e utilitários, procurando responder o melhor possível à demanda dos nossos clientes. Para além disso, privilegiamos durante o confinamento o contacto telefónico com os clientes através dos nossos comerciais. Também demos prioridade à implementação de todas as medidas necessárias de higienização no processamento das encomendas e balcão.
A digitalização do negócio, através de plataformas B2B (e não só) assume agora uma importância maior na relação com o vosso cliente?
As plataformas B2B têm vindo a assumir uma importância cada vez maior no negócio. Esta pandemia veio ainda reforçar mais essa importância das plataformas e isso podemos constatar no aumento dos pedidos de adesão e aumento nas vendas por este canal.
Qual a sua opinião sobre o futuro do negócio de peças em Portugal, tendo em conta os efeitos da pandemia? Consideram que se vai assistir nos próximos meses a uma enorme guerra de preços no mercado português?
Na medida em que diminui muito as vendas de novos veículos, pensamos que as peças aftermarket terão maior procura. “Guerra de preços “ nos próximos tempos será uma expressão um pouco forçada. O mercado tem estado sempre muito competitivo e continuará!
Em que ano poderemos atingir os níveis de faturação idênticos aos que o setor demonstrou em 2019?
Tudo depende mais uma vez da confiança dos consumidores. Se tivermos uma solução terapêutica até ao final do ano, penso que em 2 anos teremos um mercado a níveis de 2019. Mas caso esta situação de incerteza persista e setores muito importantes para a nossa economia como o turismo continuarem numa situação grave, então essa recuperação será muito lenta.
Artigo publicado na Revista Pós-Venda n.º 58 de julho de 2020. Consulte aqui a edição.