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DOSSIER Marcas do Aftermarket: “Investimos na nossa marca para aumentar a visibilidade e a procura”, Salvatore Coniglio, Liqui Moly

Salvatore Coniglio, Export Director da Liqui Moly, analisa a evolução do aftermarket e do negócio da Liqui Moly perante os novos desafios do setor.

Quais são os principais desafios que as marcas do aftermarket enfrentam para o futuro?

O aftermarket está em constante mudança. O que funcionou bem há 10 anos pode não funcionar hoje. As empresas, sejam fornecedores ou oficinas, têm de adaptar-se a esse ambiente dinâmico. Um exemplo é o crescente comércio eletrónico de produtos pós-venda. É um canal de vendas que não podemos ignorar. Mas mantemos o equilíbrio entre canais novos e os que já estão estabelecidos. Mais do que nunca, uma marca forte e visível é importante.

Como se estão a preparar para a eletrificação do automóvel?

É óbvio que um carro totalmente elétrico requer apenas pequenas quantidades de lubrificantes. É por isso que continuamos a explorar segmentos de negócio adicionais, como aplicações industriais e de construção. Mas diversificamos continuamente também dentro do segmento automóvel e oferecemos car care, proteção underbody e materiais para reparar o para-brisas. Essa diversificação é uma abordagem estratégica que seguimos há muitos anos e não está diretamente relacionada à ascensão dos carros elétricos. De qualquer forma, os carros elétricos não serão uma alteração no nosso negócio a curto prazo. O motor de combustão irá prevalecer por muito tempo para veículos que não sejam de passageiros: camiões de longo curso, máquinas de construção, etc.

Que efeitos a eletrificação do automóvel poderá ter no futuro do aftermarket e nas empresas do aftermarket?

Para as próximas décadas, não são os carros totalmente elétricos que terão a maior participação no mercado, mas os híbridos com motor a combustão. Estes motores de combustão são propensos a desenvolver problemas específicos (corrosão, diluição de óleo, etc.). Esses problemas oferecem oportunidades adicionais de negócios para as oficinas.

O futuro do aftermarket passará pela cada vez maior concentração da atividade em grandes grupos?

Sim, acreditamos que a concentração irá continuar. É importante para nós, como fornecedor, adaptar os nossos negócios a isso. No entanto, continuamos a seguir a nossa estratégia de crescimento orgânico.

Como avaliam o crescimento de empresas como a TEMOT, ATR, GROUPAUTO, NEXUS, GLOBAL ONE, etc?

As grandes empresas e grupos comerciais internacionais estão a crescer rapidamente e são um fator cada vez mais importante no aftermarket independente. Colaboramos com eles há muitos anos.

Que ferramentas digitais, em termos de acompanhamento técnico, a vossa empresa tem desenvolvido paras as oficinas?

O nosso guia de óleos informa as oficinas de quais os óleos, e outros produtos, que são corretos para um veículo específico, o que evita enchimentos de óleo errado. No nosso canal no Youtube disponibilizamos vídeos técnicos que explicam como utilizar os nossos produtos. Para os utilizadores registados, temos um media center com vários materiais para download: imagens, informações de produto, etc.

O que é que uma oficina independente poderá esperar no futuro de uma empresa como a vossa?

Investimos na nossa marca para aumentar a visibilidade e a procura. Estarmos presentes na Fórmula 1 ou no MotoGP são alguns exemplos. Isto cria um efeito de atração no nível do consumidor e apoia o negócio das oficinas. Também oferecemos vários conceitos para as oficinas que os ajudam a aumentar o volume de negócios e as margens. Entendemos a oficina não como um mero cliente que compra nossos produtos, mas como um parceiro.

Artigo publicado na Revista Pós-Venda n.º 44, de maio de 2019. Consulte aqui a edição.

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