Silvia Padoa, da Japanparts, faz uma análise do aftermarket e das principais tendências e desafios do futuro.
Quais são os principais desafios que as marcas do aftermarket enfrentam para o futuro?
O mercado está a evoluir rapidamente. O aftermarket está cada vez mais concentrado: a tendência para aquisições de empresas e aumento da integração vertical na distribuição é visível e acreditamos que irá continuar. Se a tendência se mantiver, os operadores irão precisar de instalações capazes de corresponder às suas necessidades específicas.
Como se estão a preparar para a eletrificação do automóvel?
Ao contrário do que muitos acreditam, a eletrificação dos carros será um processo de simplificação. Os veículos serão mecanicamente menos complexos e o número de componentes sujeitos a desgaste e/ou falha será menor. Tudo o que diz respeito ao sistema de travagem,à direção, às suspensões permanecerá inalterado, apenas ladeado por novos sistemas de recuperação de energia.
Que efeitos a eletrificação do automóvel poderá ter no futuro do aftermarket e
nas empresas do aftermarket?
Os catálogos de peças do aftermarket não estão destinados a serem eliminados, mas aumentados, e acompanhar os tempos será um novo desafio para os que desenvolvem as suas marcas há décadas com entusiasmo e competência. Os que não têm raízes firmes no mercado estão
destinados a sucumbir.
O futuro do aftermarket passará pela cada vez maior concentração da atividade em grandes grupos?
Num mercado dominado por grandes aglomerações, controlado por um número cada vez mais limitado de players, o objetivo deve ser o de responder de forma eficiente aos mercados internacionais. Muitos hábitos e lógicas considerados consolidados e imutáveis perderam força e consistência. As ações dos principais players do mercado mudaram o equilíbrio alcançado ao longo dos anos e exigiram uma revisão sistemática das estratégias.
Como avaliam o crescimento de empresas como a TEMOT, ATR, GROUPAUTO, NEXUS, GLOBAL ONE, etc.?
Somos parceiros dos grupos internacionais Temot e Nexus. Com estes acordos firmados, foi mais um passo para disseminarmos a oferta, explorarmos as vantagens competitivas e sermos um parceiro de referência para os distribuidores independentes.
Que ferramentas digitais, em termos de acompanhamento técnico, a vossa empresa tem desenvolvido paras as oficinas?
Oferecemos a experiência adquirida no setor: uma equipa de especialistas, constantemente atualizada sobre as novidades, identifica as soluções adequadas e os produtos mais inovadores e fornece assessoria técnica. Estamos constantemente a atualizar os catálogos interativos que
o Japanparts Group oferece para todas as linhas de produto (Japanparts, Ashika e Japko) onde é possível pesquisar com base no código de peça do Japanparts Group ou no código do concorrente ou o código OEM do fabricante, baseado no modelo do carro ou com base no motor.
O serviço de pesquisa por matrícula ou número de chassi está disponível dentro da área reservada. A galeria contém imagens de 360 graus, complementadas por medições e dados técnicos, dando aos clientes a oportunidade de verificarem a disponibilidade do item e fazer o pedido, assim como gerir devoluções, reembolsos ou consultar a documentação.
O que é que uma oficina independente poderá esperar no futuro de uma empresa como a vossa?
A inauguração do novo armazém da sede, que terá um total de quase 60 mil m2, permite ao grupo consolidar a sua presença e expandir a gama europeia, aumentando o stock. O objetivo é o de fortalecer a especialização em peças para veículos asiáticos e americanos, mas também aplicações para veículos europeus. O nosso objetivo é sermos a escolha de qualidade a um preço competitivo em todas as peças da gama.
Artigo publicado na Revista Pós-Venda n.º 44, de maio de 2019. Consulte aqui a edição.