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“Estamos a ter em consideração a reformulação das rotas logísticas”: Pedro Santos, Gamobar Peças

12 Agosto, 2020

Pedro Santos, da Gamobar Peças, explica à PÓS-VENDA de que forma a empresa está a reagir à crise provocada pela epidemia do Covid-19 e qual a estratégia para o futuro a curto prazo.

Quais são os fatores / indicadores a ter em atenção na recuperação futura do negócio do aftermarket, na perspetiva do grossista de peças?

Existem alguns fatores (que não são novos para a Gamobar Peças) que estamos a ter em consideração na retoma ao “novo normal”, um deles dada a importância que tem para a vitalidade da empresa e que já era monitorizado e controlado diariamente, são as cobranças. Um outro ponto muito importante e que também já o tínhamos em consideração é o controlo de custos, mantendo o binómio nível de serviço ao cliente versus rentabilidade. Nesta nova fase de desconfinamento estamos a ter em consideração a reformulação das rotas logísticas de forma a retomarmos a qualidade das mesmas, ou seja, estamos a falar com os nossos parceiros logísticos para em conjunto nos tornarmos mais eficientes na gestão das carrinhas. A gestão de stocks é também um fator muito importante para a recuperação do negócio não só pela disponibilidade do mesmo mas também deverá haver uma maior atenção ao controlo dos obsoletos.

Que medidas foram e estão a ser tomadas para se potenciarem as vendas neste momento?

A nossa equipa comercial já está no “terreno” de forma a poder acompanhar mais de perto os nossos clientes e auxiliá-los nas questões que precisam. Como é óbvio, em todas as visitas que são realizadas, asseguramos o cumprimento escrupuloso de todas as medidas de proteção definidas pela DGS e que foram também aplicadas no nosso programa, denominado “Programa Confiança”. Durante o período de confinamento mantivemos em vigor as campanhas de baterias e óleos da Eurorepar e neste “novo normal” ativamos mais algumas campanhas que as nossas marcas definiram como essenciais para a retoma. Fruto do nosso trabalho, a retoma das vendas está a ser efetuada de uma forma natural, este facto deixa-me muito orgulhoso e aproveito para agradecer publicamente todo o esforço e empenho da minha equipa bem como enaltecer a confiança que os nossos clientes têm na nossa empresa

A digitalização do negócio, através de plataformas B2B (e não só) assume agora uma importância maior na relação com o vosso cliente?

Sim, efetivamente o uso do portal B2B aumentou significativamente durante o estado de emergência e tínhamos como objetivo em 2020 efetuarmos uma nova versão, no entanto tivemos que fazer uma priorização de projetos e este ficou adiado para 2021. No entanto, lançamos em março o serviço inovador de WhatsApp no mercado de peças que ajudou no contacto dos nossos clientes com o Call Center. Ainda no âmbito da digitalização, mas que, nesta primeira fase será apenas interna, é a implementação de um novo software de gestão logística que nos irá permitir ser muito mais eficientes não só na arrumação e na categorização das peças no nosso armazém, bem como efetuar uma gestão eficiente da nossa equipa de logísticos. Numa segunda fase este projeto irá trazer muitos benefícios e integrações com o nosso portal e que ficarão acessíveis
aos nossos clientes.

Qual a sua opinião sobre o futuro do negócio de peças em Portugal, tendo em conta os efeitos da pandemia? Consideram que se vai assistir nos próximos meses a uma enorme guerra de preços no mercado português?

Na minha opinião todos os intervenientes do mercado de peças deveriam retirar ilações dos últimos 3 meses em que passamos por algo que apenas conhecíamos em filme. No entanto a realidade que estamos a passar hoje diz-me que poucos ou quase nenhuns intervenientes apreenderam alguma coisa com o confinamento e com a forma como vivemos a vida e os problemas. Digo isto com alguma mágoa, porque entendia que toda a azáfama diária que as nossas equipas passavam para tratar dos assuntos do dia-a-dia está a voltar, o que quer dizer que muitas vezes resolvemos os problemas do momento e voltamos a não ter tempo para pensar no problema de uma forma estratégica para o resolver definitivamente. No nosso caso em particular, durante este tempo conseguimos efetuar uma gestão de stocks de acordo com as necessidades que fomos tendo, o que quer dizer que não queremos entrar em “guerra” de preços porque será só uma forma de delapidar margem que é muito mais precisa na recuperação das empresas e dos postos de trabalho.

Em que ano poderemos atingir os níveis de faturação idênticos aos que o setor demonstrou em 2019? 

Já há muitos estudos de como será a retoma a este “novo normal”, na minha opinião a nossa recuperação irá ser em “W” sendo que estamos neste preciso momento na fase de recuperação da “perna do meio do W” e no último trimestre do ano poderemos vir a ter uma quebra para depois em 2021 iniciarmos a retoma e no final do 1º trimestre chegarmos aos valores de 2019.

Artigo publicado na Revista Pós-Venda n.º 58 de julho de 2020. Consulte aqui a edição.

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