Na sequência do dossier de baterias publicado na edição de novembro da Revista PÓS-VENDA (leia a edição neste link), publicamos as respostas de todas as empresas. Para ler todas as respostas clique neste link.
Pela Exide, que representa também a bem conhecida Tudor, as respostas são de Amilcar Nascimento, responsável pela marca em Portugal.
– Que análise faz do atual estado do mercado das baterias em Portugal?
O mercado de baterias, devido ao facto de o parque automóvel estar a envelhecer, é um mercado bastante atrativo e muito competitivo, onde existe muita oferta proveniente de vários países e que nem sempre corresponde ao que anunciam.
– Qual o peso que as baterias para veículos com start&stop já tem no nosso mercado e na vossa empresa?
O facto de termos um parque envelhecido não é propicio à venda deste tipo de baterias. Como sabemos, o tempo de vida útil de uma bateria é, em média, 4 anos, o que significa que os veículos novos lançados no mercado e que já incorporam as novas tecnologias de baterias só agora irão começar a necessitar de ser substituídas pelo que a procura terá tendência a aumentar de ano para ano. Atualmente estimamos que o peso deste novo segmento de baterias se cifre entre 1 a 3% do mercado total e as vendas na nossa empresa estão de acordo com o crescimento do mercado.
– Quais os desafios hoje para uma bateria devido à maior exigência de energia dos automóveis?
As baterias nos automóveis de hoje têm um papel cada vez mais importante visto que é através do BMS (Battery Management System) que se efetua a alimentação a todos os componentes elétricos e eletrónicos existentes a bordo. Devido a esse facto as baterias terão que ter mais autonomia, uma maior capacidade de aceitação de carga e uma maior resistência aos ciclos (carga/descarga) para poder responder aos constantes arranques e simultaneamente às descargas lentas a que são sujeitas.
– As baterias para carros híbridos e elétricos vão trazer novidades importantes? Quais as diferenças nessas baterias? Que novidades vamos ver nas baterias nos próximos anos?
Este é atualmente o grande desafio que existe para todos os fabricantes, ou seja qual a melhor tecnologia para produzir as baterias de forma a conseguir responder às exigências dos veículos. Atualmente temos as baterias de chumbo ácido tecnologia AGM / GEL que, graças à aplicação de aditivos de carbono na matéria ativa, conseguiram reduzir ou mesmo eliminar as partículas de sulfato que se vão criando durante o processo de descarga da bateria e assim garantir uma melhor e mais rápida recarga. Em testes efetuados as baterias responderam positivamente e conseguiram uma boa autonomia o que indica claramente que as baterias de chumbo ácido ainda terão uma palavra muito importante a dizer neste segmento. A alternativa que existe, baterias de Lithium, bate-se pelo mesmo problema. ou seja. dar garantias de conseguir a autonomia desejada pelos utilizadores e fabricantes.
Fazendo uma comparação muito simples entre estas duas tecnologias poderemos dizer que as grandes diferenças são o preço, o peso e as reservas existentes a nível mundial. Todos sabemos que as reservas de chumbo existentes são superiores às de lithium, para conseguirmos uma autonomia idêntica as baterias de chumbo irão pesar o dobro das baterias de lithium. Em contrapartida as baterias de lithium custarão o dobro das bateria de chumbo. A questão é conseguir o equilíbrio entre estes dois fatores: Peso vs Custo.
– Quais os desafios e problemas que o inverno traz para as baterias?
Esta é uma questão que leva os utilizadores a pensar que o frio é o grande inimigo das baterias mas de facto não é bem assim. O maior inimigo das baterias e que lhes coloca mais problemas é o calor. É, de facto, durante a época quente que as baterias sofrem um maior desgaste, as altas temperaturas que se verificam durante o verão vão provocar uma maior auto descarga nas baterias assim como reduzir a resistência interna, o que leva a uma redução do tempo de vida útil da bateria, isso faz com que aos primeiros dias de frio as baterias comecem a apresentar falhas, ou venham a falhar durante o inverno visto que o veículo precisa de uma maior potência de descarga para colocar o motor em marcha.
– Quais os principais erros cometidos pelas oficinas no que diz respeito às baterias e como poderiam ter mais rentabilidade com elas?
Ao longo dos tempo os profissionais do setor foram passando para o mercado a ideia de que trocar a bateria no veículo era uma coisa simples e que qualquer um o podia fazer descorando assim o seu negócio e levando a que muitos automobilistas optassem pelo “faça você mesmo”, numa tentativa de economizar dinheiro e retirando volume de negócio às oficinas. Felizmente as novas tecnologias estão a dar uma segunda oportunidade às oficinas de recuperar o negócio, mas o setor terá que saber aproveitar esta segunda oportunidade e trabalhar de uma forma profissional, mostrando aos consumidores que a bateria é um componente fundamental no funcionamento do veículo e que deve ser analisado e tratado por um profissional, começando por incluir a bateria num dos componentes a verificar sempre que o veículo dá entrada na oficina, efetuando testes ao estado de carga da bateria e mostrando ao automobilista os resultados e explicar-lhe o que pode vir a acontecer num futuro próximo. Segundo testes efetuados poderemos dizer que 70% dos automobilistas alertados para o estado de carga e tempo de vida útil que restava à bateria, optaram por trocar de imediato a bateria a correr o risco de virem a sofrer com uma possível falha e com todos os inconvenientes que isso acarreta.
– Quais as marcas de baterias que a vossa empresa comercializa?
Em Portugal comercializamos as baterias com a marca EXIDE; TUDOR; FULMEN e DETA, também comercializamos algumas segundas marcas.
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