Ver todas

Back

Medidas para combater a inflação no aftermaket

17 Dezembro, 2022

O moderno aftermarket, tal como o conhecemos hoje na Europa e em Portugal, nunca viveu sobre o efeito de uma subida constante da taxa de inflação. Muitos gestores atualmente, nunca passaram por uma situação em que a inflação passou a ser a variável mais importante do negócio.

Segundo o Banco Central Europeu, a inflação ocorre quando se verifica um aumento geral dos preços dos bens e serviços, não apenas de artigos específicos. É precisamente isto que se tem vindo a verificar na economia em geral, e em particular, aqui para o nosso caso, no setor do aftermarket.

Por tradição, o mercado aftermarket estava habituado a ter uma grande estabilidade nos preços, sendo que a essa estabilidade se traduzia muitas vezes numa tremenda guerra de preços. Durante anos, foram usados os mais diversos estratagemas para evitar essa guerra de preços, mas quando são muitos a vender a mesma marca e a mesma referência, não é fácil compensar com outra variável (serviço ou disponibilidade) que não seja o preço. Mas muita coisa mudou no último ano e meio. Para além da pandemia, veio a guerra na Ucrânia, o que fez com que as cadeias de abastecimento fossem interrompidas, que o custo das matérias-primas aumentasse, que os mercados emergentes perdessem protagonismo, que os custos da energia flutuassem muito embora com tendência de subida, que o custo do dinheiro também subisse, que a especulação nos preços fosse enorme e, como tal, que a economia se ressentisse de toda esta instabilidade.

A variável inflação, que até há pouco mais de um ano poucos ligavam, tornou-se hoje muito evidente para todos, nomeadamente para quem tem o hábito de ir ao supermercado comprar os bens essenciais e, verificar, que por cada 100 euros gastos, o carrinho de compras vem sempre um pouco mais vazio. Para já não existem dados que nos indiquem quando é que a taxa de inflação pára de subir e os cenários possíveis dão indicadores contraditórios. Se por um lado nos Estados Unidos a taxa de inflação dá indicações de já ter começado a baixar, a verdade é que na Europa isso não acontece.

Inflação no Pós-Venda

Não é difícil traçar cenários para o pós-venda. Se o rendimento das pessoas e das famílias se mantiver, com a inflação em alta, o dono do automóvel, na sua generalidade, vai ter menos rendimento disponível e, como tal, irá priorizar as suas despesas em função das suas necessidades básicas.

Como primeira consequência vai andar menos de automóvel, o que quer dizer que o número de quilómetros médios do parque circulante poderá voltar a baixar, depois de ter dado muitos sinais de retoma após a fase mais crítica da pandemia. Andando o automobilista menos com o carro vai haver menos desgaste e logo uma redução do número das idas às oficinas, embora num parque de mais de 5 milhões de veículos seja difícil perceber em que momento isso pode suceder. Por outro lado, reparações um pouco mais caras poderão fazer com que algumas delas sejam atrasadas o mais possível pelo consumidor. A contrapor a isso, o parque está a envelhecer e já ultrapassa de novo os 13 anos de média, o que significa que está naquela idade ideal para o negócio aftermarket (entre os 10 e aos 15 anos).

Reparações mais dispendiosas obriga também as oficinas a repensar a forma como o cliente as poderá pagar e, na verdade, hoje em dia existem novas soluções de crédito bastante vantajosas para a oficina e para o consumidor. O que lhe trazemos neste artigo é um vasto conjunto de opiniões, de diversas personalidades do mercado aftermarket sobre o tema da inflação focado nas medidas que os diferentes operadores tomaram para “contrariar” os efeitos dessa mesma inflação.

Consulte aqui o artigo completo.

Artigo publicado na Revista Pós-Venda n.º 84 de setembro de 2022. Consulte aqui a edição.

PALAVRAS-CHAVE