De acordo com dados divulgados pela ACAP, no período de 1 a 14 de abril, o mercado de ligeiros de passageiros teve uma queda de 86%. Ou seja, nos primeiros 15 dias de abril, foram matriculados 838 veículos e, no período homólogo de 2019, tinham sido matriculados 6208.
De acordo com a ACAP, grande parte dos 838 veículos matriculados este mês, correspondem a encomendas efectuadas antes de 16 de março, o que quer dizer que, a partir desta data, a queda foi sempre na ordem dos 80%. No mercado de viaturas usadas, a situação é mais complicada ainda, porque depois daquela data as vendas estagnaram completamente!
Esta situação, realça o comunicado da ACAP, “leva-nos a concluir que o sector automóvel é, sem dúvida, dos mais afectados por esta grave crise. Por outro lado, e como consequência, temos uma perda de receitas por parte do Estado que, só nestas duas semanas, estimamos em 15 milhões de euros”.
A ACAP propôs ao Governo “a tomada de medidas para, por um lado, minimizar o impacto desta crise e, por outro, relançar a procura. Estas propostas exigem um Plano de Apoio ao Sector Automóvel, como um dos mais afectados e que, até ao momento, ainda não teve qualquer particular atenção do Governo, tal como aconteceu noutros sectores”, refere o mesmo comunicado.
Curiosamente, no mesmo comunicado, a ACAP “propõe um aumento, imediato, da linha de apoio à compra de veículos eléctricos que deverá ver a sua dotação aumentada em cem por cento”.
Por outro lado, diz ainda a ACAP “deve ser já equacionado (como está a acontecer noutros países) um plano de incentivo ao abate de veículos em fim de vida. Este plano deverá ter uma dupla aplicação. Por um lado, apoiar a retirada de circulação de veículos com mais de doze anos pela compra de um veículo novo de baixas emissões e, por outro, permitir a troca de um veiculo usado por outro veiculo que, embora usado, cumpra uma Norma Euro de emissões mais recente”.
A ACAP continua a aguardar a resposta do Governo à sua proposta de suspensão de pagamento de IUC (que já tinha sido apresentada pela ACAP há três anos).
Por último, a ACAP diz que “deverá ser criada uma linha de crédito específica para as empresas do sector com uma parte do capital a fundo perdido. O sector automóvel é responsável por 21% do total de receitas fiscais, por 25% das exportações de bens transacionáveis, representa 19% do PIB e emprega directamente 200.000 pessoas”.