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“O aftermarket está numa dinâmica estonteante”, Dário Afonso, ACM

30 Dezembro, 2021

Dário Afonso, da ACM, faz uma retrospetiva do aftermarket no ano 2021. 

Fecho do Ano 2021

Na maioria das empresas, o mês de dezembro é aquele que “fecha o ano” e se faz o balanço do ano em causa. Parece-me oportuno fazer o balanço deste 2021 em termos de aftermarket, que se iniciou com a surpresa de um novo confinamento. Mais uma vez, o aftermarket mostrou uma capacidade de adaptação fantástica perante um novo confinamento inesperado. Não me canso de dizer que estamos todos de parabéns!

Apesar da pandemia, o aftermarket continuou o seu processo de consolidação em termos de distribuidores de peças, insígnias oficinais mudaram de mãos, outras foram criadas, grupos de compras Espanhóis avançaram para Portugal com uma adesão meteórica de alguns retalhistas portugueses de peças, outros continuam a ser pressionados para a adesão a grupos de compras, existiram tentativas de criação de novos grupos de compras portugueses, e nos próximos tempos, podemos ainda ter uma ou outra grande novidade, no que diz respeito a distribuidores de peças. Num ano de grandes incertezas, o que se me oferece dizer é que o aftermarket está numa dinâmica estonteante. Ninguém quer ficar para trás e muitos tomam decisões, que provavelmente deveriam ser mais ponderadas e com uma maior visão de médio e longo prazo. A adicionar a esta dinâmica, temos a “novidade” dos fabricantes de automóveis estarem a cortar uma parte substancial da sua rede de concessionários na Europa e/ou a promovê-los a Agentes. Esta alteração contratual e de modelo de negócio terá um forte impacto no aftermarket a curto prazo. Seguramente, muitos dos grandes grupos de retalho automóvel portugueses estão a equacionar como entrar no aftermarket, nomeadamente no IAM (Independent Aftermarket), já que os seus modelos de negócio tradicionais (venda de automóveis e pós-venda a viaturas até 3 anos) serão substancialmente alterados nos próximos anos. O ano 2021 trouxe para o negócio, algo que ninguém já estava habituado. A alteração de preços quase constante, em virtude do aumento das matériasprimas, do aumento dos fretes marítimos e da falta de algum material, nomeadamente o proveniente da Ásia. Tudo leva a crer que esta é uma situação que perdurará, pelo menos, mais um ou dois anos. Como tal, a gestão de produto num retalhista de peças, passou a ser um fator crítico de sucesso do negócio. Todos procuram melhorar as suas condições comerciais. Comprar bem é o segredo! Afirma-se. Certo, mas se eu pertencer a um clube de 20 sócios, que muitos deles vendem em todo o país e, têm os mesmos preços do que eu, então eu e mais 19 estamos a “comprar bem”…

Regressamos então à necessidade de vender muito (que não é necessariamente vender bem) para atingirmos os nossos resultados. 2021 foi um ano que mostrou a alguns, as virtudes da gestão do negócio. Tive o enorme prazer de ter ao longo deste ano, pessoas em formação online e presencial, com uma visão do negócio muito interessante e uma abertura à mudança de grande coragem. Como muitos sabem, estou muito ligado ao desenvolvimento da formação e da capacitação do setor, junto da ACAP, nomeadamente na DPAI/ACAP. Gostava de referir que faz algumas semanas iniciámos a 5ª Edição do Programa Avançado de Gestão para Profissionais do Pós-venda Automóvel, em colaboração com o ISCTE – Executive Education e, o resultado do 1º módulo (Tendências e desafios do pós-venda automóvel), excedeu todas as minhas expetativas. O trabalho realizado pelos participantes, que pertencem aos mais variados ramos do nosso setor, em termos de visão das tendências do aftermarket, foi uma lufada de ar fresco. Isto para dizer que temos massa cinzenta e massa crítica no nosso setor, que nos pode colocar no mais alto patamar do aftermarket europeu. Tenham a coragem de aprender e reaprender!
Bom 2022!

DÁRIO AFONSO
ACM
d.afonso@acmpt.com

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