Com uma gestão ‘musculada’ de stocks, André Castro Pinheiro, comenta que a FUCHS tem respondido às solicitações do mercado, embora absorvendo o impacto da inflação com algum sacrifício de margem.
Que efeito está a ter neste momento a inflação no negócio de peças auto (incluindo lubrificantes)?
A indústria de lubrificantes tem sido muito afetada, não só pelo aumento do custo das matérias primas, mas também dos restantes fatores que contribuem para o fabrico e comercialização de lubrificantes de qualidade. Atualmente, o preço dos óleos base na Europa mantém-se em níveis historicamente máximos (a desvalorização do Euro também não tem ajudado) e a escassez de matérias primas, como por exemplo os aditivos tão importantes para a qualidade e desempenho de um lubrificante, está a contribuir para um aumento contínuo do seu preço. Também os custos de empacotamento não param de aumentar, por via do aumento das respetivas matérias primas – aço, plástico, madeira, cartão – a juntar a um aumento do custo do transporte. Face a este cenário, e à incerteza que a guerra na Ucrânia causa à economia, não é de prever que a inflação recue e o efeito vai manter-se crítico no negócio de lubrificantes.
A médio prazo qual poderá ser o impacto da taxa de inflação muito alto no mercado?
A juntar ao aumento do preço dos lubrificantes, pelas razões apontadas em cima, o poder de compra diminuí com a inflação pelo que é previsível uma retração generalizada da economia, logo do mercado de lubrificantes.
Que medidas está a dinamizar para combater esta subida inflacionada nos preços das peças?
A medida mais imediata é não passar para a cadeia de distribuição – e logo para o cliente final – o aumento real da equação do custo, ou seja, absorvendo o impacto da inflação com algum sacrifício de margem. Mas esta medida é limitada no tempo e não é compatível com o investimento em I&D e qualidade que nos distingue, pelo que não é, de longe, o nosso maior foco. A preocupação e dinâmica da FUCHS tem sido na disponibilização de lubrificantes ao mercado, o que temos conseguido até agora com uma gestão ‘musculada’ de stocks (o facto de sermos uma filial com presença direta em Portugal dá-nos essa capacidade) mas também pela capacidade de inovação e de produção global da FUCHS, que nos tem permitido desenvolver fórmulas alternativas para contrariar a escassez de algumas matérias primas e não falhar com a entrega de produtos. E, nestes tempos de incerteza, esta nossa fiabilidade incondicional e contínua procura pela perfeição acaba por assumir uma importância maior que o preço por si só.