As plataformas da Pós-Venda celebram uma década de atividade. Para assinalar este marco no setor, reunimos testemunhos de vários profissionais do aftermarket. Entre eles está Pedro Jesus, da Cometil, que partilha a sua perspetiva sobre a evolução do mercado e os principais desafios que marcam o presente e o futuro do pós-venda.
O que está a suceder no negócio dos equipamentos, era o que previa há 10 anos?
O mercado dos equipamentos continua em crescimento e segue o mesmo sentido que a indústria automóvel; o reflexo desta realidade é visível no número de novos fabricantes, principalmente de veículos elétricos, que entraram no mercado nacional. Esta realidade transmite dinâmica ao setor dos equipamentos, novos projetos, mais oficinas e uma aposta clara na melhoria das instalações com melhores equipamentos e ferramentas. Este movimento era expetável porque acreditamos que o desenvolvimento da indústria dos equipamentos está diretamente interligado com a evolução do automóvel e este não tem parado de evoluir.
O que mudou no negócio dos equipamentos oficinais nestes últimos 10 anos?
Essencialmente passámos a poder disponibilizar linhas de produtos específicas para suprir necessidades de manutenção de vários dispositivos que estão integrados nos veículos. Um bom exemplo desta realidade são os sistemas ADAS, que permitem calibrar os equipamentos de assistência à condução, mas necessitam também de estar em perfeita sintonia com a regulação da geometria dos ângulos da suspensão e direção. A utilização da máquina de alinhar é necessária em conjunto com os equipamentos específicos para os sistemas ADAS, mas necessita também de ferramentas de diagnóstico eletrónico.
Como se pode ser competitivo no setor dos equipamentos oficinais atualmente?
A competitividade advém da identificação das necessidades e desafios que o mercado da manutenção automóvel enfrenta e, em paralelo, do domínio dos processos técnicos que são necessários implementar na execução das intervenções que os veículos exigem. Naturalmente, é também essencial escolher os melhores equipamentos e ferramentas que cumprem as especificações mandatadas pelos fabricantes. Um equipamento ou ferramenta existe para suprir uma necessidade de manutenção e nunca deve ser entendido como um “adorno” na oficina.
O que, no seu entender, poderá ter mais impacto no setor dos equipamentos oficinais durante os próximos 10 anos?
Hoje falamos de condução autónoma e de mobilidade elétrica, e já sentimos o impacto destas tecnologias no automóvel, o que o reconfigurou não só nas formas, mas também nos vários sistemas tecnológicos que nos oferece e que servem para melhorar o modo como o utilizamos e para diminuir a pegada ecológica. O futuro significa desafios!
Como perspetiva que será o negócio dos equipamentos daqui a 10 anos? Que equipamentos mais serão comercializados para as oficinas?
Existem equipamentos que possivelmente se irão manter, ainda que incorporando novas tecnologias que lhes permitam adaptar-se às novas necessidades do automóvel. Mas, tal como já referido, tudo depende da evolução dos meios de mobilidade que utilizamos, nos quais o automóvel tal como o conhecemos está inserido. Este é o ponto-chave desta questão e aquilo que irá definir o futuro deste negócio.









