Infelizmente, como todos já percebemos, esta pandemia provocada pelo vírus Covid-19, é uma questão de saúde pública que nos obriga a todos, enquanto seres humanos e também cidadãos, a ter, além de uma atenção redobrada àquilo que são os nossos cuidados com a saúde e hábitos de higiene, também eu diria alterações nos nossos comportamentos sociais.
Forçosamente isto irá provocar algumas alterações na forma como viveremos no futuro, mas em especial poderá vir a ter impacto na forma como passaremos a comprar e consumir. Nomeadamente, creio que irá ajudar a desmistificar questões relacionadas com compras on-line, cada vez mais comunicação por canais digitais, realização de serviços por marcação e agendamento, etc. Ou seja, é algo que vai mexer com os “habituais” padrões de compra da sociedade em geral.
Com isto, teremos enquanto operadores neste setor, de nos adaptar a essas novas exigências e “novos” padrões de consumo. Creio que aqui, abre-se uma janela de oportunidade, quer para nós, quer para que os nossos associados e clientes, apostem em novas tecnologias e novas formas de prestação de serviços, como forma de se diferenciarem qualitativamente.
Por outro lado, também já se percebeu que esta crise sanitária, vai originar (aliás, já o está a provocar) uma profunda e devastadora crise económica e obviamente social também. Em relativamente pouco tempo, as vendas no nosso setor (mas também na generalidade da economia) caíram abruptamente e já existem muitas empresas em claras dificuldades de subsistência. Isto demonstra de certa forma a fragilidade económica que já se reconhecia em boa parte dos atores de mercado.
Por isto mesmo, e como esta situação irá ao que tudo indica continuar por tempo indeterminado, é necessário mais do que nunca ter muita atenção a aspetos fundamentais de gestão do negócio, tais como margens de venda, tesouraria, cash flow, gestão de crédito e cobranças, imparidades, gestão de recursos humanos, etc.
Na minha opinião, isto vem reforçar ainda mais um aspeto que muitas vezes não é assim tão valorizado pela maioria das empresas, que é a formação. Não temos duvidas, que no curto e médio prazo, apenas sobreviverão aqueles que estejam melhor preparados neste capitulo.
E esta é umas das principais sugestões que damos aos nossos parceiros e que nós apostaremos em 2020 e em especial daqui para a frente – FORMAÇÃO.
Por fim, uma palavra dedicada ao tema do mais que provável drama social que a nossa sociedade enfrentará no curto prazo – o desemprego. Não falo apenas no nosso setor, mas a nível geral. Infelizmente será uma realidade e isso irá durante muitos meses afetar o consumo e procura no mercado. É preciso estarmos portanto preparados para esta questão.
Armando Lima Santos
Diretor Geral – Tiresur Portugal e Center’s Auto Portugal