Distribuidor de lubrificantes Castrol, a Travocar apostou nas promoções e campanhas para tentar compensar a quebra de vendas motivada pela pandemia. Telmo Simões, analisa o efeito, presente e futuro, da pandemia no setor dos lubrificantes.
Qual o impacto que esta crise pandémica teve no setor dos lubrificantes auto em Portugal (ao nível do aftermarket)?
O impacto mais visível foi a queda nas vendas de lubrificantes, devido ao confinamento (paragem dos automóveis). A parte menos visível desta pandemia foi a perda de margem devido às promoções que tivemos de realizar para evitar quedas maiores.
Que medidas foram e estão a ser tomadas para se potenciarem as vendas neste momento junto das oficinas? O que mais potenciou as vendas neste momento (o digital, as promoções, as campanhas, etc)?
Sendo uma atividade puramente técnica tivemos de criar um departamento técnico que criou, ainda não finalizado, um portal B2B de vendas de lubrificantes às oficinas.
Criamos condições para formação online com os nossos clientes e através do qual informamos e atualizamos os mesmos do estado de evolução das recomendações OEM.
O canal que mais sucesso teve nas vendas foram as promoções que fomos realizando ao longo dos meses.
O que o futuro poderá reservar para o negócio de lubrificantes em Portugal, tendo em conta (ou não) os efeitos da pandemia?
Esta pandemia levou a que o utilizador repensa-se o seu modo de deslocação. O veiculo elétrico e hibrido passou a ser mais considerado na altura da compra.
É expectável que cada vez mais se vá vender menos quantidade de lubrificante e se passe a vender mais o lubrificante de elevada tecnologia e menor viscosidade.
Em que ano o negócio dos lubrificantes poderá atingir, por exemplo, o desempenho que demonstrou em 2019?
Depende da evolução da pandemia, da evolução rápida ou não tão rápida das tecnologias elétrica, híbrida, hidrogénio mas os anos dourados da venda de lubrificante já foram. No melhor dos cenários nunca antes de 2023.
Temos de ter em atenção ao movimento que as grandes petrolíferas estão a fazer e a induzir nos seus investidores: transição energética para o verde. Este movimento arrasta consigo uma ideia de mudança de energia da qual os atuais combustíveis e lubrificantes são a parte má da questão.
Artigo publicado no Especial Lubrificantes da revista PÓS-VENDA 66