O responsável do após venda da Renault, Ricardo Linhares, diz que foi residual o impacto da falta de peças na atividade das oficinas dos concessionários da marca que representa.
Que efeitos está a ter na vossa atividade a dificuldade de abastecimento de peças junto da marca?
Por agora não temos sentido dificuldades de maior no abastecimento de peças ou de componentes.
Temos uma política de gestão de stocks que nos permitiu acautelar esta situação proactivamente e, por outro lado, a dimensão e estrutura dos nossos fornecedores permite-nos um acesso fácil e regular à grande maioria das peças e componentes de que necessitamos.
Que alternativas foram levadas à prática para compensar essas dificuldades?
Pelos dois factores que referi acima, a nossa politica de gestão de stocks e a dimensão e estrutura dos nossos fornecedores, não tivemos necessidade de colocar em prática ações alternativas para colmatar eventuais faltas que existam no mercado, com outras marcas.
Que tipologia de peças foram mais afetadas por esse problema?
As peças em que tivemos, pontualmente, algumas dificuldades, mas foram residuais, foram as peças que incorporam semi-condutores.
Poderão os preços das peças aumentar até final do ano e em 2022?
A nossa estratégia de pricing baseia-se em dar aos nossos clientes a melhor relação preço / qualidade, procurando ter sempre um elevado nível de competitividade em todos os canais do mercado.
Assim, a existência de eventuais aumentos do preço das peças até ao final de 2022, dependerá de um aumento de preços a montante, do nível de competitividade dos nossos concorrentes e principalmente do nível de inflação dos mercados, em concreto, do mercado Português.
Poderão os carros permanecer em média mais tempo em oficina à espera de peças?
Factualmente, até ao dia de hoje, os tempos médios de permanência dos veículos nas oficinas Renault, para efeitos de manutenção ou reparação, têm-se mantidos inalterados, comparando os períodos de pré-crise e atual crise de semicondutores e matérias-primas.
Considerando a nossa politica de gestão de stocks e a dimensão e estrutura dos nossos fornecedores, pensamos que não iremos ter problemas num futuro próximo.
Existe alguma previsão para este problema deixar de existir e voltar-se à normalidade que existia até finais de 2019?
Como referi, no caso da Renault e da Dacia, não temos tido problemas de maior, pelo que iremos manter a nossa estratégia e politicas de stock, por forma a que os nossos parceiros e clientes não tenham problemas de maior, comparando com dificuldades que outras marcas vivem.