Um estudo da carVertical revela que os condutores portugueses continuam a privilegiar cores clássicas e discretas nos seus veículos, evitando tonalidades mais arrojadas.
A análise, realizada pela segunda vez pela empresa de dados automóveis, aponta que em 2024, 44,6% dos carros eram cinzentos, 25,6% pretos, 17,3% brancos, 7,1% azuis e apenas 2,3% vermelhos, sendo o castanho a cor menos popular, representando apenas 1,7% dos veículos.
Comparando com anos anteriores, verifica-se que o branco ganhou relevância, passando de 6,2% em 2000 para 23,4% em 2020, enquanto o cinzento e o preto mantêm uma presença dominante, apesar de ligeiros ajustes percentuais. Já o azul perdeu popularidade e o vermelho manteve-se estável ao longo do tempo. Segundo Matas Buzelis, especialista da carVertical, a preferência por cores neutras reflete uma vontade de não sobressair e uma maior facilidade de revenda, já que veículos com tonalidades mais vivas têm procura global mais limitada.
O estudo salienta ainda que cores vivas e escuras exigem mais cuidados de manutenção. Tonalidades como vermelho, laranja ou amarelo tendem a desbotar com a exposição solar, problema particularmente evidente no sul da Europa, enquanto carros pretos exigem lavagens mais frequentes. Cores neutras como cinzento e branco ajudam a disfarçar pó, riscos e pequenas imperfeições, mantendo melhor a aparência e o valor do veículo. Além do aspeto prático, a cor também funciona como elemento de identidade das marcas. Tons escuros transmitem luxo e exclusividade e são comuns em veículos executivos.

A carVertical lembra que, tradicionalmente, certas cores foram associadas a fabricantes: italianos ao vermelho, franceses ao azul, britânicos ao verde e alemães ao prateado, uma herança da era dourada do desporto motorizado. O especialista da carVertical reforça que a escolha de um carro usado deve basear-se sobretudo na condição mecânica e estrutural, alertando para possíveis quilometragens adulteradas ou danos ocultos em veículos com cores apelativas, recomendando a verificação da pintura com medidores de espessura.
O estudo analisou relatórios históricos de veículos adquiridos entre agosto de 2023 e agosto de 2025, com dados provenientes de mais de 900 bases mundiais, permitindo à carVertical apresentar tendências e previsões sobre o mercado de veículos usados em Portugal e em 34 outros países.









