A ENMC lançou a notícia, em comunicado, mas o Grupo Total desmente categoricamente. A única operação direta da empresa prende-se com o negócio dos lubrificantes. Os postos de combustível não estão nos planos nos tempos mais próximos.

Recentemente a Entidade Nacional para o Mercado de Combustíveis (ENMC), entretanto num processo de extinção, lançou um comunicado que anunciava o regresso da Shell e da Total aos postos de combustível já em janeiro de 2017 em Portugal. Pedro Abecasis, diretor-geral da Total Portugal, em entrevista exclusiva à Revista PÓS-VENDA, desmente a notícia veiculada por este organismo e reage com estupefação.

“Essa notícia não tem o menor sentido porque a Total não tem hoje nenhuma intenção de arrancar com negócios de combustíveis a não ser os combustíveis de competição, que sempre o fizemos e mantemos. Não posso dizer que a Total nunca vai voltar ao mercado português de combustíveis porque a estratégia dos grupos é sempre dinâmica, mas nem hoje, nem este ano ou num futuro próximo há qualquer intenção nesse sentido.”

O comunicado da ENMC sublinhava ainda que a concessão do porto da Trafaria à ENMC fazia deste o primeiro porto de abastecimento de combustíveis em águas profundas não controlado pelo único refinador nacional, aspeto fundamental para o regresso da multinacional francesa ao mercado dos combustíveis em Portugal. “Essa é uma analogia que não tem o menor sentido. Isso só poderia acontecer com autorização desta filial e do Grupo Total, o que não aconteceu.” A própria ENMC nunca contactou o Grupo para confirmar esta informação.

Recorde-se que o Grupo Total implementou a sua filial portuguesa no dia 2 de janeiro, depois de ter estado sob a alçada da Cepsa em Portugal nos últimos anos. “A única operação com que a Total está a arrancar é a de lubrificantes. Nada mais”, sublinha Pedro Abecasis (leia aqui a grande entrevista na edição de janeiro da PÓS-VENDA). O Grupo comercializa em Portugal as marcas de lubrificantes Total, Elf e Gulf.