Realizou-se hoje em Vila Franca de Xira o Encontro Valorcar 2023, que regista os 20 anos desta importante entidade gestora, que regula todo o processo de fim de vida dos veículos automóveis e das baterias.
Hélder Pedro, da Valorcar, traçou na abertura do evento os principais eixos desta entidade gestora, com um foco muito grande na questão ambiental, na formação das pessoas e, neste momento, na digitalização dos processos.
Por sua vez, Ana Cristina Carrola, Agência Portuguesa do Ambiente, focou grande parte da sua apresentação na nova lei de fim de vida das baterias, apresentando os desafios e oportunidades que tal vai gerar.
Nos veículos em fim de vida destacou os avanços feitos ao nível da digitalização de processos desde o cancelamento da matrícula ao certificado de destruição, passando pelo cancelamento do IUC.
Ficou evidente na apresentação de Ana Cristina Carrola a aposta que se está a fazer, a nível europeu na Economia Circular, que irá ter um forte impacto no setor dos veículos em fim de vida e das baterias.
José Amaral, da Valorcar, na sua intervenção fez na fase inicial uma exposição histórica dos 20 anos desta entidade gestora evocando alguns marcos que tiveram grande impacto na sua atividade até aos dias de hoje.
Na sua intervenção anunciou duas iniciativas que a Valorcar irá ter. Uma é que vai iniciar o processo de acreditação de centros para a recolha e desmantelamento de baterias de lítio de veículos elétrico e veículos híbridos. A outra é que irá incorporar o desempenho dos fragmentadores na declaração anual de cumprimento das metas de reciclagem e valorização.
Pedro Pinto, da Valorcar, apresentou os resultados desta entidade gestora em 2022. Atualmente a Valorcar gere uma rede de 384 centro de recolha de baterias, dos quais 328 são também de veículos em fim-de-vida.
Na recolha de baterias as metas definidas foram superadas, com uma taxa de recolha de 108,6% (98% era a meta) e uma taxa de reciclagem de 71,6% (a meta era 65%).
Nos veículos em fim de vida a taxa de recolha esteve nos 99%, a taxa de reutilização / reciclagem atingiu os 89,1% (a meta era 85%), enquanto a taxa de reutilização / valorização chegou aos 92,2% estando abaixo dos 95% definidos como meta.
Como curiosidade, refira-se que os componentes automóveis mais reutilizados em 2022, provenientes do processo de desmantelamento dos centros de abate, forma os farós traseiros / dianteiros, seguido dos pneus (com jante), portas, para-choques, motores, retrovisores, piscas, capot, bancos, radiadores, entre outros.
A marca com mais abates foi a Renault (17.728 carros), seguida pela Opel e Fiat, mas o modelo com mais abates foi o Opel Corsa (8.413), seguido do Fiat Punto e do Ford Fiesta.
A segunda parte do evento foi dedicado as duas mesas redondas, uma com o tema desmantelamento não licenciado, com a presença de responsáveis do IMT, ANCAV e ZERO e outra abordando os desafios do recondicionamento das baterias de lítio, no qual estiveram presentes representantes da EVOLUTION, 3DRIVERS, PAlMIRESÍDUOS, e DGAE .
Foram também atribuídos os prémios Centros Valorcar aos que tiveram as melhores classificações em termos de desempenho.
Os cinco centros com melhor desempenho foram:
1 – Metais Jaime Dias (Trofa)
2 – Gonçalo & Simão (Guimarães)
3 – Hipersucata (Madeira) e RSA (Abrantes)
4 – Norsider (Santarém)
5 – A.Mendes (Fafe)