O ano de 2017 será um ano de mais trabalho com o exterior para mostrar todo o trabalho de bastidores que a ACAP/DPAI tem feito nos últimos anos. Estão várias ações e projetos em preparação nas várias comissões especializadas.
Na tradicional reunião de balanço do ano da Divisão de Peças e Acessórios Independentes (DPAI) da ACAP, as várias comissões especializadas mostraram o trabalho feito em prol do setor, com muita atividade de bastidores mas que, em 2017, é unânime que todo esse esforço “tem que ter uma maior ligação ao exterior e ao mercado”, sublinhou Joaquim Candeias, presidente da Divisão.
Ao longo de 2016 foram dados passos importantes ao nível das comissões e uma das mais recentes novidades foi a formação da Comissão Especializada de Mobilidade e Serviços na ACAP, que engloba as oficinas e reparadores independentes. Estão ainda a ser dados os primeiros passos e Raquel Marinho (Bosch), coordenadora desta comissão, lançou os desafios para o próximo ano: “Estamos neste momento a fechar a constituição de membros da comissão mas já temos definidos alguns temas que são recorrentes no setor e sobre os quais temos que trabalhar, como a certificação das oficinas. Não queremos criar entraves à entrada no setor, mas queremos que todos sejam obrigados a cumprir as mesmas regras”, explicou.
Um dos temas fundamentais é a concorrência desleal “e, nesse campo, ainda temos que estudar muito bem o que entendemos por concorrência desleal para podermos atuar. Queremos também ser um canal de comunicação direta com as autoridades, para tirarmos de cima das oficinas o peso da denúncia que, por vezes, traz alguns dissabores. O objetivo é criarmos workflows para esta situação, como para o apoio às oficinas independentes no que diz respeito à gestão de conflitos em intervenções dentro do período de garantia, porque temos que ajudar as oficinas e os condutores a resolverem estas questões”.
Raquel Marinho referiu ainda que a comissão por si coordenada vai ser parte ativa nos estudos de mercado e estatísticas do setor, um objetivo claro da ACAP/DPAI, que tem vindo a fazer este trabalho, mas que precisa de mais dados e de envolver mais atores, nomeadamente as oficinas, para que se tenha uma radiografia real do que vale o setor das peças em Portugal. Para isso foi criada uma sub-comissão liderada por Hélder Pereira (Mann-Filter) e António Mateus (TMD Friction) que terá como função levar a cabo um inquérito ao setor (incluíndo todos os elos da cadeia de distribuição, com um claro enfoque nas oficinas) com o “objetivo de saber quanto vale o mercado independente, mas também saber quanto vale o mercado das peças de origem no setor independente, ao mesmo tempo que queremos saber quanto vale a área dos pneus, repintura, mecânica, carroçaria, parte elétrica e também a mão-de-obra. Queremos aprofundar a informação ao ponto de sabermos quanto valem, por exemplo, produtos como a travagem, filtros, baterias, lubrificantes, etc”. O objetivo passa por saber volumes e não faturação. Estes dados serão depois cruzados com os dados recolhidos pelo Observatório de Peças e Acessórios Independentes que a DPAI tem vindo a trabalhar, sob coordenação de Pedro Barros (Tips 4y).
Do lado da Comissão Especializada de Distribuidores de Peças da ACAP, José Pires (Krautli) focou o trabalho feito ao nível da divulgação dos direitos e deveres do setor, bem como a disponibilização de informação técnica e sobre garantias. Tema importante é também a evolução da situação relacionada com a telemática, mas também o combate à evasão fiscal, com propostas concretas para que todos tenham regras iguais. Mas um objetivo desta comissão é também a dinamização associativa e “fazer crescer a DPAI”.
Para 2017 José Pires anuncia “a criação de um programa de apresentações a nível nacional, convidando os players locais para se juntarem para que os possamos sensibilizar para todos os aspetos e vantagens de serem sócios da DPAI/ACAP”. Nomeadamente um novo projeto da comissão que passa pela aposta num programa de formação técnica para a revenda e oficinas, com participação do CEPRA, ATEC e InfoMecatrónica. Outro objetivo é “criar, em parceria com o Centro de Arbitragem do Setor Automóvel (CASA), um manual de garantias para o setor independente, promovendo depois sessões de esclarecimento sobre o tema”, explicou José Pires. Clique aqui para ler um trabalho completo sobre garantias no setor das peças.
As devoluções são outra preocupação dos distribuidores, já que representam 10 a 15% das suas vendas, com os custos inerentes que esta realidade traz. “Já foram definidas seis regras para as devoluções que foi aceite e está já presente nas condições gerais de venda, mas temos que ir ainda mais além, para criar um standard no setor”.
Joaquim Candeias fechou a reunião sublinhando a concentração das atividades no próximo ano em cinco pontos estratégicos: Ambiente, Segurança, Boas práticas e Evasão Fiscal, Estatísticas e Formação (saiba mais sobre a segunda edição do Programa de Gestão Avançada para o Pós-Venda). As diferentes comissões vão também trabalhar de forma mais próxima, com a criação de algumas sub-comissões que poderão ser transversais a toda a DPAI. O presidente da ACAP/DPAI, que é também membro do board da FIGIEFA, salientou a captação de novos associados, mantendo-se esse como um objetivo para continuar em 2017 como forma de tornar o setor mais forte, coeso e informado.
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