A AkzoNobel e Axalta anunciaram ontem, dia 18 de novembro, que chegaram a um acordo definitivo para se unirem numa fusão total entre iguais, criando uma empresa líder global em revestimentos, com um valor empresarial de aproximadamente 25 mil milhões de dólares.
De acordo com o comunicado que ambas as empresas realizaram, a combinação reúne duas empresas líderes da indústria de revestimentos, com portefólios complementares de marcas altamente reconhecidas, para melhor servir os clientes nos principais mercados e aumentar o valor para acionistas, colaboradores e outras partes interessadas.
Assente no orgulho da história de ambas as empresas e na sua vasta experiência, o negócio combinado terá um perfil financeiro altamente atrativo, capacidades de inovação de referência no setor e uma presença global equilibrada, abrangendo mais de 160 países, permitindo oferecer capacidades globais a clientes locais.
Com margens atrativas e forte geração de fluxos de caixa, a empresa combinada estará bem posicionada para impulsionar um crescimento substancial e criar valor para os acionistas, partindo das receitas de 2024 de aproximadamente 17 mil milhões de dólares e 1,5 mil milhões de dólares em Fluxo de Caixa Livre Ajustado pró-forma.
Espera-se que a fusão gere sinergias identificadas e acionáveis de aproximadamente 600 milhões de dólares, 90% das quais deverão ser alcançadas nos primeiros três anos após o fecho da operação.
Greg Poux-Guillaume, CEO e Presidente do Conselho de Administração da AkzoNobel, afirmou: “Estamos entusiasmados por iniciar um novo capítulo na nossa longa e orgulhosa história como líderes na indústria de tintas e revestimentos. Esta fusão permitir-nos-á acelerar as nossas ambições de crescimento, reunindo tecnologias altamente complementares, conhecimentos especializados e equipas apaixonadas, desbloqueando todo o nosso potencial combinado. Estou ansioso por liderar as nossas equipas talentosas para levar o melhor das duas empresas aos nossos clientes e acionistas, proporcionando um valor excecional a ambos.”
Ben Noteboom, Presidente do Conselho de Supervisão da AkzoNobel, afirmou: “Esta combinação representa uma oportunidade extremamente convincente. É uma excelente proposta de valor para todas as nossas partes interessadas, tanto nos Países Baixos — onde manteremos o nosso domicílio — como internacionalmente, incluindo acionistas, clientes e colaboradores. Criará um líder mundial em revestimentos e é um passo significativo que impulsionará um crescimento sustentável e permitirá servir melhor os nossos clientes. Ao unir duas organizações de classe mundial, estamos a criar uma plataforma sólida para o futuro, assente em valores e heranças comuns.”
Chris Villavarayan, CEO e Presidente da Axalta, afirmou: “Estamos satisfeitos por avançar com esta operação com a AkzoNobel e unir as nossas plataformas de excelência para reforçar a inovação, desenvolver novas capacidades e fortalecer ainda mais as relações com os clientes. À medida que a nossa indústria continua a crescer e evoluir, esta fusão com a AkzoNobel permite-nos fazer o mesmo, com uma vantagem competitiva reforçada e novos caminhos e oportunidades de crescimento. Juntas, a AkzoNobel e a Axalta estão posicionadas para estabelecer um percurso rentável e sustentável como líder na indústria dos revestimentos. Tal como a AkzoNobel, valorizamos as nossas pessoas como o nosso maior ativo e estamos entusiasmados por unir as nossas culturas fortes e focadas na inovação.”
Rakesh Sachdev, Presidente do Conselho de Administração da Axalta, afirmou: “O Conselho de Administração da Axalta está confiante de que esta fusão com a AkzoNobel criará valor significativo para os nossos acionistas. Liderada por uma equipa de gestão experiente, com um histórico de eficiência operacional e excelência, esperamos que as oportunidades de sinergias substanciais e o perfil financeiro reforçado da empresa combinada impulsionem uma criação de valor significativa. Esperamos unir as forças da Axalta e da AkzoNobel para criar novas oportunidades para todas as partes interessadas a nível global.”
Benefícios Estratégicos e Financeiros Relevantes da Transação
– Portefólio diversificado e equilibrado de marcas líderes. A fusão reúne os portefólios complementares da AkzoNobel e da Axalta para criar uma oferta completa de soluções de revestimento, com presenças de referência em Pó, Aeroespacial, Repintura, Mobilidade, Marinha & Proteção, Revestimentos Industriais e Tintas Decorativas. O portefólio combinado distinguir-se-á pela amplitude das suas soluções, abrangendo cerca de 100 marcas amplamente reconhecidas.
– Maior escala geográfica e alcance comercial reforçado. A empresa resultante terá uma presença global ampliada, com 173 unidades de produção e 91 centros de I&D em todo o mundo, permitindo disponibilizar capacidades globais a clientes locais. Com uma presença local mais forte em geografias estratégicas, espera-se que os clientes da AkzoNobel e da Axalta beneficiem de um acesso mais profundo aos canais de revestimentos e apoio a produtos, fortalecendo ainda mais as relações comerciais.
– Capacidades reforçadas para oferecer inovação centrada no cliente. A fusão permitirá à AkzoNobel e à Axalta desenvolver produtos cada vez mais avançados e diferenciadores, combinando capacidades tecnológicas existentes em vários mercados. A união das áreas de Repintura, Veículos Ligeiros e Revestimentos Industriais e Comerciais da Axalta com os negócios de Revestimentos em Pó, Repintura, Aeroespacial, Marinha & Proteção, Revestimentos Industriais e Tintas Decorativas da AkzoNobel criará uma plataforma de inovação capaz de gerar valor excecional para os clientes. Além disso, o intercâmbio de boas práticas entre duas plataformas de investigação de referência deverá acelerar a inovação de alto valor. A empresa combinada terá cerca de 400 milhões de dólares de investimento anual em I&D, 91 centros globais de I&D adaptados às necessidades locais dos clientes, aproximadamente 4.200 investigadores, cientistas e engenheiros, e cerca de 3.200 patentes concedidas e em processo de aprovação.
– Oportunidades substanciais de sinergias que impulsionam a criação de valor. A fusão deverá gerar sinergias anuais recorrentes pré-impostos de aproximadamente 600 milhões de dólares, sendo que 90% deverão ser alcançadas nos primeiros três anos após o fecho da operação. As sinergias previstas são identificadas e acionáveis, resultando principalmente de aquisições conjuntas, eficiências em SG&A, otimização de instalações e melhorias na gestão da cadeia de abastecimento.
– Perfil financeiro altamente atrativo, com fortes margens e significativa geração de caixa. Incluindo as sinergias previstas, a empresa combinada deverá apresentar rentabilidade de topo no setor, com margens de EBITDA Ajustado próximas de 20% e uma geração robusta de fluxos de caixa. Espera-se que as receitas ascendam a cerca de 17 mil milhões de dólares, com um EBITDA Ajustado de 3,3 mil milhões de dólares e um Fluxo de Caixa Livre Ajustado pró-forma de 1,5 mil milhões de dólares. Isto proporcionará uma flexibilidade significativa para apoiar prioridades estratégicas e de alocação de capital, incluindo retornos consistentes aos acionistas através de dividendos regulares. A alavancagem líquida deverá situar-se entre 2,0x e 2,5x, com um forte compromisso em manter uma notação de crédito de grau de investimento.
Liderança, Governança Corporativa e Sede
Após a conclusão da operação, a empresa combinada terá um Conselho de Administração unitário, liderado por Rakesh Sachdev, atual Presidente do Conselho de Administração da Axalta. Ben Noteboom, atual Presidente do Conselho de Supervisão da AkzoNobel, assumirá a função de Vice-Presidente. O Conselho será composto por 11 administradores — quatro de cada empresa e três membros independentes. Dos 11 administradores, dois serão executivos e nove serão não executivos. Cada empresa espera realizar a sua Assembleia Geral Extraordinária de Acionistas, previsivelmente, em meados de 2026.
O atual CEO da AkzoNobel, Greg Poux-Guillaume, será o CEO da empresa combinada, enquanto o atual CEO da Axalta, Chris Villavarayan, assumirá o cargo de Vice-CEO. O atual SVP e CFO da Axalta, Carl Anderson, será o CFO da empresa combinada. O atual CFO da AkzoNobel, Maarten de Vries, aposentarse-á da AkzoNobel antes da conclusão, conforme anteriormente anunciado.
A empresa combinada adotará um novo nome e um novo símbolo de cotação, que serão anunciados oportunamente, e terá sedes conjuntas em Amesterdão e Filadélfia. Será organizada sob uma holding neerlandesa, com residência fiscal nos Países Baixos. Após um período de dupla cotação na Euronext Amesterdão e na Bolsa de Nova Iorque (NYSE), as ações ordinárias da empresa combinada passarão a estar cotadas exclusivamente na NYSE.
Detalhes da Transação
Nos termos do acordo, aprovado por unanimidade pelo Conselho de Supervisão da AkzoNobel, pelo Conselho de Administração da AkzoNobel e pelo Conselho de Administração da Axalta, os acionistas da Axalta receberão 0,6539 ações da AkzoNobel por cada ação ordinária da Axalta detida.
No âmbito da operação, a AkzoNobel pagará um dividendo especial em numerário aos seus acionistas no valor de 2,5 mil milhões de euros, deduzido do montante total de quaisquer dividendos ordinários e interinos pagos pela AkzoNobel aos seus acionistas durante 2026, antes da conclusão. Após o fecho, os acionistas da AkzoNobel deterão 55% da empresa combinada e os acionistas da Axalta deterão 45%, numa base pró-forma.
As empresas esperam que a transação seja concluída entre o final de 2026 e o início de 2027, sujeita à aprovação dos acionistas de ambas as empresas, à obtenção das aprovações regulatórias necessárias, à autorização para cotação das ações da empresa combinada na NYSE, ao pagamento do dividendo especial pela AkzoNobel, ao cumprimento dos requisitos de consulta ao conselho de empresa da AkzoNobel e ao cumprimento de outras condições habituais de fecho.









