Para encontrar as soluções certas para os futuros desafios que os fabricantes de automóveis vão enfrentar na área da condução automatizada, a empresa tecnológica Continental está a investigar e a testar intensivamente vários conceitos de apresentação e de controlo para a condução autónoma.
A empresa está a desenvolver e a produzir os componentes e sistemas necessários para a condução totalmente automatizada em todo o mundo – nos EUA, bem como no Japão, China, e Europa. Os engenheiros estão a trabalhar em seis elementos-chave: tecnologia de sensores, conectividade de cluster, diálogo homem-máquina, arquitetura de sistemas, confiança e aceitação da condução automatizada.
A Continental está a realizar testes intensivos em simuladores e na estrada para perceber a aceitação dos utilizadores aos novos ecrãs e conceitos de controlo. “No caminho para a condução totalmente automatizada, o nosso maior desafio será o novo papel dos condutores e as consequentes novas necessidades e exigências”, explica Karsten Michels, diretor de Sistemas e Engenharia Avançada na Divisão de Interiores da Continental.
Até agora, os condutores só estavam ocupados com a tarefa de conduzir; no futuro porém, serão utilizadores e supervisores no habitáculo. Para enfrentar este desafio, terão sempre de saber qual o comportamento do veículo e qual o atual modo de condução do carro.
“A transparência e a consciência da situação atual são as nossas palavras-chave no que diz respeito ao desenvolvimento de novos conceitos para um diálogo holístico entre o homem e a máquina. Só assim os condutores podem confiar em sistemas de condução totalmente automatizados”, diz Michels. “O mais importante é o grau adequado de confiança: se os condutores sobrestimarem as capacidades do sistema, em casos extremos podem não reassumir o controlo do veículo no fim de uma fase de condução autónoma, quando era suposto que tal acontecesse”, diz Guido Meier-Arendt, Técnico Especializado em interface homem-máquina no Departamento de Interiores da Continental.
Particularmente no que diz respeito ao processo de transição no final da fase de condução autónoma, a Continental está já a trabalhar em conceitos inovadores que exigem testes exaustivos – tanto no laboratório como na estrada – antes que possam ser usados a sério. Testes exaustivos realizados por participantes em estudos, que não são pilotos de testes, permitem uma avaliação realista da tecnologia.
A Continental está a usar um método que dá aos participantes nos testes a sensação de que estão a usar um sistema altamente automatizado. O veículo de teste usa vários sensores que gravam o comportamento do condutor e que analisam as suas reações. Os participantes usam um volante de testes no lado esquerdo do veículo; do lado direito, e ao verdadeiro volante, está um condutor especialmente treinado.
Durante as fases de condução manual, o condutor treinado é informado das ações do condutor testado através de um HUD combinado e converte-as em manobras reais. Durante as fases de condução automatizada, o condutor treinado assume o controlo total do volante, criando a ilusão de uma condução totalmente automatizada. Os resultados estão a ajudar os responsáveis pelo desenvolvimento da Continental a formular os algoritmos de controlo necessários para a condução totalmente automatizada.
O simulador de condução – “laboratório ergonómico” da Continental – permite que os investigadores observem e analisem os participantes no estudo de forma detalhada, medindo por exemplo o seu ritmo cardíaco ou gravando com precisão os seus movimentos oculares. Estes dados são reunidos sem qualquer interferência exterior e permitem que os investigadores determinem se o condutor testado está confortável ou se alguma situação está a deixá-lo sob stress. O ambiente de laboratório também significa que os condutores testados possam ser colocados debaixo de maior pressão, por exemplo, para testar a sua resposta a situações perigosas e a manobras difíceis, o que não seria possível em estradas reais.
Mesmo hoje em dia a Continental está a utilizar soluções multimodais – ou seja, com multisensores – para transferir informação para os condutores. As apresentações visuais através de vários mostradores no cockpit, HUDs ou alterações na cor das faixas luminosas LED são apoiadas por sinais áudio que, por exemplo, informam os condutores sobre o fim de uma fase de condução automatizada ou alertam através de um sinal áudio específico. Se as câmaras interiores detetarem que o condutor ainda não está a prestar atenção, são ativados elementos hápticos – por exemplo, o banco começa a vibrar ou os pré-tensores do cinto de segurança ficam mais apertados.
Veja aqui o vídeo.
Mais informações em www.continental.pt