A fábrica de óleos minerais da Méguin celebra o seu 170.º aniversário. Por sua vez a Liqui Moly vai comemorar 60 anos. Apesar da idade avançada da Méguin e da mais recente Liqui Moly estas duas empresas alemãs estão para durar, dizendo Ernst Prost que a empresa é uma “lancha rápida e não um lento pretoleiro”.
A Liqui Moly e a Méguin mantiveram uma relação estreita durante décadas enquanto empresas independentes: a Méguin produzia, em regime de subcontratação, alguns dos lubrificantes que a Liqui Moly vendia com sucesso em todo o mundo, sobretudo óleo para motores, sendo mais do que um complemento do negócio de aditivos, a base histórica das atividades comerciais da Liqui Moly.
No ano de 2006, as duas empresas decidiram unir forças e a Liqui Moly adquiriu a Méguin, mantendo os dois nomes de marca autónomos. A fusão foi uma decisão importante e, além disso, acertada, dado que, desde então, as curvas de crescimento apresentam uma única direção: para cima. Entre 2009 e 2016, o volume de negócios cresceu em 256 milhões de euros, atingindo 489 milhões de euros, o que significa um aumento para mais do dobro.
“Como acontece com as pessoas, o estado de saúde de uma empresa depende do seu estilo de vida e da atitude individual. Quem cuida da mente e do corpo tem mais hipóteses de ter uma vida mais longa do que alguém que não cuida de si mesmo”, afirma Ernst Prost, diretor e proprietário de ambas as empresas. Ernst Prost e a Liqui Moly partilham o mesmo ano de nascimento, 1957, e nenhum deles mostra sinais de envelhecimento, pelo contrário.
Para o diretor da Liqui Moly, é importante manter-se em forma, alerta e aberto para a mudança: “Isso dá-nos uma boa capacidade de adaptação, um fator decisivo para o sucesso e a continuidade de uma empresa.” Modernidade significa estar sempre a par dos últimos desenvolvimentos e reconhecer e aceitar novas tendências atempadamente. “É óbvio que podemos sempre ir contra a maré, mas depois acabamos por nos afundar. É mais inteligente saber como colocar os remos”, diz o chefe da empresa e prossegue, dando como exemplo a globalização: “Não fomos nós que a pedimos, mas aproveitamos as oportunidades que nos traz com enorme entusiasmo e força.”
Quem quer aproveitar a força da maré, tem de se adaptar rapidamente às condições climáticas em permanente mudança. No caso de uma equipa grande como a da Liqui Moly e Méguin, constituída por quase 800 pessoas, isto só funciona se for dada máxima prioridade à responsabilidade individual – conceito-chave: princípio de subsidiariedade. Hierarquias planas e processos ágeis resultam em decisões rápidas. “No nosso mercado, somos uma lancha rápida, não um lento petroleiro. Todos os dias readaptamos a nossa rota aos desejos dos nossos clientes”, diz Ernst Prost. Esta atitude é vital, uma vez que esta média empresa enfrenta diariamente grandes petrolíferas de ação global.
Ser bem-sucedido sob tais condições e durante tanto tempo, no caso da Méguin, desde 1847, e no caso da Liqui Moly, desde 1957, só é possível com uma filosofia e uma prática não convencionais. Neste grupo empresarial, há muitos exemplos disso: ao passo que a concorrência renuncia cada vez mais à manutenção de representantes de venda, estas duas empresas apostam no contacto direto com os clientes e continuam a aumentar as suas equipas de vendas – no mercado local alemão e nos outros países. E, novamente ao contrário dos seus concorrentes, ambas as empresas disponibilizam um serviço de assistência telefónica que responde a questões técnicas sobre os produtos. Este serviço localiza-se nas cidades alemãs de Ulm e de Saarlouis, respetivamente, não se tratando de um mero call center, mas sim de um serviço à frente do qual estão técnicos especializados.
Para este grupo empresarial, o investimento no conhecimento tem uma importância existencial e revela igualmente a sua orientação para o futuro. “Descobrir novos produtos exige pesquisa intensiva, a qual, por seu lado, exige a mais moderna tecnologia de laboratório e de produção”, segundo o diretor da empresa. Por este motivo, nos últimos anos, o grupo duplicou a capacidade dos seus laboratórios, tendo também construído um parque de depósitos no porto e aumentado extraordinariamente a capacidade de armazenamento da fábrica de óleos. A nova distribuição de matrizes e a robótica inovadora constituem um salto qualitativo exponencial na tecnologia de produção. Paralelamente, foram lançados outros projetos.
“As raízes das duas empresas encontram-se na Alemanha. Para nós, o Made in Germany constitui um valor especial”, sublinha Ernst Prost. O grupo empresarial aposta neste lema e nos seus princípios fundamentais, entre os quais se contam o respeito, a previsibilidade, a gratidão e os valores tradicionais do comércio hanseático. “Estes valores são mais antigos do que as nossas empresas juntas, mas não é por isso que estão ultrapassados”, explica o proprietário do grupo, “embora sejamos obrigados a constatar que defender estes valores é, hoje em dia, quase uma excentricidade, no bom sentido.”
O que parece old school é, na verdade, moderno e uma questão de responder às exigências do espírito da época. A resposta a essas exigências é tarefa constante dos engenheiros de desenvolvimento e dos técnicos de marketing e de vendas da Liqui Moly e da Méguin, que alteram e questionam permanentemente todos os seus processos. O mundo muda rapidamente e, com ele, o gosto e as necessidades dos clientes, sobretudo das gerações mais jovens, futuros clientes. Atualmente, o grupo está a desenvolver um aditivo para híbridos. Como explica Ernst Prost: “Reconhecer os sinais dos tempos e retirar daí as conclusões corretas é o segredo de um negócio sustentável e da subsistência da Liqui Moly e da Méguin.”