O que pensam as oficinas sobre a falta de peças e sobre o aumento dos custos dos combustíveis? - Revista Pós-Venda
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O que pensam as oficinas sobre a falta de peças e sobre o aumento dos custos dos combustíveis?

15 Julho, 2022

A falta de peças e os sucessivos aumentos do preço dos combustíveis são dois fatores que, direta ou indiretamente, influenciam muito a atividade diária das oficinas.

Neste trabalho, cerca de 30 oficinas de automóveis de norte e a sul de Portugal, a maioria delas independentes, dão a sua opinião relativamente ao impacto que tem existido com a dificuldade no abastecimento de peças e com o aumento dos custos dos combustíveis.

Autopenense Lda, Ribeira de Pena, Vila Real
O cliente começará a evitar fazer saídas desnecessárias de carro, e pensar nos custos associados, se anda menos com o carro, precisa de menos manutenção e talvez comece a procurar oficinas ilegais para reparações mais baratas.

Lúcia Desterro Lda, Covilhã, Castelo Branco
Se imputarmos esse custo ao cliente estamos a sentenciar a nossa empresa, devido à concorrência desleal que infelizmente tem aumentado, os clientes tendem a procurar o mais barato, não tem sido fácil fidelizar clientes devido à constante flutuação de preços de bens essenciais.

Benjamim Araujo, Lda, Barcelos, Braga
A falta de peças tem impacto na satisfação do cliente e muitas vezes por aumento de custos por via da cedência de viatura de cortesia. O aumento de combustível, essencialmente pelo impacto nos rendimentos dos clientes que ficam com menos recursos e adiam os serviços.

Leiridiesel, AS, Leiria, Leiria
Vai provocar uma diminuição de clientes particulares pois as razões acima apontadas aliadas à inflação provocam perda de poder de compra e diminuição da capacidade para assumir o custo das reparações.
As oficinas terão que se reinventar e procurar em todas as frentes nomeadamente maior aposta em peças usadas, peças reparadas e reconstruídas para fazer face a aumento de custos e escassez de peças.

Inter-Matic Portugal, Loures, Lisboa
A curto prazo é o que já está a acontecer, quando se pede uma peça o valor é X, se por acaso se demoram uns dias ou não tem stock e tem de solicitar novamente, o valor já é outro e superior, há muita inconstância nos valores do material, aumentos constantes, e a outra situação é a questão da logística que piorou significativamente. Os tempos de espera para o material chegar aumentaram, e algo menor mas que também te sido frequente e uma mudança de hábito, os clientes entregam os veículos na oficina já na reserva. Resumindo, haverá definitivamente impacto na oficina e no cliente, é mais complicado programar e acelerar a saída dos veículos, cada vez mais dependentes de quem fornece as peças e da logística inerente a isso.

Rede Midas
Aumento dos preços ao público no curto prazo, redução da concorrência por soluções budget com origem em periferias mais distantes (peso da logística). A médio prazo degradação do parque, aumento de risco rodoviário, crescimento da quota de soluções e operadores IAM face a soluções OEM/OES.

Pneufurado, Lda, Sintra, Lisboa
No imediato vai existir algum impacto na vinda do cliente à oficina, mas quando houver necessidade ele virá.

Viuva Lucena & Ferreira Lda, Lisboa, Lisboa
Os custos dos materiais de pintura, esses sim forte aumento e como os orçamentos das companhias de seguros a pintura é formulada com tempos de trabalho e esses não aumentam na mesma proporção vai ser complicado tem de haver um aumento na percentagem do valor de material mas sobre este assunto tudo se vai moldando ás alterações do mercado.

Mecânico na Hora, Matosinhos, Porto
Penso que dada a conjuntura atual, o nosso governo deveria olhar mais para o setor da reparação automóvel como um setor que é massacrado por leis que obrigam a ter licenças para tudo e mais alguma coisa, e que isso juntamente com os aumentos sucessivos da eletricidade e dos combustíveis torna cada dia mais insustentável manter uma oficina em funcionamento, e até mesmo faz com que certos empresários cessem atividade e passem a trabalhar de igual modo, mas de porta fechada…

Gamisabe, Lda, Figueira da Foz, Coimbra
A meu ver a falta de peças deve-se no imediato aos preços do custo dos transportes, as cargas têm que ser cada vez maiores para se poderem comportar os custos dos transportes e a redução de combustíveis, acerca do aumento do custo da energia, deveria ser diferenciada a energia (eletricidade e gás) que utilizamos para consumo das oficinas, deveria ser criada uma taxa diferenciada para o efeito.

Oficina Portuguesa, Seixal, Setúbal
De momento ainda é cedo para falar sobre o impacto, mas prevejo que o sector automóvel irá subir nas vendas em todas as áreas, os cliente estão cada vez mais a preferir as oficinas independentes que lhes apresentam confiança e acompanhamento personalizado. Um automóvel irá ser sempre uma necessidade e meio pessoal para as pessoas. As oficinas devem criar uma politica de honestidade, inovação e acompanhamento com os clientes, há muito trabalho a ser feito na competência humana tanto no profissional como no pessoal.

Hybrid Car Center, Cascais, Lisboa
Cada vez mais faltam ou já não se fornecem peças para carros relativamente recentes (12-14 anos). Quanto ao custo de energia e de mão-de-obra, é ainda assim difícil argumentar ao cliente a necessidade de aumentar os preços do serviço.

CS Motors, Lagoa, Faro
O facto do Governo ter aumentado os impostos influencia em todos os sectores, não só nas oficinas. O nosso maior problema deriva dos famosos 50% de descontos para toda a população, e a falta de controlo nos mecânicos ilegais. Quando o governo meter as mãos ao trabalho e ver o roubo que é desses famosos mecânicos ilegais, ira gerar mais trabalho nas oficinas e mais qualidade. Porque os mecânicos ilegais muitas das vezes não sabem o que estão a fazer, e depois somos todos julgados pelos erros deles.

Ciriaco Auto, Lda, Loures, Lisboa
Cada vez será mais difícil, os preços para o cliente também aumentam e vão vir menos à oficina e depois procuram as oficinas ilegais que com toda a certeza têm preços muito mais baixos, porque não pagam impostos e ainda levam peças que compram nas lojas de peças que lhes fazem o mesmo desconto que a nós profissionais.

Auto HBraga, Porto Santo, Porto Santo
Acho que perderemos parte dos nosso clientes , por alguma falta de possibilidade financeira dos mesmos e infelizmente começam a optar por oficinas ilegais.

Trilho D’Adrenalina, Com. e Rep. Auto Lda, Lisboa, Lisboa
O principal problema será sem duvida o aumento do custo de vida que irá obrigar os clientes a reorientarem as suas prioridades, ficando, como já é habito aliás, a reparação/manutenção dos seus veículos a aguardar melhor oportunidade. Veja-se o que já acontece com as IPO com quebras de faturação muito significativas, apesar de ser um serviço obrigatório.

Geração Garrida Lda, Viseu, Viseu
Vamos acabar por sofrer todos com estas alterações. Ambos os lados (cliente/trabalhador) estão em desvantagem em relação ao aumento do custo de tudo em geral. O aumento tem vindo a ser gradual e cada vez mais as pessoas optam por não reparar as suas viaturas tão rapidamente como deveriam, e sim vão ponderando se é necessário ou não. Por mais que tentamos trazer uma boa relação entre preço e qualidade, hoje em dia até o que não é de qualidade é caro. Uma simples revisão de óleo e filtro de óleo que demora nem uma hora, hoje em dia se for um filtro de óleo específico esperamos por vezes uma manhã por isso. Lógico que os cliente acabam por ficar saturados e nosso feedback já não será tão alto como esperávamos.
Em suma, a falta de peças em stock, tanto nos fornecedores, como nas próprias oficinas deve-se ao facto de as mesmas estarem a cada dia que passa a um preço superior ao anterior e ao facto de que de semana para semana temos assistido a um aumento exagerado do custo de energia (combustível), logo não há tantas viagens de fornecedores não há peças em stock. Esta é uma guerra em que estamos todos no mesmo barco.

Revelcar Lda, Loulé, Faro
Sobre a falta de peças tenho notado no atraso no cumprimento de prazos e com o aumento do combustível noto que os clientes adiam a reparação das viaturas devido à alteração do orçamento familiar canalizando parte dele para os gastos de combustível.

João António Brinquete José, Borba, Évora
A falta de peças será cada vez maior devido aos governos taxarem as peças em stock e muitas delas acabarem em monos, quanto aos combustíveis será maior o problema no sector agrícola que é o que mais me toca e reconheço que os produtos que eles produzem não acompanham os preços dos combustíveis

André Manuel Banza Cândido, Setúbal, Setúbal
Todos nós estamos reféns destes factos, mas no final de contas quem sofre mais é sempre o cliente final, quer pelo tempo que por vezes o veículo se encontra em reparação, quer pelo aumento do valor das peças.

Auto Joteca, Lagos, Faro
Reduz a rentabilidade, aumenta a ocupação das baias e reduz a satisfação do cliente, traduzindo-se em prejuízo direto para ambas as partes, o que pode provocar a médio prazo o encerramento de algumas empresas.

Auto Furtado, Póvoa de Varzim, Porto
A falta de peças tem como implicação o aumento do tempo médio de reparação das viaturas provocando o aumento do ciclo de tesouraria e consequentemente o aumento das necessidades de fundo de maneio. A nível operacional dificulta pelo facto das viaturas estarem paradas nos elevadores. O aumento do custo de energia (combustível) tem como impacto a diminuição do poder de compra do consumidor final e a diminuição dos quilómetros feitos levando a menos idas à oficina e à diminuição da fatura média.

Auto Frades, Lda, Mafra, Lisboa
As manutenções periódicas vão atrasar cada vez mais porque as pessoas não tem poder de compra. As reparações ficam para mais tarde. As reparações são cada vez mais complexas, mais caras porque as pessoas deixam os problemas arrastarem até o carro parar. Os carros estão muito caros, as peças para a sua construção estão cada vez mais escassas. A situação vai ficar ainda mais complicada, as matérias primas aumentam de dia para dia… Uma bola de neve cada vez maior e cada vez mais complicada para qualquer negócio.

 

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