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A ciber segurança e o seu impacto no Pós-venda Automóvel Independente (DPAI / ACAP)

7 Fevereiro, 2020

Com o aumento da condução conectada e automatizada, por um lado, e o risco de novas ameaças cibernéticas, por outro, os legisladores sentiram a necessidade de aumentar o nível de segurança cibernética dos veículos.

Esta necessidade é, também, partilhada pela FIGIEFA (Federação que representa o IAM na Europa) como forma de proteger os automobilistas e desencadear o potencial do mercado, garantindo a confiança nas novas tecnologias de mobilidade. É realmente crucial apoiar a confiança dos automobilistas na condução conectada e automatizada para facilitar a compreensão dessa nova mobilidade e beneficiar das vantagens associadas em termos de ambiente e segurança.

Ao nível das Nações Unidas, a UNECE, entidade que lida com questões de mobilidade, encontra-se a desenvolver um trabalho legislativo que será referenciado na União Europeia como legislação de homologação de veículos.

A UNECE estabeleceu um inventário de todas as ameaças cibernéticas ao veículo. Qualquer acesso e comunicação com o veículo, pode ser considerado uma ameaça cibernética, pelo que se torna necessária a criação de mecanismos e práticas de controle de acesso.

Como podem estas medidas legislativas afectar o negócio do Pós-venda Automóvel Independente?

Caso o projecto de regulamento da UNECE, não venha a incluir cláusulas de salvaguarda para o mercado do pós-venda automóvel independente, poderá verificar-se, a médio/longo prazo, a impossibilidade das oficinas terem acesso aos dados do veículo.

A “porta” OBD pode ser fechada, os certificados de acesso dos fabricantes de veículos podem não ser compatíveis com ferramentas de diagnóstico e testes independentes e o acesso directo e remoto aos dados pode ser dificultado.

Esta situação poderá impedir que oficinas de manutenção e reparação automóvel independentes realizem intervenções nos veículos.

Substituir algumas peças (especialmente as que têm maior valor acrescentado, ex.: peças electrónicas), que podem executar actualizações de software num modo independente, pode deixar de ser possível.

O que é que a FIGIEFA tem feito?

A FIGIEFA participa nas reuniões da UNECE, onde a legislação será redigida. Pelo facto de ser uma das entidades consultadas, juntamente com outras associações que representam outros segmentos do mercado de substituição automóvel, a FIGIEFA elaborou e defendeu mudanças pertinentes com o objetivo de preservar os interesses do sector, mantendo a mais alta protecção em termos de segurança cibernética.

Paralelamente, a FIGIEFA informou a Comissão Europeia das ameaças que essa legislação da ONU teria no quadro regulamentar da UE sobre os direitos de reparação e manutenção do consumidor e da necessidade de estabelecer medidas de salvaguarda na União Europeia para proteger o direito das empresas independentes de continuarem a prestar o seu serviço. Juntamente com seus membros, a FIGIEFA, também, está a informar os Governos nacionais sobre os riscos que o projecto de lei tem para as empresas independentes.

Por último, mas não menos importante, a FIGIEFA encomendou um estudo independente de segurança cibernética, com o objetivo de mostrar que é perfeitamente possível ter o mais alto nível de protecção de segurança cibernética, ao mesmo tempo em que se permite uma comunicação com acesso pelo sector independente ao veículo e aos seus dados.

O resultado das discussões políticas terá um impacto decisivo no sector do Pós-venda Automóvel Independente.

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NOTA:

A ACAP é a única Associação em Portugal filiada na FIGIEFA – Automotive Aftermarket Distributors – que defende os interesses do Pós-venda Automóvel Independente, na Europa, onde a maioria da legislação europeia é produzida.

Joaquim Candeias, Presidente da DPAI – Divisão do Pós-venda Automóvel Independente da ACAP, integra a Direcção da FIGIEFA.

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