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“A eletrificação do parque automóvel mudará o fluxo da principal receita para as oficinas independentes”, Luís Melo, Valvoline

A Valvoline está a adaptar a sua gama de produtos às tendências geradas pelos fabricantes automóveis, mas Luís Melo, da Valvoline, refere que as oficinas têm que tomar consciência de todas as alterações que estão a acontecer.

Qual foi a mais recente novidade de produto que introduziram, ao nível dos lubrificantes? Ou, que novidades irão lançar, no futuro próximo, ao nível dos lubrificantes?
Os fabricantes automóveis estão a realizar o movimento natural de downsizing dos motores das suas viaturas devido à pressão de poupança de combustível e consequentes benefícios ambientais. Neste sentido também a Valvoline está a adaptar-se às novas exigências de mercado com o lançamento de lubrificantes com viscosidades mais baixas de acordo com as aprovações dos fabricantes. Para além disso, a Valvoline lançou uma linha de lubrificantes para viaturas híbridas (motores e caixas de velocidades) desenvolvida de raiz, tendo em conta as especificidades desta tipologia de viaturas e não através de uma adaptação da gama existente. A nível dos anticongelantes, a Valvoline também se tem posicionado como uma empresa líder neste sector. O exemplo mais recente é o lançamento do HT-12 sendo a Valvoline a única marca que detém esta tecnologia com aprovações para as viaturas VW (TL 774-L (G12evo)) e BMW (Norma LC-18) no setor do aftermarket.

No contexto de quebra de redução dos consumos e numa quebra do mercado de lubrificantes no aftermarket, de que forma têm trabalhado a animação de vendas (diretamente ou com os distribuidores) para potenciarem as vendas às oficinas?
A eletrificação do parque automóvel mudará o fluxo da principal receita para as oficinas independentes, mas isso ainda está a alguns anos de distância. O que vemos hoje nas oficinas independentes são as viaturas híbridas com mais de 3 anos cujo parque têm aumentado rapidamente ano após ano. Fator central para esta tecnologia é a função de Start-Stop do motor que, infelizmente, não permite que o lubrificante atinja a sua temperatura ideal de operação com rapidez suficiente, principalmente na condução no centro da cidade. Uma função-chave do lubrificante é oferecer proteção ao motor, de modo que as oficinas estão já a começar a identificar problemas relacionados com este desgaste. É por isso que apresentamos uma gama de lubrificantes híbridos especificamente para resolver estes potenciais problemas.

O acompanhamento técnico às oficinas é muito importante: que meios humanos, materiais e digitais disponibilizam às oficinas para lhes prestar acompanhamento técnico (sempre que ela necessite)?
A nossa indústria é um negócio baseado em pessoas, baseado em conhecimento e confiança. Isso vai-se tornar ainda mais importante à medida que a eletrificação começar a substituir os motores de combustão interna. No entanto, os motores de combustão interna continuarão a ser a principal fonte de receita de manutenção por muitos anos, mas as oficinas devem aprender a adaptar-se. Novas habilitações são exigidas às oficinas para abraçar essa tecnologia e manter a confiança dos seus clientes. A formação fornecida pelos nossos distribuidores continua a ser uma oferta essencial, seja presencial ou digital.  A APP Valvoline Lub Advisor é um exemplo também de uma ferramenta digital que os nossos clientes têm à disposição. Para além do acompanhamento técnico e plano de formação dos distribuidores Valvoline às oficinas em Portugal, este ano a equipa da Valvoline cresceu com a integração um Technical Manager baseado em Portugal. Com este novo elemento na equipa temos promovido um extenso plano de formação para os nossos distribuidores assim como para os seus clientes. Este plano está focado nas novas tendências e tecnologias do mercado de modo a que os clientes Valvoline estejam preparados da melhor forma para o futuro próximo.

Depois da pandemia e agora com a guerra na Ucrânia, qual o impacto que têm no negócio de lubrificantes para o aftermaket?
A Supply Chain global foi afetada em todos os setores e no setor de energia talvez tenha sido o mais afetado. Temporariamente, há recursos e capacidade de refinação limitada que infelizmente fez com que o setor dos lubrificantes tenha também aumentado os seus preços na generalidade. O que a história nos ensinou é que tanto os mercados quanto a procura se adaptam e neste momento já observamos decisões estratégicas de longo prazo tomadas pelos governos para diminuir a nossa dependência do petróleo. Um carro elétrico, no entanto, ainda requer manutenção, não com lubrificantes, mas com outros fluidos denominados fluidos de transferência de calor, fluidos do sistema de caixa e massas lubrificantes específicas para estes veículos. Por exemplo, os fluidos de transferência de calor protegem os componentes do motor e as baterias do calor gerado.

 

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