A TAB Spain reforçou recentemente a sua equipa com Jorge Couto que, ao lado de Raúl Pacho, ajuda a dinamizar a presença e o reconhecimento deste fabricante de baterias em Portugal.
A TAB Batteries é um fabricante de referência em soluções de baterias, com operações a nível mundial. A TAB Spain representa esta empresa nos mercados de Portugal e Espanha há 19 anos e, no início deste ano, integrou Jorge Couto na sua equipa comercial, como novo responsável pelas baterias de arranque para Portugal Continental e Ilhas. Jorge Couto e Raúl Pacho, diretor comercial de start-ups da TAB Spain, explicam a estratégia por detrás desta integração, bem como as perspetivas da TAB Spain para o futuro.
Jorge Couto é novo gestor comercial de baterias de arranque para Portugal e Ilhas da TAB Spain. Fale-nos um pouco do seu percurso profissional. Quais seus antecedentes e quais são as suas responsabilidades na TAB?
Jorge Couto: Estou ligado ao ramo automóvel de várias formas, há mais de 20 anos, tendo passado por várias empresas do setor. O aftermarket surgiu no meu percurso profissional nos últimos 10 anos. Ao longo do meu percurso, passei por várias funções inerentes ao ramo automóvel, entre elas atendimento ao cliente, orçamentista, responsável de armazém. Nos últimos 10 anos estive mais dedicado à relação comercial-cliente, que me deu o know-how para integrar a TAB Spain como responsável nacional e representar uma marca que também é fabricante e que já estava implantada em Portugal. A minha responsabilidade é gerir uma carteira de clientes a nível nacional, incluindo as ilhas, e manter uma proximidade com o cliente, baseada na estratégia de proximidade que a TAB Spain pretende ter perante os seus clientes. A TAB tem sede em Espanha, e tem fábricas na Estónia e na Macedónia, mas em Portugal não tinha ninguém no território, e por isso quis integrar alguém para fazer a ligação Espanha-Portugal e que tivesse conhecimento do mercado. Estou na TAB Spain para ajudar a empresa a crescer e aumentar a sua presença no nosso território.
Como tem sido o feedback dos clientes em relação a esta maior proximidade da TAB Spain no nosso país?
Jorge Couto: O feedback tem sido positivo, porque os clientes sentem-se mais próximos, principalmente por terem alguém que fala o mesmo idioma. Além disso, ao estarmos mais próximos do cliente, quando há um problema, podemos agir mais rapidamente, e isto para o cliente é uma grande mais-valia. Apesar de, no passado, termos uma equipa de Espanha a trabalhar Portugal, esta presença mais próxima faz a diferença para o cliente.
Raúl Pacho: Trabalhámos o mercado português com agentes comerciais Espanhóis durante muitos anos, e achámos que seria o momento de dar ao mercado Português a importância que tem dentro do mercado Ibérico. Primeiro, porque cada vez temos mais e maiores clientes em Portugal. Além disso, não só pela questão do idioma, mas também pela cultura e conhecimento do mercado e dos clientes Portugueses, achámos que seria importante integrar uma pessoa do país. Temos notado uma grande diferença exponencial desde janeiro em relação ao número de clientes novos, marcas introduzidas, do acompanhamento aos clientes existentes. O trabalho do Jorge está a ser muito positivo.
Jorge Couto
Além dessa proximidade, qual a estratégia da TAB para se destacar e crescer mais ainda no mercado Português?
Jorge Couto: A marca TAB, em termos de posicionamento está numa linha de preço/qualidade média, onde o cliente se identifica, pois procura encontrar um produto que lhe proporcione qualidade, que lhe dê fiabilidade e credibilidade, a um preço ao qual consiga chegar. É uma bateria que já está posicionada no mercado, e tem vindo a fazer o seu caminho. A nossa estratégia no mercado nacional passa por manter um stock que nos permita fazer face às necessidades dos nossos parceiros comerciais. Queremos ter sempre uma boa distribuição, eficaz e bem organizada.
Raúl Pacho: A TAB Batteries é um fabricante integral Europeu de baterias. Além de fabricarmos baterias para o setor automóvel, também fabricamos baterias de tracção, estacionárias, de moto e de semi-tracção. Além do mercado Ibérico, a TAB Spain também se encarrega de todo o mercado sul-americano. Falando especificamente de baterias de arranque, somos especialistas no aftermarket. Temos relação com os fabricantes de automóveis, e algumas baterias que fazemos para o aftermarket dos fabricantes, e também fabricamos uma bateria específica para o grupo Volkswagen, mas o foco do nosso negócio não vai por aí. O nosso negócio passa por dar qualidade premium, igual à do primeiro equipamento, para os nossos clientes do aftermarket. Isto tem vantagens e desvantagens. Estamos conscientes que não temos ainda uma imagem forte, como acontece com algumas marcas premium da concorrência. Estamos a trabalhar nesse aspeto, em parceria com os distribuidores, e isto inclui o desenvolvimento da imagem da marca mãe, a TAB, pois neste momento 80% do nosso negócio é em marcas privadas. Agora, com a nova lei de etiquetagem que será publicada na Europa, e que irá obrigar a que o fabricante de qualquer marca de baterias esteja devidamente identificado na etiqueta, o mercado poderá ver mais facilmente qual a penetração da TAB Batteries no mercado.
Quantos armazéns tem atualmente a TAB na Península Ibérica?
Jorge Couto: Temos armazém em Barcelona, que é a nossa sede, depois temos
Madrid, Corunha e Sevilha.
Raul Pacho: As baterias de tração e arranque saem de Barcelona. Nas restantes localizações não temos baterias auto, sendo locais criados para dar apoio aos outros setores de atividade que trabalhamos. O nosso objetivo é ter também um centro logístico em Portugal, no futuro, não só para termos mais rapidez logística, como benefício adicional, mas principalmente para dar um melhor apoio ao cliente.
De que forma a TAB Batteries se tem preparado para o aumento de veículos elétricos e o aumento da exigência das baterias?
Jorge Couto: Existem algumas mudanças em relação aos elétricos, mas, mesmo um
veículo a combustão, cada vez tem mais componentes elétricos, o que exige uma bateria capaz de suportar todas as necessidades de energia, ou seja, uma bateria que seja capaz de absorver a energia e rapidamente a transforme. E para isso estamos preparados, com baterias de qualidade, com capacidade de resposta ao mercado. E a TAB está na linha da frente, sempre atenta às necessidades do mercado. Fomos inovadores, por exemplo, na linha EFB.
Raúl Pacho: Quando falamos de veículos elétricos, há efetivamente uma grande mudança. Nos últimos 20 anos, a mudança mais importante no mundo das baterias foi a transformação dos veículos tradicionais em veículos com o sistema Start-Stop, que utilizam uma bateria totalmente
diferente. Ou seja, são baterias que têm um desenvolvimento distinto, com componentes diferentes e necessitam de rendimentos diferentes. Há 25 anos, a bateria servia para o veículo arrancar, para o rádio, limpa para-brisas, e pouco mais. Hoje em dia, existem mais de 100 componentes eletrónicos que consomem energia, ainda antes de que o veículo arranque.
Em relação aos veículos elétricos, há ainda um longo caminho por fazer, pois estamos muito longe de poder eletrificar um parque inteiro, e isso acontece por um motivo, pelas baterias. Há um problema de autoconsumo, de carga e descarga. Por isso, não há nenhum fabricante de baterias auto tradicional que tenha entrado no fabrico de baterias de lítio para veículos elétricos. Além disso, o lítio é finito, e tem um custo tremendo para reciclar. Para se poder eletrificar 50% do parque circulante mundial, não haveria reservas de lítio suficientes. Não chegariam para mais de 10%. Além disso, o parque de carros a combustão tem ainda muito caminho, os fabricantes têm agora já desenvolvido motores para que funcionem com carburantes vegetais. Por isso, os elétricos não são uma ameaça nem uma realidade a curto prazo.
Que outros investimentos têm feito para aumentar a eficiência e a durabilidade das baterias?
Raúl Pacho: Mais de metade do parque ibérico tem mais de 20 anos. O que temos vindo a fazer
é, além de termos os produtos para os veículos mais recentes, continuamos a dar aquilo que os
veículos do parque necessitam. Não há outro fabricante de aftermarket que dê três anos de
garantia a uma bateria, tal como a TAB dá. Temos um programa de extensão de garantia,
que pode chegar aos sete anos. Apostamos nas baterias de qualidade, a nossa estratégia não
passa por baixar a qualidade e focar no preço.
Quais são atualmente as maiores oportunidades e desafios do mercado português para a TAB?
Jorge Couto: Uma oportunidade é o facto de o mercado português ser um mercado acessível, ao nível de evolução e dinâmica, que procura rentabilidade e qualidade. O mercado português, apesar de ser pequeno, tem uma evolução rápida, há uma procura imensa de baterias. Ou seja, todas as fábricas gostam de estar presentes. A TAB Batteries considera que o mercado não está fechado e que ainda há formas de podermos estar presentes. E daí vem o desafio de, todos os dias, aumentarmos a presença da marca e da nossa imagem no mercado nacional, através das marcas privadas. Com a nova legislação para a etiquetagem, como dizia o Raul, vamos começar a associar cada vez mais a marca TAB à qualidade e vamos avançar bastante a este nível. O desafio fundamental é continuarmos a ter uma bateria que seja capaz de dar resposta às necessidades do mercado, através da evolução tecnológica. Há muitas oportunidades no mercado, seja por nova procura, de novas necessidades, de um querer mudar por parte do cliente, e para isso estamos agora mais presentes no território para rapidamente poder de resposta.
Como vê a evolução da procura de baterias, das tradicionais às de iões de lítio?
Jorge Couto: A bateria convencional ainda vai estar presente durante alguns anos, porque o parque automóvel ainda está envelhecido em Portugal. Existe ainda um longo caminho para a bateria convencional. Embora as linhas FB e AGM já estejam a ganhar presença no mercado, a linha convencional ainda está muito presente no dia-a-dia, porque os carros assim o exigem. A mudança irá continuar a ser gradual. Por isso, a TAB continua a melhorar as baterias convencionais, para dar resposta ao mercado e melhorar o trabalho dessa bateria no veículo. E, com a qualidade que estamos a colocar nas nossas baterias, através de vários tipos de componentes, que lhe dão mais capacidade, o cliente ganha mais confiança na marca. A nossa bateria tem uma rentabilidade para o veículo fantástica e está bem presente com a qualidade/preço. E por isso é que os clientes nos procuram e continuamos a crescer, e a aumentar a nossa presença a nível nacional.
Raúl Pacho
A TAB está ao nível de uma marca premium, ao nível técnico?
Jorge Couto: A nossa bateria está, efetivamente, ao nível de uma marca premium. Colocámos a nossa bateria mais abaixo a nível de preço, para podermos atingir o mercado médio do consumidor final. Mas consideramos que a nossa bateria tem capacidade tem qualidade para estar a um nível alto no mercado.
Raúl Pacho: Temos uma bateria premium, com características e rendimento de topo. Estamos a investir recursos e tempo para que a marca seja mais reconhecida. A distribuição já nos conhece, algumas oficinas conhecem e o cliente final conhece-nos pouco. Então, o nosso principal objetivo, não só em Portugal, mas a nível Ibérico, é esse reforço da imagem de marca, dotando de recursos os distribuidores de TAB, apoiando-os e promovendo a marca, com promoções específicas, presença em feiras, entre outros aspetos, para que a marca se posicione onde pretendemos.
Que medidas tem dinamizado a TAB Batteries em termos da sustentabilidade?
Jorge Couto: A sustentabilidade é algo em que a TAB se tem focado bastante. Foram implantadas medidas que nos permitem um armazenamento elétrico de energia, através
de energia renovável, nas nossas instalações logísticas, e por isso temos capacidade de
autoconsumo. Estamos atentos à evolução do mercado e estamos sempre prontos para
melhorar, não só no fabrico das baterias, mas como na componente logística. Raúl Pacho: Há dois projetos muito importantes neste sentido. No caso das baterias de lítio para a parte estacionária e de tracção, somos o único fabricante com uma fábrica de montagem de baterias na Eslovênia que tem capacidade de autoconsumo com as nossas próprias baterias de acumulação, e praticamente 60% do nosso consumo vem das nossas placas solares. É um projeto que estamos a ampliar para todo o setor e pode também ser aplicado aos nossos clientes, para conseguirem uma poupança de recursos e emissões. Quanto à parte de arranque, para 2025, há uma mudança ao
nível de imagem para as baterias, que irá incluir uma poupança muito considerável a nível de plástico. A bateria é um produto que é 100% reciclável. Há uma corrente de responsabilidade social e sustentável que é importante e que temos que seguir, desde os fabricantes e que se estenda à distribuição, terminando na oficina.
Em termos de apoio técnico, o que oferece a TAB Spain aos seus clientes no mercado português para se diferenciar da concorrência?
Jorge Couto: No mercado português, o apoio técnico é muito presencial, ligado a um conjunto de soluções, entre elas a minha presença, o merchandising, a formação técnica e o aconselhamento associado. Além disso, temos também toda a informação em suporte digital e em papel, com o website com muita informação para que o cliente possa conhecer a bateria, a ficha técnica, de forma muito rápida. A formação e a informação técnica são aquilo que nos diferencia perante os nossos clientes. O que fazemos é perceber o que é que o nosso cliente quer, aconselhar, dar apoio técnico. Acentuamos sempre a formação técnica e também transmitimos ao cliente informação sobre as melhorias das várias gamas, a importância e forma de reciclar a bateria, para que perceba que estamos atentos e que queremos evoluir. Queremos estar no mercado desta forma, e é a melhor estratégia para dar reconhecimento à marca. Com este apoio técnico, o cliente não vai procurar outra marca apenas por preço. O preço está presente, mas inerente ao preço está aquilo que nos é dado em termos de produto, que engloba todo o pacote de serviços, a formação, a qualidade da bateria, a presença do técnico, a informação, o marketing, com as campanhas e parcerias. Tudo isto dá um valor ao nosso produto, e isso traz fidelização. Criamos uma ligação estreita de confiança e de mecanismos para que isso nunca se perca, estando sempre muito atentos à necessidade do cliente.
Como vêem, nos próximos anos, a evolução do negócio e do mercado de baterias auto em Portugal?
Jorge Couto: O negócio das baterias vai estar sempre presente, porque a bateria é cada vez mais necessária. Cada vez mais nas suas várias vertentes, seja nas linhas mais sofisticadas e nas que vão aparecendo, e mesmo na convencional. A bateria tem que acompanhar a evolução do automóvel, e para isso estamos sempre no terreno, para ir percebendo junto dos nossos clientes e do mercado o que está a mudar e o que é que podemos melhorar. O distribuidor está ligado diretamente à raiz do problema, porque lida com a oficina. Assim, acaba por haver uma ligação desde o fabrico até ao cliente final, que é importante para recebermos feedback, para analisarmos de que forma se está a comportar a bateria, o que é que o mercado procura. Estamos atentos a toda esta evolução também por parte dos nossos concorrentes, porque através da nossa concorrência, também melhoramos. Raúl Pacho: Temos de estar atentos ao que o mercado pede, às necessidades que tem, para onde vai, e essa estratégia vai manter-se. Em Portugal, independente de termos ou não mais distribuidores da marca TAB, sabemos que queremos parceiros que estejam de acordo com a nossa estratégia, que se identifiquem com os nossos valores, para irmos ganhando presença e imagem de marca. O cliente que entra por preço, sai por preço. Por isso, damos todo um conjunto de serviços ao cliente, para que valorize trabalhar com uma empresa como nós. Os fatores fundamentais são a disponibilidade, o apoio para a distribuição e a qualidade.
Que novos produtos irão ser lançados sob a marca TAB no futuro?
Jorge Couto: Estamos a apostar muito na linha náutica e de moto. Na parte automóvel, temos um distribuidor em Portugal e vamos continuar a trabalhar em parceria para impulsionar o negócio da marca e continuar a dar todo o apoio que podemos, para estarmos cada vez mais presentes.
Raúl Pacho: O primeiro passo foi integrar o Jorge na equipa, para trabalhar o mercado Português, e vamos fazer mais coisas em função das necessidades que tenhamos, como o centro logístico em Portugal, e reforçar a equipa, conforme seja necessário.