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“Acreditamos que 2022 será mais um ano de complicados desafios a superar”, Tiago Domingos, Auto Delta

23 Dezembro, 2021

Player de referência no aftermarket nacional, a Auto Delta diz, por intermédio de Tiago Domingos, que 2022 será uma ano de imensos e complicados desafios.

Os preços médios das peças para automóveis aftermarket vão continuar a subir em 2022?
O movimento dos preços no Aftermarket deverá seguir a tendência geral de subida em 2022. O nosso sector não é estanque, pelo que está sujeito a uma diversidade muito grande de variáveis que têm influência no preço final dos componentes automóveis como sejam os custos de matérias-primas, logísticos e mesmo o clima inflacionista que se tem verificado um pouco por todos os países. Desta forma e até devido às comunicações públicas de alguns fabricantes, é expectável uma subida dos preços médios das peças para automóveis.

Que efeitos poderá ter no mercado de peças para automóveis aftermarket os preços mais altos, a escassez da oferta e a maior pressão comercial?
Em primeiro lugar, será mais um enorme desafio que qualquer player do aftermarket nacional terá de superar de forma a sair de mais esta tormenta de forma satisfatória. Enquanto a pressão comercial é um fenómeno habitual em qualquer mercado competitivo como é o nosso, e mesmo salutar se não se ultrapassarem determinadas regras, a subida de preços e a escassez de oferta são cenários novos ou mais recentes com que nos deparamos. Aqui há um trabalho de terreno que é necessário fazer, consciencializando os nossos parceiros comerciais de quaisquer alterações verificadas tanto em preços como na volatilidade da disponibilidade dos componentes que, muitas das vezes, poderão impedi-lo de efectuar o seu trabalho diário.

Os cenários de escassez na oferta poderá dar lugar à entrada mais evidente, no negócio de peças, de peças com menor qualidade?
Seria um cenário bastante previsível mas acreditamos que estamos perante um mercado maduro onde, tanto os condutores como os mecânicos portugueses, até devido ao padrão de compras evidenciado ao longo dos últimos anos, preferirão produtos de qualidade comprovada em detrimento duma aposta pura e dura no preço que poderá, em muito casos, tornar-se mais dispendiosa que a primeira opção.

Vendas de carros novos a desceram, aumento da quilometragem média dos atuais, parque mais envelhecido, entre outros indicadores, serão só por si um bom cenário para o negócio das peças aftermarket em Portugal? Que outros fatores poderão condicionar (positiva ou negativamente) o mercado das peças aftermarket em 2022)?
Acreditamos que 2022 será mais um ano de complicados desafios a superar. Para além da subida de preços e da escassez de matérias-primas, a verdade é que o nosso parque automóvel continua a envelhecer e dá poucas mostras de renovação o que, parecendo ser um bom cenário para qualquer empresa presente no aftermarket, acaba por não o ser. Com uma menor renovação, a aposta em novos produtos com maior índice tecnológico e com maior importância económica continuará, senão adiada, pelo menos com um ritmo baixo e, por outro lado, a subida de preços e escassez de produtos mencionados é um fenómeno global em todas as gamas, não olhando à idade das viaturas em causa.

Será em 2022 que se dará o “Boom” da digitalização do pós-venda em Portugal ou continuará o seu processo lento e gradual?
Ainda não será em 2022 que qualquer revolução se irá verificar. Ainda assim, será mais um ano de adaptação para qualquer empresa presente neste negócio e que ainda não tenha apostado na sua digitalização. A realidade do aftermarket nacional ainda é caracterizada por um grande número de retalhistas que controlam a área geográfica em que estão inseridos pelo que, apenas a entrada dum gigante internacional faria com que qualquer boom se verificasse de forma súbita.

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