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Anecra divulga resultados do inquérito sobre a reparação automóvel

9 Setembro, 2016

A ANECRA realiza todos os anos o seu inquérito de conjuntura sobre a reparação automóvel. Recentemente a ANECRA divulgou uma síntese destes resultados, que aqui partilhamos.

Quanto vale este sector? Quantos trabalhadores emprega? Como tem evoluído a atividade? Quais as maiores dificuldades dos empresários? Estas e outras questões são respondidas através do inquérito de conjuntura sobre a reparação automóvel que a ANECRA acaba de divulgar. Aqui ficam alguns dados.

86% de oficinas independentes

86% das empresas que responderam, são reparadores independentes, dos quais 14% têm ligação a uma rede. 14% são reparadores autorizados de pelo menos uma marca.

O número de reparadores autorizados de marca parece vir a diminuir. Das empresas que responderam a este inquérito em 2015, 14% eram reparadores autorizados de marca, contra 17% em 2014 e 19% em 2013.

Comparativamente com os resultados dos inquéritos de anos anteriores, pode-se apontar o facto de o número de empresas com ligação a rede ter estabilizado após 2012, depois de um aumento significativo e sustentado tomando 2004 como referência, conforme a tabela seguinte. Em 2010, foi significativo o aumento no número de empresas com ligação a rede (entre as empresas que responderam ao inquérito). Em 2004, ano em que se iniciou este inquérito no formato atual, estas empresas representavam apenas 5%.

Número de trabalhadores

Segue-se a distribuição de empresas de acordo com o número de trabalhadores, no final de 2015. As empresas foram divididas em 3 grupos: 1 a 5 trabalhadores; 6 a 10 trabalhadores e mais de 10 trabalhadores. Nos pontos que se seguem, serão distinguidos os reparadores autorizados de marca, dos reparadores independentes.

Como se pode observar neste inquérito, 58% das empresas independentes que responderam, tem até 5 trabalhadores, 23% entre 6 a 10 trabalhadores, e 19% tem mais de 10 trabalhadores. No caso dos reparadores de marca estes aparecem nos intervalos até 5 trabalhadores com 16% de empresas, em 6 a 10 trabalhadores, com 28% das empresas, e mais de 10
trabalhadores com 56% das empresas.

Os reparadores independentes, comparativamente com o ano anterior, baixaram 10% no primeiro grupo, subiram 3% no grupo intermédio, e subiram também no último grupo (7%), o que veio contrariar a tendência do ano anterior, quando tinham subido no 1.º grupo e diminuído no 3.º grupo.

Os reparadores de marca, depois de 3 anos a diminuir no último grupo (74% de empresas em 2012, e 59% em 2013), mantiveram exatamente os números dos anos anteriores em todos os 3 grupos.

Os resultados apontam para o aumento do valor médio do número de trabalhadores nos reparadores independentes para 7 (6 entre 2012 e 2014, e 7 em 2011), e 12 trabalhadores nos reparadores de marca (14 em 2014).

Deve também ser considerado que, por falta de meios humanos, as empresas mais pequenas terão mais dificuldades em responder a estes inquéritos, pelo que se deverá ter também em consideração este pressuposto face aos resultados apresentados.

Preço – Hora

Segue-se a distribuição de empresas de acordo com os valores de preço – hora praticados, no final de 2015. As empresas foram divididas nos seguintes grupos: até 20€; entre 20 e 25€; entre 25 e 30€; e mais de 30€. Os valores indicados não incluem o IVA.

Um número significativo de empresas independentes inquiridas afirmou praticar em 2015 um preço – hora inferior a 20 €, 27% das empresas, valor que se manteve em relação ao ano anterior. Os reparadores independentes distribuem-se de forma mais ou menos equitativa pelos 4 grupos, o que demonstra a heterogeneidade entre estes reparadores. Relativamente a 2014 observam-se oscilações pouco significativas na distribuição das empresas pelos 4 grupos. A subida mais significativa no último grupo ocorreu em 2013, de 12% para 20%.

Tal como nos anos anteriores, os reparadores de marca encontram-se maioritariamente no último intervalo, 68% de empresas, valor que se repete em relação ao ano anterior. Nos restantes grupos, as variações em relação a 2014 foram também reduzidas. Junto das empresas inquiridas, foi também possível encontrar os valores médios do preço/hora. Assim temos:

Reparador Indenpendente
· Preço – hora médio em 2007: 27,49 €
· Preço – hora médio em 2008: 28,68 €
· Preço – hora médio em 2009: 28,87 €
· Preço – hora médio em 2010: 30,35 €
· Preço – hora médio em 2011: 31,41 €
· Preço – hora médio em 2012: 31,81 €
· Preço – hora médio em 2013: 31,64 €
· Preço – hora médio em 2014: 31,98 €
· Preço – hora médio em 2015: 32,08 €

Reparador Independente
· Preço – hora médio em 2007: 21,59 €
· Preço – hora médio em 2008: 22,43 €
· Preço – hora médio em 2009: 23,03 €
· Preço – hora médio em 2010: 23,22 €
· Preço – hora médio em 2011: 23,94 €
· Preço – hora médio em 2012: 24,56 €
· Preço – hora médio em 2013: 24,28 €
· Preço – hora médio em 2014: 25,69 €
· Preço – hora médio em 2015: 25,65 €

Depois de os valores médios de preços-hora das empresas inquiridas terem baixado em 2013 (relativamente a 2012), acabaram por recuperar em 2014, tendo sofrido uma pequena variação em 2015 (baixando ligeiramente no caso dos reparadores independentes).

Faturação Média

Segue-se a distribuição de empresas de acordo com a faturação mensal média de 2015.

Também aqui, e mais uma vez, os valores não incluem IVA.

As empresas foram divididas em 5 intervalos, de acordo com a sua faturação mensal média: até 5.000€; entre 5.000 e 10.000€; entre 10.000 e 25.000€; entre 25.000 e 50.000€; e mais de 50.000€.

Relativamente a 2014, temos menos reparadores independentes no 2.º grupo, em benefício dos 3 grupos seguintes. Em 2013 e 2014, metade dos reparadores independentes encontrava-se nos 2 primeiros grupos (até 10.000€), quando em 2012 a maioria já se encontrava no 2.º e 3.º grupo.

Metade dos reparadores de marca ocupam (pelo 2.º ano) o último intervalo. Relativamente a 2014 observou-se um aumento de empresas no 3.º grupo (entre 10.000 e 25.000€), mantendo-se o 1.º grupo inalterado.

Atividade

Segue-se a distribuição de empresas de acordo com o número médio de obras abertas por semana, em 2015. As empresas foram divididas em quatro grupos, por número de obras abertas semanalmente: até 10 obras; entre 10 e 25; entre 25 e 75; e mais de 75 obras abertas.

Os independentes ocupam principalmente os dois primeiros intervalos, ao passo que o maior número de reparadores de marca ocupa o terceiro. Ambas as situações, acontecem já desde 2008. Depois de em 2012 e 2013 se ter assistido a um aumento de empresas nos 2 primeiros grupos, em 2014 aconteceu uma redução de empresas no 2.º grupo, em benefício do 3.º grupo (reparadores independentes) e em benefício do 4.º grupo (reparadores de marca). Em 2015, aconteceu uma redução clara no 1.º grupo para todos os reparadores. Neste ano, os reparadores de marca baixaram no 1.º e 4.º grupo, e subiram no 2.º.

Em termos médios, o reparador independente abriu, em 2015, 1.264 obras. O reparador de marca abriu 2.142 obras.

Apresentação da distribuição de empresas de acordo com a taxa média de ocupação da oficina, em 2015. Também aqui as empresas foram divididas em 4 grupos, conforme o valor percentual de taxa de ocupação da oficina: menos de 25%; entre 25% e 50%; entre 50% e 75%; e entre 75% e 100%.

Os reparadores independentes situam-se tipicamente no 2.º e no 3.º intervalo, tal como se tem verificado nos anos anteriores. Estes subiram no 3.º e 4.º grupo (2% e 5% respetivamente). De assinalar que 38% dos reparadores independentes têm taxas de ocupação inferiores a 50%.

Os reparadores de marca dividem-se na sua maioria pelo 3.º e 4.º grupo, o que aconteceu já em 2014. Deixaram no entanto de estar em maior número no último intervalo, situação que apenas tinha acontecido em 2014 (até esse ano estiveram sempre em maior número no 3.º intervalo). Depois de 2 anos sem reparadores de marca com taxa de ocupação inferior a 25%, em 2015 temos 5% das empresas.

Dificuldades

Neste inquérito foram colocados 11 temas, pedindo-se aos inquiridos que atribuíssem uma nota de 1 a 3, relativa ao peso de cada tema enquanto dificuldade para a actividade.

Apresentam-se nos quadros seguintes, um para reparadores de marca e outro para reparadores independentes, as percentagens de empresas que votaram com a nota 3 (grande dificuldade) cada um dos 11 temas.

anecra

A maior parte dos reparadores de marca e dos reparadores independentes assinalaram a reparação clandestina como um dos seus grandes constrangimentos à atividade. Os atrasos nos recebimentos ocupam o segundo lugar para ambos os tipos de empresas. Os reparadores de marca assinalam em 3.º e 4.º lugar, a falta de clientes e os custos da gestão ambiental. Os reparadores independentes assinalam em 3.º e 4.º lugar, os custos da gestão ambiental e o excesso de empresas.

De realçar que, desde que este inquérito é feito nos moldes atuais (2004), foi em 2012 que a dificuldade “reparação clandestina” ocupou pela primeira vez o primeiro lugar, quer para reparadores de marca, quer para reparadores independentes. Tal não deixou mais de acontecer.

Curiosamente os grandes dossiers que são preocupações dos lobbies dos reparadores (principalmente dos independentes) na Europa, nunca se apresentaram como grandes dificuldades para os reparadores Portugueses: acesso à informação técnica; viaturas evoluídas; e abastecimento de peças. A novidade de 2015 passou que 10% dos reparadores independentes apontam a falta da informação técnica.

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