A CLEPA, Associação Europeia de Fornecedores da Indústria Automóvel, apoia a iniciativa da Presidente da Comissão Europeia para organizar o diálogo estratégico sobre o futuro da indústria automóvel e a criação de um plano de ação.
A associação sublinha a importância de conclusões concretas que garantam previsibilidade às empresas e permitam um desenvolvimento sustentável do setor. Matthias Zink, Presidente da CLEPA, alerta para a urgência da situação: “Os fornecedores anunciaram a perda de 54.000 postos de trabalho em 2024, um número superior ao registado durante a pandemia. Isto já não é um alerta distante, o impacto é real e está a acontecer agora. Precisamos de uma recalibração regulatória que adote uma abordagem multitecnológica. A curto prazo, é essencial encontrar soluções para a pressão criada pelas metas de 2025. No entanto, estas devem integrar-se numa estratégia de longo prazo, garantindo um quadro tecnológico aberto até 2035 e além.”
A CLEPA defende que as políticas climáticas da União Europeia devem focar-se na redução dos combustíveis fósseis e na transição energética, em vez de impor tecnologias específicas. Com a aproximação de 2035, a Europa pode perder competitividade se não adotar uma abordagem mais ampla, que inclua híbridos plug-in, extensores de autonomia, hidrogénio e combustíveis sustentáveis.
A organização reconhece os esforços da Comissão Europeia para promover o diálogo, mas alerta que estas discussões devem resultar em medidas concretas que conciliem as metas ambientais com a realidade industrial.
Entre as principais prioridades apontadas pelos fornecedores estão:
- Alargamento das normas de CO2 para permitir múltiplas soluções tecnológicas, incluindo PHEVs, extensores de autonomia, hidrogénio e combustíveis sustentáveis.
- Adoção de políticas alinhadas com a competitividade industrial, reduzindo a burocracia e promovendo a transformação do setor.
- Acesso a eletricidade acessível e de baixo carbono, bem como a matérias-primas essenciais, fortalecendo as cadeias de abastecimento europeias.
- Redução dos riscos nos investimentos verdes e digitais, com maior apoio público à industrialização de tecnologias limpas.
- Expansão das infraestruturas e qualificação da força de trabalho, acelerando o desenvolvimento de redes de carregamento, hidrogénio e digitalização.
- Reforço do financiamento para I&D, mantendo o nível de investimento do programa Horizonte Europa.
- Criação de um mercado digital justo, com regulamentação que permita acesso equitativo aos dados dos veículos.
- Fortalecimento da competitividade global da UE, consolidando a Europa como um centro de produção e investimento para a indústria automóvel.