Está a decorrer, no Hotel Sheraton, no Porto, a Conferência da ARAN, sob o tema: “Repensar o futuro do setor automóvel”. O primeiro painel: “Repensar o negócio automóvel”, trouxe ideias disruptivas sobre estratégias futuras neste setor.
Rodrigo Ferreira da Silva, Presidente da ARAN, deu as boas-vindas aos presentes. “O tema desta Conferência obriga-nos a pensar no futuro, sabendo que o amanhã será seguramente diferente. Nenhum modelo de negócio deixará de ser afetado pela digitalização”, indicou o responsável, lembrando que o setor automóvel “não pode cruzar os braços. Por isso, reunimos profissionais e especialistas neste evento, para, juntos, orientarem o caminho para o futuro”.
O primeiro painel: “Repensar o negócio automóvel” moderado por Irina Alpalhão, da Jato Dynamics Portugal, apresentou uma visão nacional e internacional do presente e do futuro do setor automóvel. Bernard Lycke, Diretor Geral do Cecra, apresentou uma visão disruptiva sobre a distribuição clássica de veículos, que está a mudar rapidamente na Europa, segundo o responsável, e irá ter algumas mudanças a curto e médio prazo, entre as quais: o modelo de agência, em que o agente que comercializa passa a trabalhar diretamente com a fábrica. Segundo Bernard Lycke, este modelo irá reduzir o investimento necessário por parte do agente. Os investimentos serão feitos pela fábrica.
Em seguida, José Teixeira, Gerente da BMCAR, mostrou a forma como a empresa mudou a sua estratégia em 2020, durante a pandemia, aprsentando o novo website, com a possibilidade de o cliente realizar uma videoconferência com o vendedor 14 horas por dia, para facilitar o comércio de veículos online. “Não acreditamos que se possa vender um veículo 100% online, mas é uma forma de chegar ao cliente. O importante é estarmos no canal online, como continuação da nossa atividade empresarial física. Este foi o nosso passo em 2020 em direção ao futuro”.
Luís Morais, Diretor Geral da Mazda Motor Portugal, analisou, durante este painel as vantagens de algumas tendências atuais, como a mobilidade partilhada e inteligente, assim como os veículos autónomos, a eletrificação e os produtos conectados. Focando-se na eletrificação, Luís Morais afirmou que “o que está em causa não é se vamos utilizar elétricos ou não. Mas temos de descarbonizar. E isto é um desafio de todas as indústrias”, defendendo uma estratégia comum entre Governos e empresas para chegar a este fim.
Miguel Costa, Diretor Geral da divisão de Luxo CSantos VP, mostrou que o mercado de luxo manteve-se com valores de mercado elevados durante a pandemia. Mostrou também as tendências desta área de negócio em que, devido à eletrificação, mostra uma procura cada vez maior por veículos exclusivamente a motores de combustão.