Durante um dia e meio a 26ª Convenção da Anecra debateu o futuro de tudo que o que está ligado ao pós-venda automóvel. A Anecra fez um balanço positivo desta conferência.
Não faltaram motivos de interesse para a presença na 26ª Convenção Anual ANECRA. Sob a temática
“Bem-Vindo ao Futuro!”, a ANECRA realizou, no Centro de Congressos de Lisboa, nos dias 27 e 28 de
novembro, mais uma edição do maior evento nacional do setor automóvel que contou com a participação
de mais de 550 pessoas e com um conjunto alargado de oradores nacionais e internacionais.
Uma vez mais, a Convenção Anual ANECRA, contou com a presença de ilustres especialistas nas
diferentes temáticas que integraram o programa destes dois dias de trabalho e de diálogo e demonstrou
que o planeamento de uma estratégia de futuro, deve ser uma preocupação permanente dos nossos
empresários, para gerarem Negócio, nas suas Empresas.
Num futuro próximo será inevitável a redução do consumo do petróleo e dos combustíveis tradicionais, em
consequência da nova dinâmica económica, das limitações de natureza fiscal, das crescentes exigências
ambientais e da comodidade dos utilizadores. O veículo híbrido apresenta-se como uma solução de
transição para a mobilidade elétrica, a qual não terá retorno, por imperativos de eficiência energética e
ecológica, embora dependa da massificação da sua utilização e da maior autonomia que a nova geração
de baterias tornará possível.
Se à Indústria Automóvel, se impõe a colocação no Mercado de veículos tecnologicamente preparados para
serem mais eficientes, interativos e amigos do ambiente, a Reparação e Manutenção Automóvel terá
forçosamente, que criar planos de manutenção e assistência, adequados ao cumprimento dessas regras e
evoluir de acordo com as escolhas que o cliente do futuro fizer.
Apesar da ligeira recuperação económica no comércio automóvel em Portugal, registada em 2014 e 2015,
que indicia uma ligeira melhoria do poder de compra e o aumento do índice de confiança dos consumidores,
a tendência de subida é ainda insuficiente, quando comparada com os valores médios de vendas de
veículos nos últimos 23 anos e muitas empresas do Sector Automóvel, sobretudo da Reparação e
Manutenção Automóvel, continuam ainda, a deparar-se com grandes dificuldades.
Esta situação, é agravada pelo resultado da existência de uma Economia Paralela que reflete uma concorrência desleal e uma evasão fiscal no setor automóvel.
Para combater esta realidade, a ANECRA tem apelado ao reforço da fiscalização e apresentou um conjunto
de Medidas e Propostas de alteração legislativa, constantes de um Memorando sobre o Setor Automóvel,
nomeadamente, nas áreas do Ambiente, da Segurança, e do acompanhamento técnico e tecnológico,
destinadas a eliminar a Economia Paralela e a permitir às empresas, suas associadas, perspetivar um futuro
melhor, incentivando as novas gerações de empresários.
Se por um lado, as novas exigências legais, em matéria de gestão de resíduos e de proteção do consumidor,
como é o caso da Resolução Alternativa de Litígios, impõem avultados investimentos e rigorosos deveres
de informação às empresas regularmente constituídas, também afasta os clientes dos operadores
clandestinos que não as podem cumprir.
Registámos ainda com agrado, o acolhimento que o facto de algumas das propostas, apresentadas pela
ANECRA, terem merecido grande atenção, por parte do Instituto da Mobilidade e Transportes Terrestres
que manifestou intenção de, conjuntamente com o Instituto dos Registos e Notariado, proceder à
simplificação administrativa na área dos registos e cancelamento de matrículas, agilizando procedimentos
que facilitam o Negócio Automóvel, propondo-se ainda, intensificar a fiscalização e o combate à Economia
Paralela.
A ANECRA, propõe aos Órgãos de Soberania que sejam criadas as condições necessárias, ao crescimento
económico e social das empresas que representa e espera do Governo, recentemente constituído, uma
estratégia de diálogo e colaboração com as Associações do Setor, em domínios de política, determinantes
para o exercício da sua atividade, como são a Fiscalidade, a Justiça, o Investimento, o Emprego e a
Formação Profissional.
No que diz respeito às novas gerações de empresários, as mesmas terão que se reposicionar e apostar,
cada vez mais, na especialização e na procura de novas soluções e oportunidades de Negócio. A
continuidade de um Negócio entre gerações resulta da adequada antecipada passagem de testemunho da
cultura da empresa e da sua permanente capacidade de renovação, construindo o futuro.
Na perspetiva do Cliente, é inquestionável que as novas gerações que já nasceram na época digital,
apresentam hábitos de consumo inovadores e que as suas escolhas privilegiam a Internet, as redes sociais
e o smartphone, em substituição do Automóvel. Em suma, o perfil do cliente já mudou. Faz novas escolhas,
tornou-se mais exigente e está mais informado.
Um outro tema, de grande importância abordado na Convenção da ANECRA foram as viaturas
comunicantes. As viaturas comunicantes e a sua evolução para viaturas autónomas, constituirão os maiores
desafios do futuro do Negócio Automóvel. As novas tecnologias associadas a essa tendência condicionarão
os mais radicais modelos de Negócio que se focam mais no cliente e, menos, no produto.
Desta forma, a Indústria Automóvel integrará os smartphones e a segurança do carro inteligente do futuro
será uma realidade, através da computação. A condução autónoma será também em breve, uma realidade,
estando já desenvolvidos muitos dos dispositivos que tornarão possível a condução, sem intervenção
humana.
A tecnologia não deixará de acompanhar as novas preocupações do utilizador do automóvel, no
pressuposto de que o cliente do futuro dará menos importância ao consumo e às performances do seu
automóvel, para privilegiar as suas funcionalidades e a comodidade que o mesmo lhe pode oferecer.
Ficou demonstrado que o compromisso entre as tecnologias mais avançadas na Indústria Automóvel e o
software de última geração, constituirão os elementos determinantes para o Futuro do Automóvel.
Durante a convenção foram ainda divulgados os vencedores do Concurso o Gestor de Oficina do Ano 2015,
nas categorias de Reparador Independente e Reparador Autorizado. Na categoria dos Reparadores
Independentes, Filipe Antunes da Auto Rina conquistou o 1º Lugar, ficando em 2º lugar, Nuno Vidinha da
A.H.Almeida Lda. e em 3º lugar, Bruno Oliveira da Auto Reparadora Bidoeirense, Lda.
Na categoria dos Reparadores Autorizados, o 1º lugar foi conquistado por Miguel Tranchete, o 2º lugar
por Nuno Crespo Carvalho, ambos da Lubrigaz Lda. e o 3º lugar por Rui Gilde da Carlicporto Lda.
Nestes dois dias de trabalho e de diálogo, a ANECRA procurou contribuir para a reflexão, debate e
partilha de conhecimento sobre o tema de 26ª Convenção.
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