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Covid-19: Recomendações da Valocar para os centros de abate de VFV

24 Março, 2020

A Valorcar emitiu um documento com as recomendações para prevenir a transmissão do vírus COVID-19 no âmbito da atividade dos centros de abate de veículos em fim de vida (VFV).

Com as recomendações apresentadas neste documento pretendeu-se contribuir para:
– ultrapassar o enorme desafio que nos é colocado a todos de minimizar os efeitos da presente epidemia de COVID-19;
– esclarecer e apoiar os centros de abate num enquadramento de manutenção do seu funcionamento ou eventual suspensão do mesmo.

É de salientar que estas recomendações não dispensam a consulta nem substituem as orientações das autoridades nacionais de saúde, nomeadamente da Direção-Geral de Saúde. Pretendeu-se apenas complementar e enquadrar a informação disponível no contexto da atividade dos centros de abate de VFV.

Assinala-se também que o Decreto n.º 2-A/2020 (de 20 de março) que regulamenta a aplicação do estado de emergência decretado pelo Presidente da República, tendo em vista o tratamento da epidemia da doença COVID-19, suspendeu as atividades de comércio a retalho e de prestação de serviços em estabelecimentos abertos ao público. Foram, no entanto, admitidas exceções relacionadas com:
– a disponibilização de bens considerados essenciais, nos quais se inclui a venda de peças e acessórios necessários para a reparação e manutenção de veículos automóveis;
– o comércio por grosso;
– a disponibilização de bens, desde que se mantenha interdito o acesso do público ao interior do estabelecimento (p. ex através de entrega ao domicílio, disponibilização dos bens à porta ou ao postigo).

Medidas gerais

– Tapar o nariz e a boca quando espirrar ou tossir, com um lenço de papel ou com o antebraço, nunca com as mãos, e deitar sempre o lenço de papel no lixo;
– Lavar as mãos frequentemente. Deve lavá-las sempre que se assoar, espirrar, tossir ou após contacto direto com pessoas doentes. Deve lavá-las durante 20 segundos com água e sabão ou com solução à base de álcool a 70%.
– Evitar cumprimentos como o aperto de mão, tocar na cara com as mãos e partilhar objetos pessoais ou comida em que tenha tocado;
– Manter uma distância mínima de 2 metros entre pessoas, incluindo nas áreas de trabalho e destinadas a colaboradores, tais como refeitório e balneário;
– Evitar as reuniões presenciais, bem como postos de trabalho comuns ou próximos;
– Limpar/desinfetar com frequência superfícies sujeitas a contacto manual frequente tais como puxadores de portas, balcões, instalações sanitárias e zonas de refeição;
– Arejar frequentemente todos os espaços de trabalho;
– Evitar o acesso a máquinas de venda de alimentos e/ou bebidas self-service de uso comum.

Atendimento a clientes de peças e proprietários/detentores de VFV

– Privilegiar formas de atendimento à distância, tais como: contactos via telefone e e-mail, entrega de peças ao domicílio; envio de documentação por correio, recolha de VFV ao domicílio;
– Atender os clientes de peças em balcão com vidro de proteção (tipo “guichet”);
– Minimizar o tempo de permanência dos clientes no interior das instalações. Permitir a permanência junto do balcão de atendimento de apenas um cliente. O cliente seguinte deverá aguardar a sua vez num local afastado, pelo menos 5 m, ou no exterior das instalações. Considerar um rácio máximo de 4 pessoas por cada 100 m2;
– Colocar em regime de teletrabalho todos os colaboradores cujas funções possam ser asseguradas desta forma;
– Limpar/desinfetar com frequência equipamentos utilizados no processamento da documentação (p. ex. botões de fotocopiadoras, teclado e rato de computador, esferográfica usada nas assinaturas);
– Realizar todo o atendimento ao proprietário/detentor de VFV no exterior das instalações (receção do VFV, receção de documentação, entrega do certificado de destruição);
– Minimizar o tempo de acesso e/ou permanência no interior do VFV. Utilizar luvas durante o seu manuseamento (incluindo puxadores das portas, chaves, volante, capot) para verificação do nº de chassis. Lavar posteriormente as mãos, com água e sabão, ou com solução à base de álcool a 70%;
– Minimizar o manuseamento dos originais dos documentos do veículo (Livrete e do Título de Registo de Propriedade do veículo ou o Certificado de Matrícula), nomeadamente usando fotocópias, versões digitais ou uma capa/mica protetora. Após o manuseamento da documentação lavar as mãos, com água e sabão, ou com solução à base de álcool a 70%.

Operações de despoluição e desmantelamento

– Minimizar o tempo de acesso e/ou permanência no interior do VFV. Utilizar luvas durante o manuseamento do veículo (incluindo puxadores das portas, chaves, volante, capot). Lavar posteriormente as mãos, com água e sabão, ou com solução à base de álcool a 70%;
– Maximizar o tempo decorrido entre a entrega do VFV e as operações de despoluição/desmantelamento (p. ex. aguardar 10 dias), nomeadamente de componentes no seu interior;
– Evitar a troca ou partilha de objetos e ferramentas entre colaboradores, os quais também devem ser desinfetados após cada utilização;
– Utilizar farda de trabalho, que deve ser arejada e lavada com frequência;
– Proibir o acesso à zona de despoluição e desmantelamento a pessoas externas à empresa.

Plano de contingência

O centro de abate deve elaborar um Plano de Contingência e dá-lo a conhecer a todos os colaboradores. Este plano deve identificar uma área de “isolamento” (p. ex. sala, gabinete, secção) onde será colocado o colaborador suspeito de infeção para evitar o contágio dos outros colaboradores.

Quando um colaborador apresente sintomas como: febre superior a 37,5ºC; tosse e/ou dificuldade respiratória, deve informar a chefia e permanecer na área de “isolamento”.

A área de “isolamento” deve estar equipada com:
– ventilação natural, ou sistema de ventilação mecânica,
– revestimentos lisos e laváveis (ex. não deve possuir tapetes, alcatifa ou cortinados);
– telefone, que o colaborador suspeito deverá usar para contactar o SNS 24 (808 24 24 24);
– kit com água e alguns alimentos não perecíveis;
– contentor de resíduos (com abertura não manual e saco de plástico);
– solução antisséptica de base alcoólica – SABA (disponível no interior e à entrada desta área);
– toalhetes de papel;
– máscara(s) cirúrgica(s) para utilização pelo colaborador suspeito e por outros colaboradores que lhe prestem assistência;
– luvas descartáveis para utilização por outros colaboradores que prestem assistência;
– termómetro;
– na proximidade uma instalação sanitária devidamente equipada, nomeadamente com doseador de sabão e toalhetes de papel, para a utilização exclusiva do colaborador suspeito de infeção.

No caso de a infeção ser validada devem também ser identificados os contactos próximos com outros colaboradores (para informação às autoridades de saúde), bem como informados o médico do trabalho e os restantes trabalhadores.

PALAVRAS-CHAVE