O aumento do custo dos pneus em geral, fruto do aumento do custo das matérias-primas e da dificuldade de abastecimento de produto, está a causar pressão no mercado. Armando Lima, da Tiresur, fala do efeito que esta questão estar a ter no mercado e na empresa que gere em Portugal.
Que efeitos está a ter na vossa atividade a dificuldade de abastecimento de pneus junto dos vossos fornecedores?
Felizmente estamos a conseguir receber produto de forma regular e temos vindo a reforçar stocks. O facto de estarmos já no novo armazém com mais capacidade, também nos está a permitir reforçar stocks, pelo que de momento não são visíveis efeitos negativos na nossa atividade. Temos até a expetativa de que uma certa falta de produto generalizada no mercado, possa ser uma oportunidade para nós e para o nosso negócio. Uma vez que tendo stock, a probabilidade de crescermos em termos de vendas, é maior.
Que alternativas foram levadas à prática para compensar essas dificuldades?
Apesar dos aumentos exponenciais verificados nos custos das matérias primas e em especial do transporte marítimo, nós na Tiresur não cancelámos pedidos e demos continuidade à colocação de encomendas aos nossos fornecedores. Além disso, fruto de uma boa planificação, antecipação e programação de encomendas, temos vindo a conseguir reforçar níveis de stock.
Que tipologia de pneus foram mais afetadas por esse problema?
O impacto tem sido geral e abrange todas as linhas de produto e todos os segmentos. No entanto por representarem maior volume em termos de unidades, diria que as linhas mais afetadas são os pneus ligeiros (turismo, 4×4/SUV e comerciais).
Poderão os preços dos pneus aumentar até final do ano e em 2022?
Os preços têm aumentado bastante desde finais de 2020 e tendo em conta que os valores dos fretes marítimos continuam a subir, é expectável que os preços tenham que continuar a subir até final do ano. Falar de 2022 ainda é cedo, mas acreditamos que esta tendência se irá manter. Quiçá tenhamos mais alguns meses de subida pela frente, podendo eventualmente assistir-se a uma manutenção dos níveis de preços no inicio do próximo ano.
Existe alguma previsão, por parte dos vossos fornecedores, para este problema deixar de existir e voltar-se à normalidade que existia até finais de 2019?
Tendo em conta a conjuntura e panorama atual, dificilmente poderemos ter reduções de custos e preços no curto/médio prazo, pelo que os níveis de 2019 muito dificilmente serão uma realidade a breve trecho. Até há uns meses atrás tinhamos a esperança de poder começar a verificar-se uma redução dos custos tanto do transporte como das matérias-primas, mas esse cenário é cada vez mais provável de não acontecer tão cedo, pelo que as nossas expetativas vão no sentido dos preços não virem a baixar tão cedo.