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ESCOLA PROFISSIONAL GUSTAVE EIFFEL: Colocar “mãos à obra”

6 Abril, 2020

A Escola Profissional Gustaave Eiffel pretende formar profissionais de Mecatrónica Automóvel e colmatar a falta de mão de obra no setor da reparação automóvel.

TEXTO NÁDIA CONCEIÇÃO

Localizada no Lumiar, em Lisboa, a Escola Profissional Gustave Eiffel tem uma grande procura do curso de Técnico de Mecatrónica Automóvel. O curso é dividido em três componentes: sociocultural, científica e técnica. “A componente técnica, ligada à prática, engloba uma grande parte deste curso. Englobamos a teoria na prática, porque as duas estão interligadas. É importante, para que os alunos tenham ferramentas teóricas, onde se podem basear para perceberem porque é que se faz de uma forma ou outra. Alguns alunos pretendem ingressar no mercado de trabalho e outros seguir para o ensino superior e, caso os alunos prossigam para uma licenciatura, como por exemplo a Engenharia Mecânica, com as disciplinas dadas neste curso vão muito bem preparados”, explica António Costa, Diretor do Campus do Lumiar da Escola Profissional Gustave Eiffel. “A essência do curso de Técnico de Mecatrónica Automóvel é manutenção, diagnóstico e reparação de veículos a motor”.

Com vários módulos de componente prática, “damos uma introdução à teoria e a grande maioria é prática, na nossa oficina. Temos vários carros onde os alunos podem mexer à vontade. Porque a sensibilidade de executar um trabalho e de utilizar as ferramentas é muito diferente de apenas ver ou ouvir a teoria. E, por isso, aqui na escola deixamos os alunos experimentarem, muitas vezes trazem os seus próprios automóveis para realizar reparações. Podem saber muito na teoria, mas se não experimentarem, fica difícil”.

ESTÁGIO
Na Escola Profissional Gustave Eiffel os alunos têm um estágio de 600 horas em empresas externas, “onde vão limar arestas. Porque não há escolas que tenham as capacidades que tem uma empresa ou uma oficina. O estágio dá-lhes uma grande bagagem, e é feito no final do curso. Aqui temos parcerias com a Renault Chelas, Areeiro, Telheiras, Audi, Volkswagen. E temos depois as oficinas independentes, de mecânica geral”. Apesar das várias empresas que a escola tem parcerias, os alunos têm a possibilidade de escolher um local onde pretendam realizar o estágio, mediante aprovação de António Costa. “Tento que os alunos façam o estágio perto da sua zona de residência. Nestes casos, o aluno indica o local onde gostaria de estagiar, analiso se a oficina tem as características necessárias: tem que ser uma oficina completamente legalizada, que respeite as normas de trabalho e o meio ambiente, e tem de ter condições de trabalho. Desde que tenha todas as características, aceito. É feito depois um acompanhamento aos alunos durante toda a duração do estágio”. É frequente os alunos ficarem a trabalhar nos locais onde realizam estes estágios. “Do lado das empresas, a aceitação é bastante boa. Normalmente temos mais oficinas a pedir alunos do que a capacidade que temos de os enviar. Nota-se que as oficinas cada vez precisam de mais profissionais, há muita falta de mão-de-obra, principalmente no setor dos pesados. O curso está vocacionado para ligeiros, mas também já tivemos alunos a estagiar em oficinas de pesados”. António Costa indica que, por este motivo, este curso tem uma alta taxa de empregabilidade. E Ana Albuquerque, Diretora de Polo, acrescenta: “Os alunos só não ficam a trabalhar se não quiserem. Chegamos a ter ofertas de emprego e os alunos não querem aceitar, não têm interesse. Temos ofertas suficientes para colocar todos os alunos que temos desempregados a trabalhar”.

Qual a sua opinião sobre a formação automóvel em Portugal?

António Costa
“Era importante que as empresas fizessem mais parcerias com as escolas, que dessem mais atenção e que tentassem arranjar um conjunto de conteúdos com aquilo que precisam, para os cursos serem adequados ao que é necessário no mercado. As disciplinas estão um pouco dispersas. Devia ser feita uma seleção de conteúdos, que poderia ser mais proveitosa para as empresas, tanto a nível teórico como prático. Os conteúdos atualmente não estão adequados”.

Ana Albuquerque
“Nota-se que o ensino profissional começa a ser uma escolha natural dos alunos. Antes, os alunos que nos chegavam eram os que não pretendiam ir para o ensino regular. E o ensino profissional não é só prático, e muitas vezes os alunos chegam com essa ideia”.

Técnico de Mecatrónica Automóvel
Duração 3 anos
Equivalência nível 4; 12.º ano de escolaridade
Este curso visa a formação de técnicos aptos a executar o diagnóstico, a reparação e a verificação dos sistemas mecânicos, elétricos e eletrónicos de veículos. Interpreta esquemas elétricos e eletrónicos, faz o planeamento, a preparação e o controlo do trabalho da oficina. Procede ao controlo da qualidade das intervenções, trata e gere a informação e as garantias. Promove a melhoria da qualidade do serviço e a satisfação dos clientes através de meios técnicos, maximizando a produtividade das empresas ou serviços.

EPGE
Lisboa – Lumiar
António Costa
210 100 328
antonio.costa@gustaveeiffel.pt www.gustaveeiffel.pt

Artigo publicado na Revista Pós-Venda n.º 46, de julho de 2019. Consulte aqui a edição.

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