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Gasolina mantém liderança no mercado europeu de usados

25 Setembro, 2025

De acordo com o a edição de setembro do Observatório Indicata, o mercado europeu de veículos usados mostra sinais de estabilização, com preços a recuar após os picos de 2022-2023 e comportamentos divergentes consoante a motorização e o país.

Segundo esta edição, a gasolina mantém-se como opção preferencial, o gasóleo apresenta desempenho desigual e os veículos eléctricos enfrentam dificuldades crescentes no canal de usados.

A gasolina consolida a sua posição sobretudo nos segmentos compacto e urbano, beneficiando de custos de utilização controlados, ampla disponibilidade e confiança do consumidor, refletida em baixos níveis de MDS, Market Days’ Supply. O gasóleo divide a Europa: pressionado no Norte e Oeste por políticas fiscais e ambientais, continua relevante em países como Alemanha, Itália e Polónia, onde é preferido por condutores e frotas. Os híbridos registam crescimento gradual, beneficiando da imagem “verde” e da não dependência de carregamento. Em contrapartida, os eléctricos puros e híbridos plug-in enfrentam maiores dificuldades, com desvalorização acentuada e dúvidas sobre a durabilidade das baterias, sobretudo no Norte da Europa, onde a oferta de frota é elevada e os incentivos à compra de novos veículos são mais agressivos.

Em Portugal, os preços mantêm-se controlados e a procura privilegia o valor. O Índice de Preço de Retalho registou uma subida moderada de +2,2 pontos percentuais desde janeiro de 2020, bastante abaixo de Espanha (+11,6pp) e Alemanha (+7,0pp). Entre os modelos com menos de quatro anos, os mais vendidos foram o Peugeot 2008, Peugeot 208 e Renault Captur, enquanto os que mais rapidamente encontraram comprador foram o MG HS/EHS (MDS: 34,2 dias), Hyundai Bayon (MDS: 34,6 dias) e Volkswagen Polo (MDS: 39,4 dias).

Para o final do ano, prevê-se que a gasolina continue a dominar. O desempenho do gasóleo dependerá das decisões fiscais e ambientais de cada país, enquanto os eléctricos enfrentam o desafio de conquistar maior confiança dos consumidores quanto aos valores residuais. “Os veículos com motor de combustão continuam a oferecer previsibilidade no curto prazo, enquanto o equilíbrio a médio prazo dependerá da capacidade de os modelos electrificados se posicionarem de forma mais competitiva”, conclui Andy Shield, Diretor Global do Indicata.

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